Aberto de Curitiba: ranking nacional abre 2013 de forma decepcionante

28/03/2013


Nenhum dos 16 primeiros do ranking brasileiro foi disputar o Aberto de Curitiba


 Barata: a número 1 do Brasil é a única não paranaense do ranking nacional de golfe no torneio
Barata: a número 1 do Brasil é a única não paranaense do ranking nacional de golfe no torneio

por: Ricardo Fonseca

Depois de sepultar o futuro do golfe profissional brasileiro ao perseguir e destruir a PGA do Brasil, a única entidade que investia na formação de novos profissionais de golfe no país, a Confederação Brasileira de Golfe (CBG) está conseguindo fazer o mesmo desserviço com o golfe amador do Brasil, que abre seu calendário nacional, esta semana, de forma decepcionante. Nenhum dos 16 primeiros colocados do ranking brasileiro masculino estará em campo, de sexta a domingo, para a disputa do 65º Aberto de Golfe da Cidade de Curitiba, primeiro torneio do ano válido para o ranking brasileiro.

No feminino, apenas Lúcia Guilger, a Barata, a número 1 do Brasil e brasileira mais bem colocada do ranking mundial amador, se prontificou a pagar as despesas do próprio bolso, num feriadão de preços inflacionados, para participar do torneio. Mas ela não conta. Joga tudo o que pode e tem recursos para isso. O Aberto de Curitiba tem apenas mais oito mulheres inscritas, todas do Paraná e nenhuma delas entre as oito primeiras do ranking nacional.

Representatividade – Segundo o calendário da CBG, o Aberto de Curitiba vale também para o ranking mundial amador de golfe. Mas no site oficial do ranking mundial, o torneio ainda não aparece. Menos mal, para não passarmos a vergonha de ter um evento brasileiro no ranking mundial sem a mínima representatividade nacional em seu próprio país.

Depois de reduzir drasticamente o número de competições válidas para o ranking brasileiro nos últimos anos, justamente quando o golfe voltava a ser esporte olímpico, a CBG decidiu inflar o calendário de competições nacionais deste ano, que passou de sete para 16 torneios. Mas os eventos de “segunda classe”, os acrescidos este ano no calendário, distribuem apenas 43% dos pontos dos torneios de “primeira classe” (189 contra 81), no caso dos homens, e 32% (106 contra 34), no caso das mulheres.

Elite – Valer para o ranking, eles valem, mas apenas nos seis abertos estaduais e no Campeonato Brasileiro os melhores jogadores do ranking tem as despesas pagas, como sempre, pelas federações sede (ou CBG, no caso do Amador). Nem mesmo para os melhores juvenis de cada estado. Nos outros dez eventos não há essa obrigatoriedade e a maioria das federações, passando por dificuldades financeiras, não tem como oferecer sequer pacotes de viagem mais em conta para incentivar a participação de jogadores de outros estados. Uma fórmula que vai ajudar quem tiver condições financeiras de competir pagando do próprio bolso, mas não os melhores – e muito vezes mais pobres – talentos do golfe brasileiro.

Se isso acontece em Curitiba, imagine em torneios em Pernambuco ou no Norte do país ondem os custos das viagens aéreas são bem mais elevados. Um triste resultado da decisão da CBG de investir apenas nos profissionais – e entre eles apenas nos de elite – do Brasil. Para esses profissionais de ponta, que se contam nos dedos, foram programados um evento do Web.com Tour, com US$ 675 em prêmios, mas limitado a dez brasileiros; dois eventos do PGA Tour LA, circuito do qual apenas seis profissionais brasileiros participam; e quatro torneios do CBG Pro Tour, de R$ 100 mil em prêmios, onde os novos profissionais do país não tem acesso.

Choque – Os golfistas paranaenses mais experientes, como Rodrigo Diniz e Ivo Leão, ambos ex-profissionais em uma época áurea para o esporte nas gestões de Luiz Arthur Caselli Guimarães Filho (1999 a 2002) e Pedro Cominese (2003 e 2004), ficaram chocados ao ver o horário de saída só com nomes do Paraná, num momento em que o Graciosa Country Club, sede do evento, comemorava a volta dos torneios do ranking nacional a seu campo.

O único Top 20 do ranking brasileiro masculino em campo é o juvenil paranaense Homero de Toledo Sobrinho (17º). De fora, apenas dois jogadores do Rio: Thomas Sampaio, do Gávea, e Leonardo Kitahara, do Itanhangá, que está de malas prontas para ir morar nos Estados Unidos. No feminino, Barata é a única “alienígena” em campo.

Profissionais – Para ajudar a salvar a festa, que tem patrocínio do HSBC e da Cyrela, organização da Federação Paraense e Catarinense de Golfe e apoio da CBG, haverá uma competição estadual de profissionais, onde o destaque é Daniel Stapff, que está em seu segundo ano de carreira, sempre como membro do PGA Tour LA. Marcos Silva, Edione Nogueira, Pablo de La Rua, Carlos Dluhosch e Guilherme Oda, são os outros destaque do torneio profissional que reúne 18 jogadores, que competem ao lado dos amadores.

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