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Aberto de São Paulo definirá equipe brasileira para o Mundial

10/07/2012

Primeiro do ranking terá vaga na equipe ao lado de Becker e outro que joga nos EUA

Leonardo Conrado e Pedro da Costa Lima, o Pepê: duelo por vaga para o Mundial de Golfe Amador

por: Ricardo Fonseca

Não existe nada por escrito, prática que está se tornando comum na atual gestão da Confederação Brasileira de Golfe (CBG), mas os jogadores interessados já foram avisados que a equipe brasileira masculina para o Campeonato Mundial Amador de Golfe por Equipes, o Troféu Eisenhower, de 4 a 7 de outubro, na Turquia, vai ser integrada pelo paulista Rafael Becker, que acaba de se tornar tricampeão brasileiro; por um dos brasileiros que jogam nos EUA, a critério da CBG; e pelo primeiro colocado do ranking brasileiro, após o Aberto de São Paulo, que vai ser jogado de 17 a 19 de agosto, no Clube de Campo.

Para quem não tem acompanhado, a novidade é que o ranking brasileiro vai ser, enfim, valorizado, não tendo vingado a tese de que deveriam ser convocados apenas os jogadores que estão nos EUA, já que os que permanecem no país não estariam no mesmo nível técnico. Com isso, a decisão da terceira vaga ganha em emoção, com um duelo entre o paulista Pedro da Costa Lima, o Pepê, que foi número 1 do Brasil por mais de um ano, até perder a posição para o gaúcho Leonardo Conrado nesta semana, após o Amador do Brasil.

Contramão – Louvável a decisão da CBG de reservar uma vaga para o melhor do ranking brasileiro, mesmo que sem anunciar a medida publicamente. Depois de ter reduzido drasticamente o número de competições válidas para o ranking brasileiro de 2012, de 11 para seis (agora sete, com a confirmação do Aberto da Bahia), na contramão da necessidade de um país que terá a honra de sediar a volta do golfe às Olimpíadas, nos Jogos do Rio, em 2016, não usar o ranking como critério seria acabar com ele de vez.

Na equipe feminina não deve acontecer o mesmo. As convocadas serão todas de fora, e dois nomes já estão definidos: a paulista Nathalie Silva, atual campeã brasileira; e a carioca Clara Teixeira, que perdeu o título num playoff de quatro buracos. A outra integrante da equipe ainda está em aberto, mas deve ser Vitória Teixeira, a irmã mais nova de Clara, com Daniela Murray ainda sendo observada.

“Estrangeiros” – Mas a maior disputa está sendo pela vaga para o segundo brasileiro que joga nos EUA. O paulista Thomas Mantovanini saiu na frente ao ser o único brasileiro a chegar às finais – por equipes – da Divisão I da NCAA, após uma excelente atuação individual na final regional e com o título do Aberto do Paraná. Também estão sendo observados o gaúcho Gustavo Chuang, que fez uma excelente volta no Paraná e foi Top 10 no Amador do Brasil; o paranaense Luís Fernando Thiele, que representou o Brasil recentemente no México; e o carioca André Tourinho, que terminou em sétimo – quinto brasileiro – no Clube de Campo.

Mas a disputa pela vaga ganhou mais um forte nome, o do paulista Luiz Jacintho, que foi o terceiro colocado e segundo melhor brasileiro do Amador do Brasil, encerrado domingo. Jacintho, que também joga na Divisão I da NCAA, como Becker e Mantovanini, é um jogador que combina drives possantes com uma rara habilidade em volta dos greens e fez o melhor resultado da volta final – 68 (-3) – num dia em que só dois jogadores quebram o par do campo.

Esforço – Jacintho quer muito ir ao Mundial e vai aproveitar as férias de meio de ano, que correspondem ao final da temporada nos EUA, para provar que pode e merece representar o Brasil na Turquia. Ele vai jogar a etapa sul-americana da Faldo Series em Brasília, na próxima semana, na categoria júnior (19 a 21 anos), pediu para ser convidado para o CBG Pro Tour, de 8 a 11 de agosto, no Damha Golf Club; e vai jogar no Aberto de São Paulo.

Para os convocados, existem algumas regras. Para começar, apenas o primeiro do ranking brasileiro terá direito à vaga, ou seja, o segundo não vai, caso o primeiro desista. Depois, todos os convocados, incluindo os que estão morando nos EUA, terão que passar por um treinamento com Jaime Gonzalez, no São Fernando, antes do embarque. E por último, quem for ao Mundial se compromete a ir também à Los Andes, o Sul-Americano de Golfe por Equipes, no final de novembro, na Venezuela.