Aberto de São Paulo: Pepê vence, volta a ser nº 1 e vai ao Mundial

20/08/2012


Barata vence competição pela primeira vez; Richard é bicampeão sênior no playoff


Rachid Orra, Manuel Gama e Jorge Saeki entregam prêmios de campeão a Pepê, no Aberto de Golfe de SP
  Rachid Orra, Manuel Gama e Jorge Saeki entregam prêmios de campeão a Pepê, no Aberto de Golfe de SP

por: Ricardo Fonseca

O paulista Pedro da Costa Lima, o Pepê, do São Paulo Golf Club, conquistou o bicampeonato do Aberto de Golfe do Estado de São Paulo neste domingo, resultado que o recolocou na liderança do ranking brasileiro e garantiu sua convocação para o Mundial Amador, em outubro, na Turquia. Lúcia Guilger, a Barata, foi a campeão feminina do torneio pela primeira vez na carreira, enquanto Richard Conolly conquistava o bicampeonato sênior, no segundo buraco do playoff.

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Pepê liderou o torneio de ponta a ponta, mas não foi uma vitória tranquila. Ele começou a volta final uma tacada à frente do favorito local Roberto Gomez e do gaúcho Paulo Davis, e cedeu empates para ambos logo no começo. Primeiro para Davis, que fez birdie no 2, antes que um duplo bogey no 3 derrubasse para terceiro. Depois para Gomez, que fez birdie no quatro, para empatar com Pepê na liderança.

Pressão – Apesar da pressão de lutar pelo título, pelo posto de número 1 do ranking brasileiro de golfe e pelo direito de voltar ao Mundial, onde só jogou uma vez, em 2008, Pepê manteve a calma e reagiu com um birdie no 6, onde embocou de fora do green, e no 7, um par 5 longo onde deixou a segunda para eagle, a três metros da bandeira. A partir daí Pepê se manteve isolado em primeiro, chegou a ter três de vantagem, e mesmo fazendo bogey no 18 ainda foi campeão por duas. Pepê jogou 70 para somar 214 tacadas, uma acima do par, enquanto Gomez marcava 71, para ficar com 216.

Enquanto Pepê comemorava, o gaúcho Leonardo Conrado, que começou a semana como número 1 do Brasil e sonhando em jogar seu primeiro Mundial, estava na sede inconsolável. Ele precisava terminar até o sexto lugar para permanecer como líder do ranking, mas jogou mal nos dois primeiros dias, somou dez acima, e chegou à rodada final certo de que a ida ao Mundial não dependia só dele. Estava errado.

Esforço – Conrado começou a volta com um bogey, mas reagiu com três birdies para ficar com duas abaixo no dia até o buraco 15, o que o deixaria na sexta colocação do torneio, já que muitos à sua frente vinham jogando mal. Mas Conrado fechou o dia com bogeys no 16 e no 18, para jogar 71, o par do campo e sua melhor volta da semana, mas o suficiente apenas para ficar em oitavo, uma tacada atrás de três jogadores empatados em quinto. Ou seja, os dois bogeys finais custaram a classificação a Conrado.

“Estou muito feliz pelo meu título, mas estrou muito triste pelo Conrado”, disse Pepê após saber que voltara a ser número 1 do Brasil. “Não concebo nossa equipe no Mundial sem o Conrado” disse Pepê. “Nos últimos dois anos ele esteve em todos os torneios do ranking brasileiro, venceu, foi número 1 do Brasil, abriu mão de ficar com o filho recém-nascido para poder jogar, se indispôs com a mulher, e merecia estar lá mais do que ninguém”.

Mundial – Mas não é isso que pensa o inglês Shaun Case, contratado pela Confederação Brasileira de Golfe (CBG) para ser o técnico das equipes de golfe do país. Depois de acompanhar o Amador do Brasil, no Clube de Campo, e uma etapa da Faldo Series, dos juvenis, e voltar à Inglaterra, Shaun indicou à entidade quem achava os jogadores de maior potencial do grupo de selecionáveis e tomou a decisão de quem ficaria com a terceira vaga para o Mundial, já que Rafael Becker, tricampeão brasileiro, era nome de consenso e as federações exigiram que o número 1 do Brasil fosse convocado, o que não estava nos planos da CBG.

Tudo indica que Shaun tenha optado pelo carioca André Tourinho, a quem elogiou muito o swing e os potentes drives, apesar de ele ter terminando o torneio em sétimo no Amador, atrás de outros selecionáveis como Luiz Jacintho, o terceiro colocado (e vice na Faldo Series, o outro único torneio que o inglês acompanhou no Brasil) e o próprio Conrado, que ficou em quinto. Só o fato de a decisão sobre a vaga destinada a um dos brasileiros que jogam no exterior já estar tomada desde o começo de julho explica o fato de ninguém da área técnica da CBG ter se dignado a acompanhar o Aberto de São Paulo, onde além dos já citados também estava em campo outro “selecionável”, o paulista Thomas Mantovanini, único brasileiro a chegar à final da Divisão 1 da NCAA, nos EUA.

Destaques – O gaúcho Octávio Villar, o Fanta, diretor técnico da CBG, que estava no torneio para jogar e não para observar, marcou 71, seu melhor resultado da semana, para ainda ser o terceiro colocado com 220 tacadas, uma à frente de Daniel Kenji Ishii, de Teresópolis, que terminou sozinho em quarto, confirmando a boa fase que lhe deu o título do Aberto do Rio.

Pedro Davis, que depois de ser líder no domingo fechou a volta com um triplo bogey para jogar 77, caiu para quinto lugar, com 222 tacadas, empatado com Marcelo Giumelli, do Broa Resort, e Clay Hamlin, de Londrina, ambos com 74 na volta final. Conrado ficou sozinho em oitavo, uma tacada à frente de Ivan Tsukazan, do Damha.

Tourinho, que jogou 74, sua melhor volta da semana, empatou em décimo com Mantovanini (74) e Arthur Lang (76). Cristian Barcelos, de Japeri, terminou em 13º, como o melhor juvenil do torneio, empatado com o gaúcho Matheus Balestrin. Luiz A. P. Almeida, o Gugu, do São Paulo, igualou o segundo melhor resultado do dia, com 71, para empatar em 15º com seu companheiro de clube, o juvenil Kevin Liu da Silva.

Seniores – Já o título de melhor sênior, teve de ser decidido mais uma vez num playoff. Em 2011, no São Fernando, o seu clube, Richard Conolly foi o campeão ao derrotar Manuel Gama, presidente da Federação Paulista de Golfe. Desta vez, Richard voltou a vencer num playoff contra Moacir Avancini, do Guarapiranga.

“Tive a sorte de fazer um birdie no segundo buraco extra”, conta Richard, que nos últimos anos tem defendido o Brasil nas principais competições seniores internacionais e já tem planos para voltar ao British Senior em 2013, na Escócia. Richard foi presidente do São Fernando Golf Club e é um dos poucos brasileiros sócios do R&A, onde já integrou o Comitê de Regras, responsável para revisão quadrienal das Regras de Golfe e bienal das Decisões nas Regras de Golfe.

Handicap – Na categoria handicap índex até 8,5, Eduardo Stanziola, com 208 tacadas, foi o campeão, mas ficou sem o troféu de primeiro colocado por não cumprir a exigência de ter 12 cartões nos últimos quatro meses. Desta forma, Carlos Candido levou o troféu de campeão, com 211 tacadas, contra 213 de Roberto Gomez e 214 do juvenil Kaio Nascimento dos Santos, do Guarujá.

Na índex de 8,6 a 14, venceu Paulo Praeiros da Silva, o Paulo Russo, do Guarapiranga, com 202 tacadas, seguido por José Nabantino Ramos, com 206, e Claudio Pedone, com 211. Russo definiu o jogo nos buracos finais, ao bater drive para o green do 17, um par 4 para fazer birdie, e terminar com par no 18.

Feminino – Entre as mulheres, Lúcia Guilger, a Barata, que jogava em casa, começou a rodada final empatada em primeiro com a juvenil Júlia Shin, de Campinas, mas jogou 78, contra 82 da adversária, para conquistar a mais importante competição do estado pela primeira vez na carreira. Nathalie Silva, do Paradise de Mogi, a campeã brasileira, não começou bem, mas jogou 73, a melhor volta de domingo e de todo o torneio, para ainda ser a terceira colocada.

“Foi um grande presente de aniversário para mim”, diz Barata, que completou anos no dia anterior, com direito e festa surpresa no clube, com bolo, champanhe e a presença de muitos amigos. Com esse resultado, Barata assumiu a liderança do ranking paulista e disparou na frente no ranking brasileiro de golfe, onde vai terminar o ano novamente como a número 1 do Brasil, independente do resultado do último torneio do ano, o Aberto da Bahia.

Homenagem – Barata recebeu o troféu das mãos de Emi Nomura, que venceu o Aberto de São Paulo 40 anos antes, em 1972, e não conseguiu conter as lágrimas. “É muita emoção”, diz Barata, que foi companheira de jogo de Emi quando começava a carreira. Emi é viúva de Yoshito Nomura, patrono do golfe juvenil brasileiro, falecido em 2011.

Como Barata sabe que a CBG não vai aplicar no feminino o mesmo critério do feminino, e que não vai ao Mundial nem como capitã, uma deferência que julgava merecedora, decidiu encerrar o ano jogando o Aberto da Bahia e, depois, o Aberto do Broa, em Itirapina, que coincide com o Mundial. Mesmo sem jogar fora do país, Barata é a segunda brasileira mais bem colocada no ranking mundial feminino amador de golfe, muito perto da primeira, a carioca Vitória Teixeira.

Gosto olímpico – Como vem fazendo desde o início da temporada, a Federação Paulista de Golfe, além dos prêmios tradicionais, ofertou aos melhores de cada categoria medalhas de ouro, prata e bronze, já dentro do espírito olímpico que prepara a volta do golfe aos Jogos Olímpicos a partir de 2016, no Rio de Janeiro.

Também dentro das exigências olímpicas, o Aberto de São Paulo teve mais uma vez exames antidoping, com os campeões e um sorteado, tanto entre os homens como entre as mulheres, tendo que fazer coleta de material para o exame. São Paulo continua sendo a única federação a fazer exames antidoping em sua competições de alto desempenho, algo que não foi implantado ainda nem no Amador do Brasil.

Universitários – Terminou também neste domingo a disputa da primeira etapa do Circuito FAAP de Golfe Universitário, jogado em 36 buracos. Participaram 21 golfistas de 12 instituições de ensino, sendo que alguns, como é o caso de Pepê, participam também do Aberto de São Paulo. Os demais, que jogam apenas o Universitário, foram a campo logo após o último grupo do dia.

Pepê mais uma vez foi o destaque do dia ao ser o campeão geral universitário e também levar o título por equipes, com seus companheiros de FAAP, instituição que ajudou a criar o circuito e o patrocina. Antônio Bias Bueno Guillon, diretor-presidente da FAAP, compareceu para entregar os prêmios. Felipe Cobra, da PUC, foi o campeão masculino com handicap, enquanto Bianca Vidal levou o prêmio feminino.

Patrocínio – O 63º Aberto do Estado de São Paulo foi organizado pela Federação Paulista de Golfe e pelo Clube de Campo de São Paulo, com apoio do Portal Brasileiro do Golfe e da revista Golf & Turismo, líder de mercado em seu setor. A Federação Paulista tem entre seus patrocinadores e parceiros a Embrase Segurança e Serviços, a RNA Automovive, Air Liquide e Azul Linhas Aéreas.

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