Aberto do Brasil: Adilson comanda equipe YKP/Azeite 1492, no Rio

18/09/2015


Golfista olímpico do Brasil volta a jogar no Itanhangá, após 15 anos, como um dos favoritos


Adilson: experiência para dividir com os mais jovens e humildade para saber que precisa melhorar sempre
Adilson: experiência para dividir com os mais jovens e humildade para saber que precisa melhorar sempre

Por: Ricardo Fonseca | Foto: Luke Walker/Gallo Images

O profissional gaúcho Adilson da Silva, da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, um dos três golfistas brasileiros que hoje integram o ranking olímpico para os Jogos do Rio 2016, ao lado de Lucas Lee e Miriam Nagl, volta a jogar no Itanhangá Golf Club, no Rio, depois de 15 anos de sua última participação em eventos oficiais no Brasil, como um dos favoritos para vencer o 62º Aberto do Brasil, que tem o Azeite 1492 como um de seus patrocinadores. Adilson vai jogar no torneio do PGA Tour Latinoamérica, com US$ 175 mil em prêmios, ao lado de seus três companheiros de equipe YKP/Azeite 1492, que são, pela ordem, os três primeiros colocados do ranking profissional brasileiro: o paranaense Daniel Stapff, membro do PGA Tour LA; o gaúcho Rafael Barcellos; e o paulista Ronaldo Francisco.

Único brasileiro que esteve em todos os rankings olímpicos para os Jogos do Rio 2016,desde que a lista começou a ser divulgada semanalmente pela Federação Internacional de Golf (IGF), há 14 meses, Adilson, de 43 anos, é o jogador mais experiente que o Brasil tem hoje no circuito mundial, com 11 títulos internacionais, oito deles conquistados de 2009 a 2013. Somente este ano, Adilson já pontou sete vezes para o ranking mundial, que serve de base para o ranking olímpico, jogando em torneios do Tour Asiático e do Sunshine Tour (África do Sul), circuitos dos quais é membro oficial, e do Tour Europeu, que tem eventos co-sancionados com os dois primeiros, e são três dos maiores tours do mundo.

Brasil – Depois de jogar, há duas semanas, no Aberto da Rússia, seu 11º torneio da atual temporada do Tour Europeu, onde passou seu quinto corte consecutivo e tem como destaques o 12º lugar no Indian Open e o 15º no Tshwane Open, Adilson viajou de férias para Santa Cruz do Sul, cidade a 150 km de Porto Alegre, onde nasceu e começou a carreira como caddie. Lá, acompanhado pela esposa Althea e do filho Marcelo, de 1 ano e nove meses, tem aproveitado para visitar parentes, e treinar no bate-bola do Country Club local, já que as constantes chuvas o tem impedido de jogar no campo onde começou a carreira.

Adilson viaja para o Rio do domingo à noite e deverá treinar no Itanhangá segunda e terça-feira, para relembrar do circuito. Da última vez que jogou lá, no Rio de Janeiro 500 anos Open, torneio do Tour Europeu em comemoração aos 500 anos do Descobrimento do Brasil, Adilson jogou 74 e 71 e ficou a uma tacada do corte. Na semana seguinte, em seu último torneio oficial no Brasil, ele foi o 22º colocado no São Paulo 500 Anos Open, no São Paulo GC, onde jogou uma volta de 66 tacadas (-5) no sábado.

Itanhangá – “Lembro pouco do Itanhangá, só do buraco 9, ao lado da sede, e do 18, com água dos dois lados”, diz Adilson, que viu o temido último buraco do campo tirar o título do irlandês Padraig Harrington depois que ele jogou a bola na água e perdeu o desempate para o inglês Roger Chapman, em 2000. Na semana seguinte, Harrington ganhou em São Paulo. “Felizmente, com uma ou duas voltas de treino eu já consigo memorizar todo o campo de novo e estarei pronto para tentar um bom resultado no Aberto do Brasil”, conta.

Depois de reinar absoluto no ranking olímpico, como único brasileiro, Adilson viu Lucas Lee, duas vezes vice-campeão no Web.com Tour, ultrapassá-lo no ranking mundial e olímpico, a partir de julho. Mesmo assim, os dois vão se classificando por mérito próprio entre os 60 golfistas olímpicos, Lucas em 56º e Adilson em 59º. “Acho muito positivo ter outro brasileiro no ranking olímpico, o que tem feito com que um puxe o jogo de outro, cada um tentando melhorar e se aprimorar para ter a honra de defender o Brasil no Rio 2016”, diz Adilson. “Felizmente vamos nos classificando os dois e isso é muito bom para o Brasil”.

Patrocínio – Adilson jogou pela última vez no Brasil na Copa dos Campeões, em Gramado, em 2005, como convidado de honra, sem valer para o torneio. Ele conta que sempre quis voltar a competir aqui, mas os calendários do Tour Asiático e do Sunshine Tour, circuitos que joga em paralelo, não lhe dão muitas folgas no calendário, já que tenta jogar o máximo de torneios que pode em ambos, para manter seu cartão e para pontuar para o ranking mundial. Mas isso mudou este ano com o patrocínio da YKP e do Azeite 1492, que lhe permitiram vir para o Aberto do Brasil.

“Tive que abrir mão de um torneio de US$ 1,2 milhão, na próxima semana, no Japão, para vir jogar no Aberto do Brasil, mas meus patrocinadores mereciam esse meu esforço, sobretudo porque em 21 anos de carreira é a primeira vez que tenho o apoio de empresas brasileiras”, conta Adilson. “Com a proximidade dos Jogos Olímpicos também é importante ajudar a divulgar mais o golfe para o público brasileiro, e espero poder transmitir um pouco da experiência que tenho e dar conselhos para os jovens profissionais brasileiros que estão começando e para meus companheiros na equipe YKP/Azeite 1492”.

Experiência – “Quando contratamos o Adilson da Silva para completar nossa equipe, queríamos exatamente isso, ter um jogador experiente, confirmado, que pudesse transmitir conhecimentos para os jovens valores do nosso time, como o Daniel Stapff” diz Sergio Carpi, responsável pela operação do Azeite 1492 no Grupo Libra e presidente do Itanhangá, que volta a receber uma grande competição internacional com o Aberto do Brasil deste ano. “O Adilson é um reforço importante para nossa equipe, mas também estamos muito orgulhosos de poder trazê-lo de volta para jogar na frente da torcida brasileira, depois de tanto tempo”, diz Yim King Po, presidente da YKP.

Adilson, que começou a carreira profissional aos 18 anos no Zimbábue, onde foi morar a convite de um empresário inglês para quem carregava bolsa em Santa Cruz, hoje mora em KwaZulu-Natal, perto de Durban, um dos maiores centros de golfe e de turismo da África do Sul. Althea, sua mulher, que tinha um restaurante em Johanesburgo, com a chegada do filho trabalha agora apenas como consultora de hotéis, para poder ficar mais tempo com a família.

Rio 2016 – Apesar de integrar o ranking olímpico por 14 meses consecutivos, Adilson tem experiência suficiente para saber que muita coisa pode mudar nos 10 meses que faltam para os 60 jogadores para o Golfe 2016 serem definidos. “Veja o exemplo do Lucas, que não estava nem perto, e em duas boas semanas me passou no ranking e entrou na lista”, cita Adilson.

“Para chegar aos Jogos do Rio preciso me dedicar muito ainda, treinar muito, jogar muito e sobretudo melhorar meu jogo com o putter”, diz Adilson. “Tenho batido bem a bola, mas os putts ainda me deixam na mão de vez em quando e preciso mais consistência em cima dos greens”, avalia Adilson, que só agora, depois de uma carreira repleta de sucessos, começa a ser mais conhecido do púbico de seu país. “Tenho muito orgulho de ser brasileiro e de jogar no mundo todo com as cores de meu país”.

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