Aberto do Brasil: Becker faz três eagles para vencer de virada

10/11/2014


Membro da equipe YKP/Azeite 1492 é o primeiro brasileiro a ganhar um torneio do PGA Tour


Sergio Carpi, do Azeite 1492, patrocinador do torneio e do jogador, comemora título ao lado de Rafa Becker
Sergio Carpi, do Azeite 1492, patrocinador do torneio e do jogador, comemora título ao lado de Rafa Becker

texto e fotos: Ricardo Fonseca

Três eagles nos últimos oito buracos deram ao profissional paulista Rafa Becker, de 23 anos, uma volta de 62 tacadas, sete abaixo do par, e o título do 61º Aberto do Brasil, encerado neste domingo, no Gávea Golf & Country Club, no Rio de Janeiro. Becker, da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, somou 262 (67-66-67-62) tacadas, 14 abaixo do par, para virar o jogo nos buracos finais, ser campeão com três de vantagem e se tornar o primeiro brasileiro a vencer não só no PGA Tour Latinoamérica, mas em qualquer torneio organizado pelo PGA Tour americano.

Para saber mais:
Rafa Becker entra direto como número 754 do ranking mundial
Título do Aberto do Brasil faz de paulista o quarto melhor profissional brasileiro da lista

Vídeo: veja como Rafa Becker venceu o Aberto do Brasil
Assista aos três eagles do primeiro brasileiro a vencer um torneio do PGA Tour LA

“É um sonho que se realiza”, diz Becker, que jogou 29 (-7) nos nove buracos finais, com uma sequência estonteante de jogadas. Depois de fazer o par do campo nos primeiros dez buracos, Becker bateu driver para o green do buraco 11, um par 4 curto, com 340 jardas, para deixar a bola a um metro da bandeira e embocar para eagle. No 12, outro par 4, sua tacada de aproximação bateu na haste da bandeira e ficou dada para birdie. No 13, um par 5 com água ao fundo, ele acertou a banca de raia e de lá foi para a banca antes do green, de onde embocou de chuá para fazer novo eagle e assumir a liderança do torneio com 12 abaixo do par.

Veja, abaixo, os resultados completos do torneio

Vitória – Becker não teve a mesma sorte da banca do green do 14, de onde passou muito o buraco e deu dois putts para fazer bogey. Mas ele se recuperou a seguir com mais um magnífico approach no 15, onde ficou a um metro e converteu o birdie que o recolocou na liderança isolada, com 12 abaixo. Becker ainda salvou a par da banca do 17, antes de bater um driver magnífico no 18, um par 5 curto (o buraco 9 do campo, que teve os finais de suas duas metades invertidos para o torneio), para colocar uma mão na taça que já foi levantada, entre outros, por Sam Snead, Gary Player, Raymond Floyd, Jerry Pate, Hale Irwin, Ángel Cabrera Vicente Fernández, Roberto de Vicenzo e por seu maior ganhador, Mário Gonzalez.

Nas fotos ao lado, de cima para baixo: Becker vê a bola entrando no buraco para fazer eagle no 18 e selar a vitória; dois momentos da comemoraração; Michael Whyte, do Credit Suisse Hedging-Griffo, patrocinador Master, que apresentou o torneio, entrega cheque simbólico ao campeão; a princesa Maria Francisca de Orleans e Bragança eterniza o momento em seu celular; Becker, com o pai, Tony; André Tourinho, o melhor amador, ao lado do campeão; e Becker com a Pedra da Gávea ao fundo, cartão postal do clube

Com a segunda tacada no green, Becker precisava apenas dar dois putts para garantir um birdie e o título, sem se preocupar com o argentino Ariel Cañete, líder da véspera, que vinha dois grupos atrás, com 11 abaixo, e com o americano Joel Dahmen, que jogando à sua frente já era o líder na sede, com 11 abaixo. Precisar não precisava, mas Becker embocou um putt de dez metros para fazer seu terceiro eagle do dia e dar início à comemoração do título mais importante do golfe brasileiro nesta década.

Sim, nós podemos! – “Este título é para mostrar que nós brasileiros também podemos vencer torneios do PGA Tour” diz Becker. “Os jovens profissionais do Brasil, como Daniel Stpaff (seu companheiro de equipe YKP/Azeite 1492), Felipe Navarro e muitos outros que estão começando a carreira veem agora que é possível chegar aqui e tudo o que precisam é acreditar, jogar bem e ter uma boa semana de golfe”.

Becker fez questão ainda de agradecer seus patrocinadores, Sergio Carpi, do Azeite 1492, do Grupo Libra, e Yim King Po, da YKP, que criaram a equipe com exponenciais da “geração olímpica” do golfe brasileiro em fevereiro, e ajudaram a transformar o golfe profissional brasileiro. “Jogar com o respaldo de um patrocinador faz toda a diferença”, diz Becker. “Esse jogo já é difícil demais e poder jogar sem se preocupar com o dinheiro, ter apenas o golfe na cabeça, tem sido decisivo para todos nós”, diz o campeão. Tanto Becker como Daniel venceram seus primeiros torneios profissionais, no Circuito Brasileiro, este ano, já como membros da equipe YKP/Azeite 1492.

Novos planos – O título no Rio fez com que Becker saltasse do 70º lugar para a 16ª posição do ranking do PGA Tour LA, que classifica os cinco primeiros para jogar a temporada de 2015 do Web.com Tour, o circuito de acesso ao PGA Tour. Com US$ 35,7 mil ganhos, Becker ainda está US$ 12,3 mil da zona de classificação, mas com três torneios a jogar, a começar pelo desta semana no Chile, e dois outros na Argentina. Becker, que agora já tem o cartão do PGA Tour LA garantido para 2015, não quer se precipitar.

“Eu primeiro preciso ir para o Chile jogar tacada por tacada, sem pensar em mais nada, e depois jogar os dois torneios na Argentina para ver o que dá”, diz Becker, tentado afastar a pressão dele mesmo. Mas melhor do que ninguém ele sabe que um segundo lugar ou duas boas colocações nos torneios finais podem colocá-lo no Web.com em 20156, a tempo de se colocar em posição de lutar por uma vaga no golfe dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio.

Recordes – O resultado de 14 abaixo de Becker é o novo recorde par 72 buracos do novo campo do Gávea, que teve todos os buracos da praia (10 ao 14) reformados há dois anos por Gil Hanse, o designer do campo olímpico da Barra da Tijuca, superando a marca de 11 abaixo com que o americano Ryan Blaum venceu em 2013. Esse é também o resultado mais baixo de um campeão do Aberto do Brasil, de 265 tacadas, que o americano Hale Irwin estabeleceu em 1982 e havia sido igualado por Blaum no ano passado.

Um brasileiro não vencia o Aberto do Brasil desde 2008, quando Rafael Barcellos foi campeão no Damha Golf Club, de São Carlos, quando o torneio voltou a ser jogado, depois de dois anos de interrupção, com poucos estrangeiros em campo e teve Alessandro Fabietti como vice-campeão. Antes dele, o último brasileiro a vencer o Aberto do Brasil havia sido Philippe Gasnier, em 2004, na Bahia.

Tourinho – Dos 12 brasileiros que passaram o corte, o segundo mais bem colocado foi o profissional Rodrigo Lee, que somou 175 (-1) para empatar em 23º lugar com o carioca André Tourinho, que ganhou o prêmio de melhor amador do torneio, depois de ter sido o líder do segundo dia. O paranaense Daniel Stapff, líder do primeiro dia, terminou em 27º, no par do campo, empatado com seu companheiro de equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, o paulista Ronaldo Francisco.

O 61º Aberto do Brasil, patrocinado pela Credit Suisse Hedging-Griffo, tem ainda patrocínio da YKP, Azeite 1492, BMW, Sportv, Klabin, Rolex (relógio oficial) e Nespresso (café oficial). O campeonato conta com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte e apoio do R&A, Gávea Golf e Federação de Golfe do Estado do Rio de Janeiro. O evento é organizado pela Confederação Brasileira de Golfe e tem promoção da IMX.

  • Onde Jogar

    Como chegar. Dicas de hospedagem e alimentação. Preços e serviços

  • Turismo

    Aproveite o acordo entre a Pousada Travel Inn Trancoso e o Terravista Golf Course

  • Golfe 2016

    Paris 2024: Corrida olímpica começa com o brasileiro Rafa Becker entre os Top 50


  • Newsletter

    Golfe.esp.br - O Portal Brasileiro do Golfe

    © Copyright 2009 - 2014 Golfe.esp.br. Todos os direitos reservados