27/02/2012
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Vídeo: veja a incrivel virada de Rory para ir à final do Match Play
Vídeo: veja como Hunter venceu e impediu McIlroy de ser nº 1 esta semana
por: Ricardo Fonseca
Jogando um golfe sólido, com drives longos, approches certeiros e putts mortais, o americano Hunter Mahan, de 29 anos, impediu que o norte-irlandês Rory McIlroy, 22 anos, chegasse ao posto de número 1 esta semana ao derrotá-lo por 2 & 1 (vencia por dois buracos no 17, restando um a jogar) na final do Accenture Match Play Championship, na tarde deste domingo, no campo Ritz-Carlton de Dove Mountain, em Marana, bem no meio do deserto do Arizona. Na decisão do terceiro lugar, também à tarde, Mark Wilson, dos EUA, derrotou o inglês Lee Westwood, número 3 do mundo, por 1 up, no único jogo do dia, incluindo as semifinais da manhã, que chegou ao buraco 18.
Nesses cinco dias e seis rodadas, Mahan jogou 96 buraco e fez birdies em 35 deles – mais de um a cada três buracos – uma marca impressionante que lhe rendeu o apelido de “Birdie Machine” (Máquina da Birdies) entre os jornalistas que cobriam o evento. Foi graças a isso que, no caminho do título, ele derrotou cinco profissionais que jogaram na Ryder Cup ou na Presidents Cup (ambas competições de elite do match play), sendo três deles ex-campeões de majors. O único que não se enquadra nesse grupo é Mark Wilson, o terceiro colocado, que subiu 18 posições no ranking mundial de golfe para ser o 24º colocado.
Arrancada – Com o título, que começou a ser construído na manhã de domingo, quando superou o Wilson por 2 & 1, Mahan subiu da 22ª para a nona colocação do ranking mundial de golfe, a primeira vez da carreira que chega entre os Top 10. Mahan ganhou o prêmio de US$ 1,4 milhão e se tornou o primeiro americano a vencer o Accenture, desde 2008. Ele tem agora quatro títulos do PGA Tour na carreira e o segundo consecutivo de um evento dos World Golf Championships, a série de quatro campeonatos mundiais (cinco a partir de 2013), depois de ter vencido o Bridgestone de 2010, e garantiu seu cartão do PGA Tour até 2015.
Para Rory, a vitória de virada da manhã, contra seu amigo Westwood, na semifinal com gosto de final, o jogo que ele ansiou a semana toda, parece tê-lo drenado emocionalmente. Quando voltou a campo, uma hora depois, para a final contra Mahan, o norte-irlandês era um jogador totalmente diferente daquele que fez sete birdies em dez buracos, para virar o jogo de 3 down para 3 up, vencer Westwood e ter a chance de lutar pelo título que o teria colocado na liderança do ranking mundial de golfe.
Vantagem – Mahan, que vinha da parte superior da chave de 64 jogadores, teve a “honra” de bater primeiro no tee do 1 na final. McIlroy desperdiçou a chance de assumir o mando do jogo no tee do 1, ao errar um putt de 1,2 metro para vencer com par e, a partir daí, começou a fazer uma série de erros que o obrigaram a se superar para também empatar os quatro buracos seguintes, um deles com birdie, outro com bogey.
O americano continuou batendo primeiro e colocando pressão em Rory em cada buraco. Mas foi a partir do 6, quando venceu três buracos seguidos, que Mahan abriu a vantagem de 3 up, com dois birdies, que definiu o jogo. No buraco do meio desta série, o 7, Mahan abriu as portas ao errar o green e ficar numa depressão do terreno, mas Rory, de ferro curto na mão, mandou a bola para o mesmo lugar. Com o agravante de que o norte-irlandês errou o primeiro chip, viu a bola voltar do green até seus pés, e perdeu com um duplo bogey, num dos raros buracos onde Wilson fez bogey na semana.
Reação tardia – Mahan ainda venceu o buraco 10, com mais um birdie, para abrir 4 up, mas quando todos já contavam um rápido desfecho, Rory começou a jogar. Embocou de fora, com um chip de 20 metros, para fazer eagle no 11, um par 5, onde Mahan teria feito birdie, para diminuir para 3 down, e quase mete outro birdie no 13, também de par 5, onde Mahan “salvou” um birdie da banca com um putt de dois metros e meio que pode ter feito toda a diferença.
Rory continuou sua reação no 14, ao vencer com mais um birdie, e bateu drive para o green do 15, um par 4 curto, onde Mahan bateu bem, mas não chegou ao green. Rory fez o birdie que poderia tê-lo deixando perdendo por apenas um buraco, restando três a jogar, mas Mahan, que optou por bater putt de fora, deixou dada para birdie e manteve-se duas à frente até o final antecipado, no 17. A partir do 11, Rory jogou cinco abaixo em cinco buracos, mas nem isso foi capaz de parar Mahan. A reação começara tarde demais.
Elogios – “McIlroy é o melhor jogador do mundo na atualidade”, elogiou Mahan, no final. “Eu sabia que ele ia atacar a qualquer momento, e ele fez isso, mas a vantagem que eu tinha já era grande e eu consegui responder empatando o 13 e o 15 com birdies que foram decisivos”, conta o campeão.
McIlroy reconhece que demorou demais para voltar ao jogo depois do desgaste emocional da manhã. “Eu tentei voltar, mas eu já tinha me deixado ficar com uma diferença muito grande”, conta o número 2 do mundo, que pela manhã virou o jogo que perdia por 3 contra West, mas com uma reação que começou na primeira metade do campo, não na segunda, quando os buracos vão acabando. “Mas isso não é uma desculpa” adverte McIlroy. “Mahan foi sempre sólido e mais do que mereceu ser o campeão”.
Batalha adiada – O norte-irlandês sabe que essa foi apenas a primeira de muitas oportunidades para ser o número 1 do mundo, sobretudo agora que o vice-campeonato o deixou bem próximo em pontos do inglês Luke Donald, o número 1 do mundo, que perdeu na primeira rodada do Accenture. Afinal, nos últimos dez torneios que disputou, desde agosto de 2011, o talentoso menino de 22 anos terminou nove entre os cinco primeiros, incluindo uma vitória e quatro vice-campeonatos.
O novo capítulo da luta pela liderança do posto de número 1 do mundo começa já esta semana, no Honda Classic, onde Rory enfrenta os melhores do mundo, mas sem Donald em campo. E prossegue na semana seguinte, no Doral, no Cadillac Championship, o segundo dos WGC, desta vez com todos os 50 melhores do mundo, incluindo Donald, em busca do título.
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