Acredite se quiser: Tiger não passa corte na Escócia

17/07/2009


Número 1 do mundo fica fora da decisão de um major pela segunda vez na carreira


por: Ricardo Fonseca*

Tiger Woods: Foto: cortesia USGA/John Mummert Enquanto Tom Watson, de 59 anos, pode se tornar o mais velho ganhador de um major, no major mais velho do mundo, Tiger Woods, o número 1 do mundo, vai assistir as duas voltas finais do British Open de casa, se ele ainda tiver estômago para encarar o campo de Turnberry, na Escócia, onde não passou o corte pela segunda vez num major e pela sexta em toda a sua carreira profissional, ou seja, 220 torneios.

As imagens de Watson, sorridente como um menino, ao embocar putts imensos, acima de 12 metros, para fazer birdies no 16 e no 18 e assumir a liderança ao lado do azarão Rick Marino, contrastavam com as de Tiger, carrancudo, quase apressado, que perdeu uma bola e encontrou uma banca para fazer três bogeys e dois duplos bogeys – sete acima – num intervalo de seis buracos entre a primeira e a segunda metade do campo.

Dormie – Para quem já havia jogado mal – 71, uma acima do par – na estréia, num dia em que um terço dos jogadores terminou abaixo do par, a sucessão de erros foi fatal. Ao chegar ao tee do 16, com sete acima e o corte previsto para quatro acima, Tiger estava numa espécie de “dormie”, termo de match play que significa que você precisa vencer todos os buracos até o 18 para empatar o jogo. No caso de Tiger, ele precisava fazer birdies em cada uma dos três buracos finais, para ter chances de jogar no final de semana.

Foi então que Tiger teve um lampejo do velho e bom Tiger. Embocou um putt respeitável no 16 (buraco onde ontem colocou a bola na água) para fazer birdie. No 17, o segundo e último par cinco do campo, arriscou a segunda para o green, passou um pouco, mas deixou o chip dado para mais um birdie. Mas não foi um déjà-vu completo, como o de Watson. Ficou faltando o birdie do 18, onde errou a sétima raia e o nono green do dia, para salvar um par com gosto de derrota.

Rough – Quando não passou o corte pela primeira vez num major, no U.S. Open de 2006, o mundo entendeu Tiger, que tinha acabado de enterrar o pai. Mas ele foi à forra, vencendo os dois majors seguintes, o British Open e o PGA Championship. Dessa vez, após três vitórias na temporada, não havia desculpa para quem parecia em estado de graça. A não ser os tiros errantes do tee, que não combinavam com o rough alto de Turnberry. Condições que Tiger não enfrentou em nenhum de sua três vitórias anteriores nos campos britânicos.

Para Tiger, resta agora o PGA Championship, de 13 a 16 de agosto, no Hazeltine National Golf Club, em Chaska, Minnesota, para tentar vencer seu 15º major e não passar o ano em branco. Desde que virou profissional, em 1997, Tiger só não venceu majors em três temporadas: em 1998, quando fez a primeira grande mudança em seu swing, e em 2003 e 2004, quando voltou a reconstruir seu swing. Como agora, quando teve que adaptar seu movimento às exigências de um joelho reconstruído.

Azarões – Além dos azarões da liderança – o fato de ter vencido oito majors, cinco deles no British Open e o último há 26 anos, não exclui Watson do grupo – existe muita gente boa entre os 21 jogadores que permanecem abaixo do par e dividem as 14 primeiras colocações. Lá estão, com três abaixo, duas atrás dos líderes, Retief Goosen, renascido após sua primeira vitória em quatro anos; Miguel Angel Jimenez, o líder do primeiro dia; e Vijay Singh, que fez as pazes com o putter.

Lee Westwwod, que jogou ao lado de Tiger está com dois abaixo, enquanto, com uma tacada a menos, temos Sérgio Garcia, Camilo Villegas, Jim Furyk e Angel Cabrera, a caminho da terceira perna do Grand Slam. Emoção garantida para quem acredita que o golfe não se resume ao atual número 1 do mundo.

Tiger Woods partiu. Deixa viúvas.

*O jornalista Ricardo Fonseca é diretor de conteúdo do Portal Brasileiro do Golfe e editor-chefe da revista Golf & Turismo

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