Adeus a Ricardo Rossi: jogadores e amigos se despedem de um dos grandes homens do golfe

10/09/2016

Entre seus feitos está um 17º lugar no British Open, bronze no Mundial e os campos do Terras e do Damha

 

Ricardo Rossi com a esposa, Vera, e a taça do torneio anual em sua homenagem no São Paulo GC. Foto: Thais Pastor

por Ricardo Fonseca

Velório e cremação
Ricardo Rossi está sendo velado na manhã deste sábado, até as 12 horas, no Cemitério da Paz, no Morumbi, na Rua Doutor Luiz Migliano, 644, Jardim Vazani, em São Paulo, telefone: (11) 3742-8584. A cerimônia de cremação será no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, São Paulo, na rua Horto da Paz, 191. Telefone: (11) 4666-5067.

O golfe mundial perdeu na noite desta sexta-feira um de seus grandes “Senhores”, quando Ricardo Rossi, doente havia algum tempo, nos deixou, para entrar na história como um dos maiores golfistas que o Brasil já teve. Argentino de nascimento, Rossi adotou o Brasil como seu país a adolescência e ajudou a escrever algumas das páginas mais importantes do golfe nacional.

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Nas fotos ao lado, de cima para baixo: Rafael Navarro, Jaime Gonzalez, Priscillo Diniz, Fernando Chaves Barcellos, Ricardo Rossi e Jesse Rinehart, em 1974 na República Dominicana; Carlos Gonzalez, Rosaldo Malucelli, Ricardo Rossi e Andre Egoroff; Ricardo Rossi com Rafael Navarro, Felipe Navarro, Steve Bergner, Erik Anderson, Luizinho e Roberto Gomez; o beijo de Carlão e André, e a Vera entregando a premiação da Copa Ricardo Rossi, no SPGC

Ricardão, como o chamavam os amigos, começou a jogar golfe aos 5 anos, no tradicional Ranelagh Golf Club, da Argentina, onde seu avô, Enrique Martins Rossi, trabalhava como profissional. O pai de Ricardo, Amando Rossi, também tinha o golfe como profissão. Foi ele quem treinou o filho desde cedo, com objetivo de torná-lo um jogador fora de série.

Carreira – Aos 14 anos, Ricardo já era handicap 2. Aos 15 anos, tinha handicap zero. Tornou-se profissional aos 17 anos e, um ano depois, venceu o seu primeiro torneio, o Aberto do Uruguai, tornando-se, na época, um dos profissionais mais jovens do mundo a vencer um torneio desse porte. Ricardo Rossi era conhecido não apenas por seu swing, considerado tecnicamente perfeito, e pela qualidade de seu jogo, mas também pela distância de seus drives.

A história de amor de Rossi com o Brasil começou em 1951, quando se apaixonou pelo país e decidiu se radicar como profissional do São Paulo Golf Club. Ele lembrava sempre aos amigos que eles eram brasileiros por acaso, por terem nascido aqui, ao contrário dele que era “brasileiro por escolha”.

Majors – Ricardo Rossi teve a honra de ser o primeiro brasileiro a passar o corte em um major, no Masters de 1953, quando terminou em 55º lugar. Ele também, disputou cinco British Opens, tendo como destaque o 17º lugar no torneio de 1956, em Hoylake. Em 1952, ficou em segundo lugar no Aberto do Brasil, perdendo o título para o lendário Sam Snead. Como profissional, ele disputou torneios em quase todos os países da América do Sul, além de Itália, Inglaterra, Escócia, África do Sul, Egito e Estados Unidos.

Em 1960, Rossi voltou a ser amador, vencendo mais de 120 torneios ao redor do mundo. Com ele na equipe, o Brasil viveu seu momento mais importante no Mundial de Golfe, a Taça Eisenhower de 1974, na República Dominicana, quando o país conquistou seu único pódio e medalha de bronze, jogando ao lado de Priscillo Diniz, Jaime Gonzalez e Rafael Navarro.

Rossi foi ainda três vezes campeão do Amador do Brasil em 1973, 1977 e 1978 e quatro vezes campeão da Los Andes, o Sul-americano de Golfe por Equipes. Foram duas vezes como jogador, em 1972, no São Paulo GC, com Jaime Gonzalez, Carlos Sozio e Douglas McFarlane, e em 1975, em Quito, no Equador, com Priscillo Diniz, Douglas McFarlane e Sergio Nogueira; e duas como capitão, em 1982, no São Paulo GC, e em 1988, em Montevidéu, no Uruguai.

Designer – Rossi também foi um dos mais importantes arquitetos de campos de golfe do Brasil, tendo projetado e construído a segunda volta do campo de 18 buracos do Terras de São José Golf Club, em Itu (SP). Durante muitos anos ele foi presidente do Terras de São José até sofrer uma doença debilitante que o afastou de atividades profissionais, mas não do golfe, prestigiando os principais torneios do Brasil e os muitos feitos em sua homenagem, com a Copa Ricardo Rossi, para golfistas iniciantes e infantis, que o São Paulo organiza até hoje.

Em 2003, foi convidado por Anwar Damha para projetar e construir o Damha Golf Club, que realiza na próxima semana seu décimo Aberto. “O campo do Damha é minha obra-prima”, orgulhava-se Ricardo Rossi. “Coloquei no campo do Damha a experiência de toda uma vida toda jogando golfe pelo mundo inteiro”.

Carlos Gonzalez, presidente do Damha, lamentou a morte do amigo. “Devemos muito a ele; o golfe brasileiro deve muito a ele”, disse Carlão. “Tivemos o privilegio de conviver com esse grande homem, cuja sua missão aqui na Terra foi cumprida com muita maestria e honradez”, comenta. “Que vá em paz esse grande mestre de todos nós, tendo a certeza de ter deixado um imenso legado”.

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