Amador do Brasil termina em ritmo de Brasil x Argentina

20/07/2014


Carbonetti faz melhor volta do dia para ser vice e ameaçar Tourinho, líder desde o 1º dia


Tourinho: líder desde o primeiro dia, mas com bicampeonato brasileiro de golfe ameaçado por argentino
Tourinho: líder desde o primeiro dia, mas com bicampeonato brasileiro de golfe ameaçado por argentino

por: Ricardo Fonseca | fotos: Thais Pastor

A final que muitos queriam ver na Copa do Mundo FIFA vai se realizar neste domingo, no São Fernando Golf Club, em Cotia (SP), quando o carioca André Tourinho, líder desde o primeiro dia, começa a volta final do 84º Campeonato Amador de Golfe do Brasil ainda em primeiro, mas ameaçado pelo argentino Horácio Carbonetti, que fez a melhor volta do sábado para saltar à vice-liderança, duas tacadas atrás do brasileiro. O paulista Luiz Jacintho, que corre por fora, com outras duas tacadas atrás, completa o grupo dos líderes, que vai a campo mais cedo, a partir das 10h30.

Ao lado, o placar do masculino. Nas fotos ao lado, de cima para baixo, André Tourinho no finish no 16; Horácio Cabonetti, no tee do 4; o swing pouco ortodoxo, mas eficiente, de Luiz Jacintho; Luis Thiele e sua montanha russa de emoções; e Clara Teixeira, garantindo seu primeiro título brasileiro e vaga no Mundial Amador

Tourinho dormiu líder pelo terceiro dia consecutivo graças à gordura acumulada na estreia, quando jogou 66, cinco abaixo. Ele devolveu uma tacada ao campo no segundo dia, ao jogar 72, e mais três no terceiro (74), para chegar à decisão com uma abaixo no total e apenas duas de vantagem, depois de ter começado o dia ganhando por cinco.

Erros – “Não joguei bem”, resume Tourinho, que abriu a volta com birdie no buraco 1, pelo terceiro dia consecutivo, mas fez bogeys nos três buracos seguintes graças a um drive errado pela direita no 2, que o obrigou a voltar para a raia com a segunda; outro drive errado no 3, desta vez pela esquerda; e outro drive errado à direita no 4. Tourinho teve a chance de recuperar uma tacada no 7, de par 5, aonde chegou com a segunda no green, mas deu três putts. O brasileiro ainda salvou um bom par no 9 para jogar 37, duas acima, de ida.

Na segunda volta foi a vez no putt falhar. Tourinho não conseguiu embocar para birdie no 11 e no 12, e só fez seu segundo e último birdie do dia no 13, de par 5, onde passou um pouco o green com a segunda, mas deixou perto com a terceira. Após nova chance de birdie desperdiçada no 14, ele errou o drive pela esquerda no 14, deu um bom tiro de recuperação para a entrada do green, mas ficou muito curto para a bandeira na tacada seguinte e ainda deu três putts para fazer seu primeiro duplo bogey da semana. Tourinho teve putts par birdie nos três buracos finais, mas nenhum entrou.

Hermanos – “Eu não gostaria que um argentino ganhasse o aberto de meu país”, diz Tourinho, sobre sua motivação para a volta final. Ele se referia a Horácio Carbonetti, que fez cinco birdies para jogar 69, duas abaixo e melhor volta do dia, para por pressão no líder. O argentino de 21 anos vem melhorando de resultado a cada dia, depois de jogar 74 na estreia e 71 no segundo dia. E além de seu bom golfe, tem o esporte como tradição numa família de jogadores excepcionais.

Horácio Carbonetti tem o mesmo nome do pai, um dos melhores golfistas da América do Sul, com nove participações na Los Andes, de 1969 e 1974, das quais venceu quatro das últimas cinco, e com 31 vitórias profissionais ao redor do mundo, incluindo duas – Porto Alegre, em 1972, ainda como amador, e Rio de Janeiro, em 83. Horário pai também jogou no British Open, onde seu 64 na segunda rodada de Muirfield, em 1980, foi por muito tempo recorde do campo. Membro do Tour Europeu de 1978 a 1981, o pai de Horácio, hoje com 66 anos, joga no Senior Tour Europeu, onde já venceu duas vezes.

O tio, Luiz Carbonetti, de 61 anos, irmão mais novo do pai, tem currículo tão impressionante quando o de Horácio, o sênior, onde se inclui o primeiro lugar individual no Mundial Amador de 1982 e 1984, e oito Los Andes, com quatro títulos, entre suas 43 vitórias como amador. Como profissional, são mais 28 títulos, incluindo três no Senior Tour Europeu.

Destaques – Mas o Brasil pode ter outro reforço para a luta contra o argentino: Luiz Jacintho, que depois de ter começado o torneio em terceiro, com 71, jogou duas voltas de 73 par chegar à decisão em terceiro, quatro atrás de Tourinho e duas atrás de Carbonetti. Tourinho começou a rodada de sábado dando duas da banca do dois para fazer um duplo bogey, acusou o golpe e fez mais quatro bogeys nos seis buracos seguintes para jogar 41, seis acima, de ida. Mas ele se recuperou com quaro birdies na segunda metade do campo, para voltar a ter chances de lutar pelo título e dormir com a sensação e que recuperou seu melhor jogo.

Luiz Thiele, vice-líder dos dois primeiros dias, jogou seu segundo 74, depois do 69 da estreia, e foi dormir com a sensação oposta, depois de ter caído para o quarto lugar. Seu jogo oscilou demais no sábado, sobretudo na segunda metade do campo. Foram dois birdies, seguidos de dois bogeys, de ida, e uma montanha russa de emoções de volta.

Montanha Russa – Thiele fez duplo bogey no 10 ao ficar curta para o green e dar três putts. Recuperou-se com um bom tiro e um putt de longe no 11, mas meteu a bola fora de campo para novo duplo bogey no 12. No 13, de par 5, novo birdie, só para fazer dois bogeys a seguir. O quinto birdie do dia no 17 – ele aproveitou os três pares cinco do campo – o deixaram cinco atrás do líder e ainda com chances de sonhar com o título.

Dois outros favoritos não conseguiram se recuperar de seus erros. O uruguaio Juan Alvarez vinha com duas abaixo no dia e com vaga no pelotão, até devolver cinco tacadas nos quatro buracos finais, com um duplo bogey e três bogeys seguidos. Já o brasileiro Pedro da Costa Lima, o Pepê, que aniversaria neste domingo, estreou com inexplicáveis 79 tacadas, melhorou para 72 na sexta e vinha uma abaixo até o buraco 14 de sábado, até que dois duplos bogeys seguidos o derrubaram definitivamente no placar.

Taça Mario Gonzalez – Quem também não foi bem em todo o torneio foi o campeão brasileiro juvenil Pedro Junqueira, que só quebrou 80 no segundo dia. Como ele forma com Tourinho a dupla brasileira para Taça Mario Gonzalez, torneio internacional de duplas paralelo à competição principal, o Brasil caiu para o terceiro lugar, sem chances de recuperação, com 542 tacadas, 19 atrás dos líderes.

Nesse torneio parece ser inevitável a vitória da Argentina que soma 433 tacadas graças a Carbonetti e seu parceiro, o pouco experiente canhoto Augusto Bruchmann que vem em quinto na classificação geral, empatado com Alessandro Fabietti, ambos com seis acima. O Chile dos juvenis Carlos Bustos e Tomás Gama vem em segundo, com 441, 11 à frente do Brasil.

Feminino – Entre as melhores, depois de um tropeço no segundo dia, quando jogou 82, dez a mais do que na estreia, o carioca Clara Teixeira jogou 71, o par do campo e melhor volta de todo o torneio, para ficar perto de vencer de ponta a ponta e ser campeã brasileira pela primeira vez. Clara soma 225 tacadas, 13 à frente de sua irmã mais nova, Vitória, segunda colocada com 238.

Andrea Arruda, com 240, completa o pelotão feminino, que sai pelo tee do 10 no mesmo horário que o masculino pelo 1, às 10h30, com chances de ser vice mas tendo que se cuidar para não perder o terceiro lugar para Luciana Fuchs, que vem uma atrás, com 241, ou para Lúcia Guilger, a barata, número 1 do Brasil, que jogou sua primeira volta abaixo de 80 para subir para o quinto lugar com 243.

Público – Duas das 14 mulheres e oito dos 68 homens em campo foram cortados e não jogam na volta final. Outros três homens já haviam deixado o campo por desistência ou desclassificação. Depois de uma rápida passagem de uma frente fria no final da tarde de sexta-feira, com muito vento, esfriou, mas o sol deve brilhar o dia todo na volta final e talvez levar um pouco de público para ver a volta final da maior competição brasileira amadora, que esteve às moscas nos três primeiros dias.

Se o nível técnico do torneio está um dos mais baixos da história do Amador do Brasil, a disputa Brasil x Argentina pode motivar o público. E o campo merece ser visto, pois o São Fernando está com condições impecáveis e elogiada por todos.

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