19/07/2014
por: Ricardo Fonseca | fotos: Thais Pastor
Num dia onde o campo do São Fernando cobrou pedágio de todos os que vinham no topo do placar, o carioca André Tourinho piorou seis tacadas em relação à estreia, ao jogar 72, uma acima do par, mas ainda assim ampliou sua vantagem na liderança do 84º Campeonato Amador de Golfe do Brasil de três para cinco tacadas. Tourinho, que defende o título ganho em 2013, é a gora o único com números vermelhos no placar, com quatro abaixo do par (138 tacadas), contra uma acima do paulista Luiz Jacintho, que jogou 73, e do paranaense Luis Thiele, número 1 do Brasil, que marcou 74. Ambos somam 143 e saem junto com o líder às 11h57 deste sábado para a terceira das quatro rodadas do torneio.
Nas fotos ao lado, Jacintho salva o par da banca do 5 (acima) e Thiele dropa no fundo do green do 16, para fazer o duplo bogey que estragou sua volta (abaixo)
Alessandro Fabietti, em sua volta às competições, jogou 73 para ficar sozinho em quatro, com 144 tacadas, duas acima, segundo pelo argentino Horácio Carbonetti, que jogou 71 e pelo boliviano Kevin Muriel, que marcou 72 para também somar 145, três acima. Empatados com 146, quatro acima, vêm Roberto Gomez (72), Gustavo Chuang (71) e o uruguaio Juan Alvarez (75).
Pedágio – Tourinho abriu a volta desta sexta com birdie no um pelo segundo dia consecutivo, mas pagou seu pedágio para o campo logo no buraco 3, onde bateu o drive para o lago à esquerda e não escapou de um duplo bogey. Ele voltou ao par do campo com um birdie no 7, de par 5, mas levou até o buraco 14 para fazer o segundo e último birdie do dia. Mas bogeys no 15 e no 16 o fizeram jogar sua primeira volta acima do par na semana.
“Hoje eu não estava me sentido tão confortável como ontem”, diz Tourinho, que jogou 66 na estreia. Na segunda volta ele errou putts curtos para birdie no 11 e no 13, desperdiçou outra chance boa no 13 e ainda viu seu putt para birdie no 18 rodar o buraco. “O vento rodando me deixou meio confuso em algumas escolhas de tacadas, mas não tenho o que reclamar”, diz Tourinho. “Agora é procurar fazer duas boas voltas no final de semana”, completa.
Vento – Jacintho, que começou o dia em terceiro e jogou o par de ida, com um bogey no cinco e um birdie no 9, e respondeu um bogey no 10 como novo birdie no 11. Mas o vento rodando na segundo volta o levou a errar na escolha de alguns tacos e a fazer três bogeys nos quatro buracos seguintes. “Você escolhe um taco e o vento está de lado, na hora de bater já está ventando contra; isso te faz perdeu a confiança na hora de bater”, resume Jacintho, que embocou birdies de cinco, oito e dois metros.
Para Jacintho, que perdeu peso e ganhou massa magra desde que esteve no Brasil no último ano, o que tem feito a diferença em seu jogo são os putts. “Na última volta competitiva antes de vir ao Brasil dei dez greens de três putts”, conta o paulista de Bauru, que agora aponta o driver com o grip tradicional, mas troca a mão direita para a posição de “garra” na hora de bater. “Está dando certo pois até agora só dei um green de três putts, na quinta, no buraco 9, que nem conta”, diz Jacintho, referindo-se ao green mais perigoso do campo, ainda mais com velocidades de 12 pés no stimpmeter.
Destaques – Thiele, por sua vez, vinha abaixo do par com três birdies e dois bogeys, até o buraco 14, quando seus problemas começaram. Foram dois bogeys seguidos (14 e 15) e um duplo bogey no 16, o par 3 mais longo do campo, desta vez saindo do tee azul, mais à frente, de onde varou o green direito para o lago. “O vento estava contra e quando bati virou a favor do buraco” lamenta Thiele.
Fabietti fez quatro birdies, três deles nos nove buracos finais, mas também pagou seu duplo bogey, no 9, além de fazer quatro bogeys, um deles mais dolorido, no 7, de par 5. O boliviano Murriel fez cinco birdies e foi outro a deixar o campo com seu duplo bogey, além de quatro bogeys. Carbonetti foi um dos poucos sem duplos bogeys na volta, mas precisou fechar o campo com dois birdies para jogar o par (71).
Estrangeiros – Também pagaram alto o uruguaio Alvarez, que fez duplo bogey no 9 e se salvou muito para jogar 75 (+4), e o juvenil gaúcho Herik Machado, que vinha no par e em segundo lugar até o 15, um par 4 em curva para a direita, onde fez triplo bogey (7). “Bati um híbrido para colocar a bola após a curva, mas um vento lateral a levou para dentro do rio”, lamenta Herik, de 17 anos, número 2 do Brasil. Ele ainda errou o green elevado e deu dois putts. Um bogey no 17, de par 5, onde forçou em busca de recuperação, o fez jogar 75 e cair para o décimo lugar, com seis acima, dez atrás do líder, mas cinco atrás dos vice-líderes.
A única volta abaixo do par do dia foi do chileno Carlos Bustos, que jogou 30 de ida, cinco abaixo, com cinco birdies. Ele foi outra vitima do vento e jogou três acima de volta, para marcar 69 (-2), 12 tacadas melhor do que na estreia.
Queda – Na Taça Mario Gonzalez, torneio internacional de duplas paralelo à competição principal, o Brasil caiu para o segundo lugar, depois que o campeão brasileiro juvenil Pedro Junqueira, que joga com Tourinho, jogou 77, com um triplo e um duplo bogeys. Os argentinos Carbonetti (145) e Augusto Bruchmann (150) assumiram a liderança com 294 tacadas, três à frente de Tourinho (138) e Junqueira (159). O Chile vem em terceiro, com 300.
Entre as mulheres, Clara Teixeira piorou dez tacadas em relação à estreia, mas a volta de 82 tacadas a deixou ainda em primeiro, com 154, duas à frente de sua irmã mais nova, Vitória, que jogou 77, a melhor volta do dia, e soma 156. Julia Shin vem em terceiro, com 160, seis atrás da líder, seguida por Luciana Fuchs, com 161 e Giovanna Yabiku e Andrea Arruda com 162.
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