17/11/2016
Em tarde de futebol e golfe, Tévez venceu Pro-Am com Fabian Gomez. Batistuta jogou com Cabrera
Batistuta (esq.) com Fabian Gomez (centro) e Tevez (dir.) no Pro-Am do Olivos, no dia em que o futebol foi destaque no maior torneio de golfe do país
por Ricardo Fonseca
O Brasil ganhou dois importantes reforços para a disputa do 111º VISA Open de Argentina, a partir desta quinta-feira, no Olivos GC, em Buenos Aires, que dará ao campeão o direito de jogar no British Open do Royal Birkdale, em 2017: Alexandre Rocha, que joga como campeão do Aberto do Brasil de 2015, e Rafa Barcellos, convidado dos organizadores, se juntam a Rodrigo Lee, em boa fase, e Rafa Becker e Daniel Stapff, que precisam de excelentes resultados para manter o cartão do PGA Tour Latinoamérica para 2017 e se classificar entre os Top 60 que jogam o torneio final da temporada, quando serão definidos os cinco jogares que passam para o Web.com Tour.
Com tanta coisa em jogo, essa quarta-feira foi um dia de relaxamento para muitos dos envolvidos, com a disputa de dois Pro-Ams, um pela manhã e outro à tarde, onde os ídolos foram dois jogadores de futebol: Carlos Tévez, ex- Corinthians, hoje no Boca Juniors, que aprendeu golfe no Embrase Golf Center, jogou no Arujá e se desenvolveu no esporte em seus tempos de Manchester; e Gabriel Batistuta, que jogou no Fiorentina, Roma e Inter, estrelas máximas num dia de alívio para o futebol argentino que na véspera saiu de uma situação de desespero nas eliminatórias da Copa do Mundo, ao vencer a Colômbia por 3 a 0 e subir para quinto da chave que classificará quatro e tem o Brasil como líder isolado.
Mais do que jogar, Tévez integrou a equipe do argentino Fabian Gomez, ganhador de dois torneios do PGA Tour nas duas últimas temporadas (St. Jude Classic 2015 e Sony Open 2016), que voltou a jogar bem no maior circuito profissional do mundo, enquanto Batistuta jogava ao lado de Mark Lawrie, diretor do R&A para a América Latina, que trouxe a Claret Jug, taça dos campeões do British Open, para ser exposta na comemoração da entrada do torneio como seletiva oficial do major mais antigo do mundo.
Brasileiros – Rocha, membro do Web.com Tour, e Barcellos, que com o fim dos torneios profissionais do Brasil não tem onde jogar, tem como única meta ter chance de lutar pelo título e pela vaga no British Open. Esse também é o objetivo de Rodrigo Lee, cm cartão garantido e vaga assegurada no torneio final da temporada, que sonha ainda marcar seus primeiros pontos para o ranking mundial de golfe com um Top 6, resultado com que flertou nos dois últimos torneios. Mas nem vencendo esse torneio e o Shell Championship, que encerrará a temporada, ele teria como chegar aos Top 5 que ganharão cartões para o Web.com Tour.
Os outros dois brasileiros tem muito pelo que lutar ainda. Rafa Becker vem em 91º do ranking de prêmios, com US$ 7.971 ganhos, e precisaria de mais US$ 7.020 para superar o 60º colocado, que hoje é o argentino Matias Simaski, com US$ 14.990. Na prática isso significa que ele precisa terminar o Open da Argentina em quarto lugar, no máximo empatado com mais dois jogadores, e ainda torcer por uma conjunção de resultados.
Para Rocha e Becker, revelados no São Fernando GC, de Cotia, jogar no Olivos GC tem um sabor especial. Tanto o campo brasileiro como o argentino foram desenhados e construídos pelo arquiteto Luther Koontz, quase ao mesmo tempo – o Olivos, de par 71 e 6.801 jardas foi inaugurados em 1953, e o São Fernando, de par 71 e 7.003 jardas, no ano seguinte, – e têm características semelhantes.
Cartão – Daniel Stapff está um pouco atrás, em 109º do ranking, com US$ 5.724 ganhos e precisa de mais US$ 9.266, no mínimo, para ter chances de ser Top 60. Para isso tem que terminar até terceiro lugar, empatado com mais um jogador no máximo. Assim como no caso de Rodrigo, nem vencendo os dois torneios finais, Becker e Stapff chegariam aos Top 5 e ao Web.com Tour este ano.
O único brasileiro campeão do Open de Argentina em 110 anos de torneio foi o mestre Mario Gonzalez, que levantou a taça duas vezes: em 1940, ainda como amador, e em 1953, num duelo com seu arquirrival e amigo Roberto de Vicenzo. Mas depois de o gaúcho Herik Machado ter se tornado campeão do Campeonato Argentino Amador, na semana passada, também igualando o feito de Mario Gonzalez, duas vezes campeão, vencer também o maior torneio profissional de nossos vizinhos e maior potência do golfe no continente, teria um gostinho especial.
Favoritos – Goméz, um dos três únicos latino-americanos Top 100 do ranking mundial de golfe, que recentemente foi quinto colocado no Deutsche Bank Championship, dos Playoffs da Fedex Cup, é o maior favorito ao título do sétimo torneio de golfe mais antigo do mundo, ao lado do também argentino Angel Cabrera, que não tem jogado bem, mas chega respaldado por seus dois majors (US Open de 2007 e Masters de 2009) e três títulos do Open de Argentina.
Outros destaques são o argentino Augusto Núñez, de 23 anos, e o chileno Guillermo Pereira, de 21, que são primeiro e segundo colocados do ranking de prêmios, com vaga já assegurada do Web.com Tour de 2017. Mas com apenas US$ 401 de diferença entre eles, travam um duelo à parte para terminar como número 1 do circuito e ganhar o único cartão totalmente isento para o Web.com Tour. Os outros quatro são condicionais. Núñez, vem de uma vitória, dois segundos lugares e mais cinco Top 10 em 16 torneios. Pereira vem de uma impressionante sequência de cinco Top 4 nos últimos seis campeonatos.
Bolsa e corte – O 111º VISA Open de Argentina, apresentado por OSDE, é o 18º torneio e encerra a temporada regular do PGA Tour LA 2016. A bolsa de prêmios é de US$ 175 mil, com US$ 31,5 mil para o campeão. Kent Bulle, dos EUA, que defende o título, acaba de passar para a fase final da seletiva para o Web.com Tour. Os 55 primeiros e empatados passam o corte para jogar no final de semana. Jogam 144 golfistas de 19 países, incluindo os cinco brasileiros. Estados Unidos (53), Argentina (45) e Colômbia (9) são os países com mais jogadores em campo, seguidos por Brasil, Canadá, Chile e México, com cinco cada.
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