Artigo: Os quatro pilares do bom aquecimento. Por Africa Madueño Alarcón

01/08/2017

Entenda por que dedicar cinco minutos ao corpo, antes do jogo, pode fazer grande diferença

 

A importância do aquecimento ainda é pouco compreendida e gera confusão entre os golfistas. Enquanto alguns ainda acreditam que aquecer-se é totalmente dispensável, outros não fazem ideia do que fazer e poucos realmente sabem como e por que estão se aquecendo.

Assista, no final do texto, a um vídeo demonstrativo de um aquecimento para o golfe

Seja sincero: em mais de uma ocasião você pulou o aquecimento para ir direto para o driving range ou, pior, para o tee 1. Muitas vezes isso pode não ter tido um impacto negativo palpável em seu desempenho, mas basta um dia onde, sem querer, seu backswing vai um pouco além do pretendido, ou você tem dificuldade para frear a terminação para ocorrer uma lesão que poderia muito bem ter sido evitada com cinco minutinhos de aquecimento. Ninguém gosta nem de imaginar isso.

Foco – Em muitos eventos ainda é possível ver jogadores caminhar diretor para o driving range e ignorar completamente o espaço destinado ao aquecimento (em alguns clubes, inclusive, com um profissional à disposição). O seu swing não vai se “encaixar” magicamente nos minutos que antecedem o jogo, muito pelo contrário. Insistir na teoria e se focar desesperadamente na técnica só vai te atrapalhar nessa hora. No momento do torneio, o jogador deve apenas se preocupar com a tática, não com detalhes de grip, backswing ou velocidade. Foco no essencial garante clareza e calma nas ações.

Por outro lado, seu cérebro precisa sim de um “cutucão” antes de entrar em campo. O Sistema Nervoso Central precisa de um estímulo para acordar e conseguir recrutar os músculos com sinergia e eficiência no swing. O aquecimento antes do treino ou do jogo prepara seu corpo, evitar dores e garante mobilidade e estabilidade.

Importância – A escolha dos movimentos de aquecimento precisa seguir algumas regras básicas. Por exemplo, se você tem histórico de rigidez no ombro, seu aquecimento precisa dar uma atenção especial a essa região, talvez mais até do que a sua cervical. Não que a cervical não seja importante, mas nesse caso, na lista de prioridades, seu ombro, que já te incomodou outras vezes, talvez precise de mais tempo para “acordar”.

Percebeu que eu disse “movimentos”? Sim, porque aquecer é realizar movimentos. Levantar a perna e alongar estaticamente os músculos posteriores da coxa não é aquecer, isso se chama alongar, e deve ser imediatamente retirado da sua rotina de aquecimento. Mas como esse ponto é polêmico, vou deixar aqui já minha promessa de elaborar mais esse assunto no próximo artigo.

Voltando aos quatro fundamentos, um bom aquecimento deve:

1) Provocar elevação da temperatura corporal

O movimento provoca um aumento normal da temperatura do tecido, que por sua vez garante lubrificação e elasticidade. Sua rotina de aquecimento deve te deixar com certo calorzinho em cada articulação – por isso o nome aquecimento. Se ao final da sua série, não provocou um pouco de suor, comece de novo e capriche mais.

2) Recrutar a mobilidade e estabilidade já existente

Aquecimento não é uma sessão de treino onde o jogador desesperadamente tenta conquistar uma mobilidade que ainda não possui. Pegue leve! Trabalhe a mobilidade dentro de suas limitações, sem se exceder. Ganhar mobilidade deve acontecer numa sessão de treino físico direcionado e não no aquecimento antes do jogo. A estabilidade também deve ser um ensaio daquela estabilidade que o jogador já possui. Ativar os sentidos de estabilização e a propriocepção vão contribuir para um swing mais controlado e estável. Mas, de novo, sem querer usar o aquecimento como uma sessão para adquirir novas habilidades.

3) Ser um ensaio para os movimentos que o esporte exige

E não vamos pensar unicamente em swing, mas em coisas como abaixar-se para colocar a bola no tee, caminhar na subida e descida e manter a postura estática do putter. Tudo isso é golfe, não só o swing. Pense nas articulações mais exigidas no movimento: cervical, ombros, coluna, quadril, joelhos, tornozelos – praticamente todas! Integração, essa é a palavra. Esporte é uma sinfonia de músculos e articulações trabalhando em conjunto. Por isso não deixe nenhuma de fora.

Outra dica que eu deixo é sempre realize os movimentos bilateralmente, ou seja se um dos movimentos simula o seu swing, repita também no sentido oposto. A bilateralidade, além de evitar lesões, ativa seu sistema nervoso e capacita você a realizar melhor o movimento para o lado preferido.

4) Preparar o Sistema Nervoso Central (SNC) para a atividade

Realizar um swing, como o ato de escrever, por exemplo, é uma tarefa que pode ser menosprezada, mas é altamente complexa no sentido do controle neural necessário para criar harmonia do movimento.

O aquecimento não deve tentar corrigir deficiências mas sim otimizar a capacidade do corpo de absorver e adaptar-se ao estresse. Deve gerar o máximo de potência com o mínimo de desgaste articular e é por isso que o treino antes da hora “H” é muito ineficiente e possivelmente irresponsável.

Antes do jogo seu SNC não vai aprender nada, só vai se confundir. Por isso, fique em terreno familiar, não queira fazer movimentos que não controla só por que viu o Jordan Spieth fazer.

Atenção! Este artigo não está dizendo que não se deva ir para o driving range, mas que só que faça isso após preparar seu corpo com movimentos tridimensionais, bilaterais e de complexidade controlada para aumentar sua temperatura corporal, lubrificar as articulações e assim acordar sua mobilidade e estabilidade. Por quanto tempo o aquecimento deve ser feiro? Depende de cada um, mas eu acredito que não precisa demorar mais do que cinco minutos. Agora derrubei sua desculpa de falta de tempo!

 

 

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