Bay Hill: Tiger vence por cinco e encerra jejum de 30 meses

26/03/2012


Com seu novo “Hello World”, wOODS salta para 6º do ranking e dá nova emoção ao Masters


  Tiger: voltando a vencer no PGA Tour, sem dar chances aos adversários no Bay Hill
  Tiger: voltando a vencer no PGA Tour, sem dar chances aos adversários no Bay Hill

VÍDEO: veja como foi a vitória de Woods no Bay Hill

VÍDEO: veja a entrevista de Tiger após acabar com jejum de 30 meses

por: Ricardo Fonseca

Ele bateu longe e reto. Acertou 57 dos 72 greens, mais do que qualquer outro em campo, e foi o quarto melhor em putts, consideradas as distância de que embocou. Foi assim, determinado, concentrado e às vezes até vibrando como jogador que disse “Hello World” há 15 anos, que Tiger Woods pôs fim a um jejum de dois anos e meio, 30 meses, 924 dias e 108 torneios, para conquistar sua 72ª vitória e talvez a mais importante no PGA Tour. Não pela força dos jogadores em campo – os seis melhores do mundo não estavam lá – mas pelo o que vencer o Arnold Palmer Invitational pela sétima vez pode significar para uma carreira abalada por um escândalo sexual que pôs fim a seu casamento e por problemas físicos que pareciam nunca terminar.

Woods assumiu a liderança no Bay Hill no segundo dia, ao fazer uma volta quase perfeita de 65 tacadas, sete abaixo, com sete birdies, quatro deles em sequência, num dia em que teve putts para birdie em 17 buracos. Naquele mesmo dia o norte-irlandês Graeme McDowell, o G-Mac foi ainda melhor, ao jogar 63, com um eagle a mais. Mas as manchetes foram de Woods, que prenunciava a mais esperada volta do golfe mundial.

Efeito-Tiger – Líder por uma no começo da volta de domingo, Tiger viu G-Mac abriu a volta com um duplo bogey, o tal “efeito Tiger” que a maioria dos jogadores ainda sente ao sair a seu lado no tee do 1, não pela intimidação de antes, mas por causa da turba de torcedores fanáticos que se comportam como se houvesse apenas um jogador em campo e não se furtam a gritar o irritante “get in the hole” (vá para o buraco) a cada tacada, mesmo um drive num par 5 de 574 jardas, o mais longo do Bay Hill.

Mais líder do que nunca, Tiger ainda devolveu uma tacada ao ficar a 12 metros da bandeira e dar três putts no green do 12. Um susto para a torcida, que já o vira entregar quatro lideranças – de major a torneios quase-exibição na Austrália – desde seu último título, mas não para ele que sabia que todos teriam dias difíceis nos greens. Afina, o calor dos últimos dias anulou o overseed feito nos greens do Bay Hill, fazendo a Bermuda dominar mais e mais tornando os putts cada vez mais difíceis de ler, o aposto do que costuma acontecer no desenrolar dos torneios.

Reação tardia – McDowell ainda reagiu ao embocar de 14 metros para fazer birdie no 3 e com um improvável putt de 16 metros para eagle no 6, mas foi só. Tiger também fez birdie no 3, aproveitou novamente os dois pares 5, o 4 e o 6, e fez novo birdie no 8, para não deixar a diferença ficar menor do que três tacadas. Ele não fez mais birdies até o final e ainda devolveu uma tacada no 14, um par 3 onde ficou curta do green e não conseguiu salvar o par de dois metros, mas só ampliou sua vantagem até vencer por cinco.

Com sua 72ª vitória aos 36 anos, dois meses e 25 dias, Woods vê renascerem as chances de buscar um recorde que antes parecia inatingível: superar os 82 títulos de Sam Snead no PGA Tour. Jack Nicklaus, com 73, é o outro único à sua frente. Mas para Woods, o que importa mesmo são os majors e o jejum ainda maior, de 45 meses sem vencer um torneio do Grand Slam do golfe mundial. Ele e o mundo querem saber se pode voltar a vencer esses torneios e quebrar o recorde de Nicklaus, que somou 18 majors na carreira. O Masters, dentro de duas semanas, quando todos os melhores do mundo estarão em campo, vai dar a resposta.

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