Bolsa do Campeão: Herik Machado sobrevive com material doado

08/04/2014


Revelação juvenil ainda é obrigada a jogar com tacos usados, cada um de uma marca


Retrato do Brasil: campeão gaúcho e revelação do golfe juvenil treina sozinho e joga com material velho
Retrato do Brasil: campeão gaúcho e revelação do golfe juvenil treina sozinho e joga com material velho

por: Ricardo Fonseca

Antes de saber quem é Herik Machado, de 17 anos, confira a bolsa com apenas 12 tacos que ele usou para derrotar alguns dos melhores jogadores do Brasil no Aberto de Pelotas, com resultado recorde, no último domingo. Herik é o número 1 dos rankings adulto e juvenil do Rio Grande do Sul, Top 10 do golfe juvenil brasileiro e já está em 12º lugar no ranking brasileiro, com uma vitória, um terceiro e um quinto lugares nos quatro torneios em que pontuou. Herik é ainda o quinto melhor brasileiro do ranking mundial amador.

Driver
Ping G15 stiff – doado por Ricardo Conrado

Madeira 3
não usou – quebrada

Madeira 5
Titleist 909 regular – doada por Matheus Balestrin

Híbrido
Cleveland stiff – doado por Leonardo Conrado

Ferro 3
Titleist 704 stiff – não usou

Ferros (4 ao PW)
Taylor Made, com vara S300 – doados por Felipe Lessa

Sandy
56º – tem também um 54º

Putter
Odissey Metal X – doado por Matheus Balestrin, o taco mais novo da bolsa

Bolas
Titletist Pro V 1, Callaway ou que tiver – doações

Bolsa
Callaway – emprestada do Tio Rodrigo

Guarda-Chuva
Emprestado pelo Clube Campestre Livramento

Revelado no projeto Novos Talentos, da Federação Riograndense de Golfe, quando tinha 10 anos, Herik Machado, menino de família pobre, de Santana do Livramento, tornou-se, desde 2013, uma das maiores promessas do golfe juvenil brasileiro. No ano passado, ele venceu o Aberto do Livramento, seu primeiro torneio do ranking estadual, e o Aberto do Estado do RS, o primeiro título nacional. Além disso representou o Brasil no Uruguai no Tour Juvenil local.

Herik: 12 tacos na bolsa e um sonho na cabeça: ser número 1 do Brasil e virar profissional de golfe

Este ano, Herik vem mantendo o excepcional desempenho, tendo terminado em terceiro lugar no Aberto do Curitiba, que abriu o ranking nacional de 2014, antes de, no último domingo, vencer o Aberto de Pelotas, torneio estadual que reuniu muitos dos melhores jogadores do Brasil, incluindo o os números 1 e 3 do ranking brasileiro. E não foi uma vitória qualquer. Herik jogou sete abaixo em dois dias para deixar o vice-campeão Leonardo Conrado, criado em Pelotas e número 1 do Brasil, nove tacadas atrás. Ele também voltou ao Uruguai este ano para representar o Brasil na Copa José Artigas.

Tacos velhos – O que pouca gente sabe é que Herik venceu em Pelotas com 12 tacos na bolsa, dois  a menos do que o limite permitido – um dos tacos que faltava era a madeira 3, quebrada, que ele não havia conseguido ainda dinheiro para consertar – e com tacos velhos e das mais variadas marcas. Da bolsa ao guarda-chuva, emprestados, passando por drive, madeiras, híbrido, ferros e putter, todos os seus tacos foram doados e são em sua maioria modelos fora de linha, fabricados entre 2007 a 2009, que ele usa graças à generosidade de jogadores gaúchos que tem suprido o que as instituições responsáveis não tem feito.

Herik, cujo pai já morreu e a mão é aposentada, só teve treinador nos primeiros anos do Novos Talentos. Desde então, treina sozinho ou com a ajuda de Thomas Guilherme Neves, de seu clube, o Campestre de Livramento. Para jogar e viajar, ele tem ajuda da Federação gaúcha, desde 2012, quando começou a jogar os torneios estaduais mais dispendiosos, como os de Porto Alegre.

Sonhos – Para poder jogar, o campeão gaúcho conta com amigos, como os irmãos Élcio e Evandro Schultz (na foto ao lado, com o campeã, a bolsa e as placas do torneio de Pelotas), Octávio Villar, o Fanta, e Vitor Hugo, de seu clube, entre outros. Apesar das dificuldades de um menino pobre num esporte ainda de ricos no Brasil, ele sonha em terminar este ano como o número 1 do Brasil para poder virar profissional o mais rápido possível.

Certamente seu sonho vai ficar muito mais perto se ele puder ter um treinador regular – e recursos para chegar até ele – além de um bolsa de tacos novos, com varas escolhidas de acordo com seu biotipo, estilo e swing. Hoje, para Herik, acontece o inverso, e ele é que tem que adaptar seu swing aos tacos que lhe dão.

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