16/03/2014
por: Ricardo Fonseca
Após um dia de emoções para a torcida, que começou com Lucas Lee fazendo um albatroz para passar o corte pela manhã e terminou com Ronaldo Francisco fazendo um triplo bogey para deixar os Top 10, os três brasileiros que passaram o corte no Brasil Champions, ainda tem muito que lutar na volta final, que vai ser jogada neste domingo, no São Paulo Golf Club, quando será decidido o destino dos US$ 800 mil em prêmios deste torneio válido para o Web.com Tour, o circuito de acesso ao PGA Tour, que é apresentado pelo HSBC e jogado com patrocínio da YKP e Azeite 1492, entre outros.
Na ponta do placar, o estreante americano Jon Curran, de 27 anos, diminui o ritmo no primeira volta jogada sem poder levantar, limpar e recolocar a bola, mas ainda assim continua liderando de ponta a ponta e com novo recorde do circuito para 54 buracos: 23 abaixo do par, construídos com voltas de 61, 64 e 65 tacadas. Apenas o veterano alemão Alex Cejka, que fez a melhor volta do dia para somar 19 abaixo (65-66-63) e o australiano Ash Hall, que vem empatado em segundo (65-64-65) parecem ter condições de ameaçar as quatro tacadas de Curran na liderança. O mexicano Oscar Fraustro, sozinho em quarto com 15 abaixo (67-64-69) já vem oito tacadas atrás do líder.
Toma lá, dá cá – O que o buraco 17, par 5 de 532 jardas em curva acentuada para a esquerda, onde praticamente só se vai com a segunda para o green batendo um ferro longo por cima de árvores altas, provocou um mix de emoções para os torcedores brasileiros neste sábado. Pela manhã, no complemente da segunda rodada, interrompida por raios, o paulista Lucas Lee vinha com duas abaixo, precisando de um eagle para passar o corte, mas fez melhor ao embocar das 221 jardas, usando um ferro 3, que mando a bola para a parte final do green, de onde ela pegou embalo na descida e correu bastante antes de parar dentro do buraco, no primeiro albatroz da carreira do brasileiro, que ainda fez par no 18 e passou o corte por uma de folga.
Mas à tarde, quando foi jogada toda a terceira rodada com os jogadores saindo em grupos de três dos dois lados do campo, o que o buraco 17 deu para um brasileiro tomou de outro, como Ronaldo Francisco, da equipe YKP/Azeite 1492, fazendo um triplo bogey que o derrubou da nona para a 19ª colocação. Ronaldo, que havia terminado o buraco 17, na sexta, em terceiro lugar, dormira em quinto e estava em 12º no início da tarde, após todos completarem os primeiros 36 buracos, vinha fazendo uma volta impecável, com três birdies e nenhum bogey e já estava em nono lugar, com 13 abaixo, quando chegou ao 17.
Desastre – De olho no birdie que poderia colocá-lo entre os cinco primeiros, Ronaldo tentou ir com a segunda para o green e conseguiu. A bola jogada das 240 jardas por cima das árvores não caiu muito longe da bandeira, mas rolou acabou saindo do green elevado e rolando para uma grama alta e contrária do rough que separa o buraco da estrada do 18. Ronaldo tentou uma jogada precisa para cima, com a bandeira curta e pouco green para trabalhar, mas a bola mal chegou ao topo da elevação e voltou para seus pés. Inconformado ele tentou a jogada com posição bem parecido à de uma saída de banca – stance e cara do taco abertos – e o resultado foi o mesmo, com a bola voltando para baixo mais uma vez.
Irritado, Ronaldo bateu a quinta tacada bem mais forte e ela passou todo o green. O chip de volta também não passou perto e ele errou a tacada para triplo bogey. O erro tirou a concentração de Ronaldo que errou o ferro do 18 pela direita e do rough passou o green, de onde teve que finalmente jogar uma tacada bola para salvar o par e deixar o campo em 19º lugar, com dez abaixo (66-66-71).
Brasileiros – O também paulista Lucas Lee (foto ao lado) começou a terceira volta com um duplo bogey no 10 e bogey no 11, devolvendo as três que ganhara com o albatroz no 17 da volta anterior. Mas ele reagiu com sete birdies em nove buracos, 15 ao 17, 1 ao 3 e 5, para somar nove abaixo (69-68-67) e subir para o 25º lugar. Já o gaúcho Fernando Mechereffe, acertou muitos greens, mas embocou quase nada para fazer três birdies e dois bogeys, somar sete abaixo (67-69-70) e ficar em 41º.
Todo jogador que entra em um torneio pensa, se não em vencer, em ao menos se dar a chance de lutar pela vitória. Foi o que Ronaldo fez no segundo dia, quando esteve em terceiro no placar a um buraco do final de sua volta. Mas, quando não se é Tiger Woods, há claro, um plano B, um C e até um D. No caso dos três brasileiros, a meta agora é terminar entre os 14 primeiros que vão ganhar pontos para o ranking mundial esta semana. Se não der, Ronaldo e Lucas esperam ao menos terminar entre os 25 primeiros e com isso garantir vaga para o torneio seguinte do Web.com, a partir de quinta, no Panamá, já que não são membros do circuito.
Cartão – No caso de Mechereffe, que tem o cartão do Web.com Tour, marcar pontos agora é prioridade (top 14), e, se não der, somar o máximo possível de dinheiro para continuar sua luta para ser um dos 25 primeiros do ranking no final da temporada regular que ganham o cartão para o PGA Tour. Ou ainda terminar agosto entre os 75 primeiros que disputarão outras 25 vagas para o PGA Tour nos The Finals, repescagem que envolve ainda jogadores que perderam o cartão do circuito principal.
Dos outros sete brasileiros que começaram o torneio, três perderam o corte de maneira dramática. Alexandre Rocha vinha com quatro abaixo até fazer um bogey no 17 e outro no 18, esse ao forcar o jogo em busca da tacada salvadora. Felipe Navarro terminou a volta na própria sexta, com três abaixo no total, e viu o corte que andou nesse valor subir para quatro abaixo, para ficar fora das finais. Rafa Becker, que fez birdies no 16 e no 17 para chegar a três abaixo, precisa de outro birdie no 18, mas passou o green e fez bogey. Rafa Barcellos (-1), Daniel Stapff (par) e Erik Andersson (+2), não tiveram chances.
Patrocinadores – O Brasil Champions é apresentado pelo HSBC e
também tem como patrocinadores YKP, Azeite 1492, Sportv, BMW e Klabin.
Nespresso é o café oficial, e a Rolex é o relógio oficial. A organização
é da Confederação Brasileira de Golfe, com promoção da IMX. O evento
conta com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do
Esporte, com apoio do São Paulo Golf Club e da Federação Paulista de
Golfe.
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