03/04/2016
Bogeys no final derrubam brasileiro para 15º, ainda na zona de pontuação para o ranking olímpico
Rocha luta para pontuar no ranking olímpico e subir ainda mais na lista dos 25 do ranking do circuito que ganham cartão para o PGA Tour
por Ricardo Fonseca | fotos Thais Pastor
Alexandre Rocha acabara de fazer seu quarto birdie do dia no buraco 14 embocando um putt de oito metros em descida, para somar 13 abaixo e ficar a quatro tacadas do líder, quando, após dar a saída no buraco 15, foi abordado por um dos árbitros avisando que seu grupo passaria a ser cronometrado. Rocha e o americano Ollie Schniederjans, que jogava a seu lado, neste sábado, na terceira rodada do Brasil Champions by Embrase Segurança e Serviços, estavam cinco minutos atrasados em relação ao horário previsto, e caso excedessem o limite de tempo para cada tacada, a partir daí, seriam penalizados.
Veja, abaixo, o vídeo com os melhores momentos do terceiro dia.
Pressionado, Rocha deu o primeiro três putts do torneio para fazer apenas o seu segundo bogey em 51 buracos. No 16, após um excelente drive, Rocha teve que ajudar o adversário a procurar a bola perdida na grama alta às esquerda da raia e, ao voltar à sua bola, apurado pelo tempo, voltou a errar. Sua tacada de aproximação de 80 jardas ficou um pouco curta e parou na banca da entrada do green à direita. Ao tentar sair, a bola parou no colar de grama mais alta ao lado do green, de onde deu dois putts para novo bogey.
Revolta – O que deixou Rocha revoltado não foi a advertência, correta, mas o fato de eles terem sido colocados “no relógio” porque já haviam sido advertidos por tempo no buraco 6, quando não estavam atrasados, mas sim cinco minutos adiantados! E tudo porque o parceiro de Rocha era irritantemente lento, quando não dado a “pitis”, como no 18, onde jogou a bolsa com raiva no chão depois de constatar que havia acertado o lago, mesmo batendo ferro do tee. Rocha acabou pagando a conta, mas não sem antes pedir explicações à arbitragem, querendo saber por que haviam sido colocados sob cronometragem com a alegação de uma advertência prévia que, no seu entender foi injusta.
Nas fotos ao lado, Rocha; Becker, Lucas; o “camarote da diretoria”, Michael Whyte com os filhos; e Júlio e Caco Cruz Lima, com a sobrinha, nova revelação do São Fernando
“Quando todos começam a jogar mais rápido mudamos o cronograma de horários e pedimos a todos para andar mais rápido”, explicou o árbitro chefe a Rocha após ele entregar seu cartão de 69 tacadas, que o fez cair da nona para a 15ª colocação, com 11 abaixo. Após toda essa explicação e entrevista, algo como uns 15 minutos, o grupo atrás de Rcoha ainda jogava o tee do 18… O brasileiro está agora oito tacadas atrás do novo líder, o veterano americano Andrew Svoboda, que jogou 65 para somar 19 abaixo, isolando-se em primeiro, com um birdie no 18. Ele agora está uma à frente de Bhavik Patel, americano de origem indiana, líder dos dois primeiros dias, que jogou 66 e soma 18 abaixo.
Ranking olímpico – “Minha meta agora é terminar entre os 10 primeiros e somar o maior número de pontos para o ranking mundial e para o ranking olímpico”, conta Rocha, que poderia ter garantido vaga para o Rio 2016 com uma vitória nesse torneio do Web.com Tour, no São Paulo Golf Club. “Fosse apenas um jogador à minha frente eu poderia ainda pensar em vitória, se ele jogasse mal, mas um adversário ou dois podem até me entregar o jogo, não uma dúzia deles, ainda mais num campo fácil, onde basta um deles jogar dois abaixo para que nem um 60 baste para eu virar o jogo”, conforma-se o brasileiro, que precisa terminar entre os 17 primeiros e empatados para voltar a marcar pontos para o Rio 2016.
Rocha, que começa a sua volta final às 11h10, ao lado do americano Ryan Blaum, estará passando pelo buraco nove pouco depois de o pelotão, formado por Svoboda e Patel, que está nove grupos às sua frente, ter começado a volta final, às 12h40. O vice-pelotão terá Martin Flores, com 16 abaixo, e Adam Schenk, que chegou a 15 abaixo depois de jogar 62 (-9) a melhor volta do dia. Esta foi a terceira rodada seguida em que alguém jogou 62. No antepenúltimo grupo, também com -15, estão Anders Albertson e o chileno Benjamin Alvarado, campeão do primeiro Brasil Champions, em 2013, que jogou 64 e mostra estar recuperado das contusões que atrapalharam sua carreira nos dois últimos anos.
Brasileiros – O dia foi de decepção também para os outros dois brasileiros que passaram o corte, sobretudo para Rafa Becker, que começou o dia em 21º e comemorava seus 25 anos. Becker teve um bom começo, com dois birdies em oito buracos, para ficar mais perto de sua meta de ser Top 25 e garantir vaga no torneio da próxima semana, em Cartagena, na Colômbia, quando perdeu o controle do jogo. Uma bola curta, na água, no 9, de par 3, terminou com um duplo bogey, que o tirou de jogo e fez fazer mais três bogeys seguidos. Cinco tacadas perdidas em quatro buracos, para jogar três acima e cair para o 67º lugar, com 209 (65-70-74), quatro abaixo no total.
Lucas Lee não teve melhor sorte. Depois de excelente volta da estreia, quando jogou 29 de ida, Lucas perdeu a concentração no segundo dia e, neste sábado, não foi diferente. Ele fez quatro birdies para jogar uma acima, irritando-se a cada erro a ponto de jogar e bater tacos, uma atitude que ele não costuma ter. Caiu de 56º para 72º lugar, com 201 (64-74-72) tacadas, três abaixo. Passaram o corte 77 jogadores, sendo que sete brasileiros ficaram fora das finais.
Campo mais fácil – Com apenas os melhores em campo, a média de tacadas caiu ainda mais no campo de par 71 (35-36). Neste sábado, o grupo economizou uma tacada na ida, que teve média de 34 tacadas, e pouco mais de uma na volta, com média de 34,97. No total, a média foi de 68,97, ou seja duas tacadas a menos do que o tamanho do campo.
O Brasil Champions, que está sendo jogado pelo quarto ano seguido, tem patrocínio Master da Embrase Segurança e Serviços, além de Bradesco, Comgás, Localiza, Sportv, Nespresso e Rolex e de apoio do São Paulo Golf Club, Chandon, Informar Saúde e Stella Artois.
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