04/04/2016
Brasileiro fez eagle no 17 para ficar em 14º e ameaçar Lucas na disputa por vaga no Rio 2016
Wagner Martins, presidente da Embrase, entregra prêmio de campeão a Andrew Svoboda
por Ricardo Fonseca | fotos Thais Pastor
Numa final emocionante, disputada buraco a buraco, o veterano americano Andrew Svoboda virou o jogo com um birdie no buraco final, contra bogey do americano de origem indiana Bhavik Patel, para ser campeão do Brasil Champions by Embrase Segurança e Serviços, neste domingo, no São Paulo GC, e ficar com o prêmios de US$ 126 mil, dos US$ 700 mil oferecidos neste quarto torneio da temporada 2016 do Web.com Tour, o circuito de acesso ao PGA Tour. Para o Brasil também foi uma final emocionante, com Alexandre Rocha fazendo eagle no 17 e salvando o par no 18 para terminar em 14º lugar, pontuar pela segunda vez no ano para os rankings olímpicos e mundial e já ameaçar Lucas Lee na disputa pela segunda vaga brasileira para os jogos do Rio 2016.
Veja, abaixo, o vídeo com os melhores momentos da rodada final!
Até fazer o eagle no 17, aonde chegou com a segunda no green do par 5, batendo drive e híbrido, um tiro que saiu muito alto, contra o vento, e fez a bola cair “morta”, na descida, a menos de dois metros da bandeira, no green mais difícil do clube, Rocha vinha em 20º lugar, fora da zona de pontuação que, nesse torneio, ia até o 17º colocado e empatados. Fizesse apenas birdie, e Rocha não teria pontuado para o ranking olímpico.
Susto final – No 18, o brasileiro bateu ferro para antes do lago que defende a metade final de raia e toda a direita do green, e fez uma boa tacada de aproximação para a entrada do green, a oito metros da bandeira, que estava no fundo, à direita, perto da água. Era só encostar a bola e garantir o par para sair com os cobiçados pontos para os rankings olímpico e mundial, mas Rocha “travou” o putt que andou apenas metade do caminho. Apesar da pressão, o brasileiro salvou o par e pode comemorar o 14º lugar antes de embarcar à noite para a Colômbia, onde a partir de quinta joga novo torneio do Web.com Tour, em Cartagena.
“Eu vinha sofrendo muito nos greens nos últimos três anos nesse torneio e, desta vez, vim com meu caddie na sexta e no sábado da semana passada e mapeamos todos os greens, jarda a jarda, para saber todas as caídas”, conta Rocha. “Meu erro foi que eu me preocupava tanto com a caída que em alguns putts, como no 18, eu errava a força”, conta Rocha, que jogou dois abaixo de ida com três birdies e um bogey, errando de perto, para birdie, no 1 e no 4, e para par, no 5, e ainda deu três putts no 8, par cinco onde bateu um drive perfeito para depois da banca e da água e híbrido para o green. Na segunda volta, antes do eagle, Rocha tinha feito apenas mais um birdie e um bogey. Terminou com 269 (69-64-69-67) tacadas, 15 abaixo do par.
Pontuação Olímpica – Rocha ganhou 1,27 ponto por seu empate na 14ª colocação, o que o fez subir 41 posições, da 561º para a 520º no ranking mundial. Lucas Lee, um dos três brasileiros dos dez em campo, que passou o corte terminou em 71º lugar, com 280 (64-74-72-70) tacadas, quatro abaixo, e não marcou pontos, caindo do 422º para o 434º lugar do ranking. Rocha também ganhou três posições no ranking do Web.com Tour, passando de 22º para o 19º lugar com US$ 33,5 mil ganhos. Os 25 primeiros no final da temporada regular, em agosto, ganham cartões para o PGA Tour.
Rafa Becker, o outro brasileiro nas finais, voltou a jogar bem no domingo para terminar em 57º, com 277 (65-70-74-68), sete abaixo. Ele está em 904º lugar do ranking mundial, mas sem ter cartão de nenhum circuito internacional terá poucas chances de pontuar até o Rio 2016. Daniel Stpaff, da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, está em 1003º lugar do ranking, mas terá chances de pontuar para o ranking mundial nos torneios do PGA Tour Latinoamérica.
Rio 2016 – Adilson da Silva, da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, que não jogou esta semana, é o único brasileiro classificado por mérito próprio entre os 60 jogadores do ranking olímpico desta semana, na 59ª colocação (ele não depende da vaga que o Brasil teria, como país sede, se nenhum jogador local estivesse classificado para os Jogos do Rio 2016). Com isso, Adilson permitiu que mais um brasileiro, Lucas ou Rocha, se classifique na segunda vaga a que cada país tem direito, deste que um deles cheguem aos Top 60 do ranking.
Os jogadores mais próximos que Rocha e Lucas podem superar com um bom resultado na Colômbia, onde jogam esta semana, são o taiwanês Lin Wen-Tang, que subiu para o 292º lugar do ranking mundial e 58º lugar do ranking olímpico, empurrando Adilson para 59º, ao ser vice-campeão, domingo, de um torneio do circuito de acesso do Tour Asiático (ADT), e Mardan Mamat, de Singapura, o 360º do mundo e 60º do ranking olímpico que será divulgado oficialmente na quarta-feira, mas que já adiantamos para nossos leitores.
Campeão – O grande trunfo de Svoboda, de 36 anos, para vencer de virada, foi sua experiência de sete anos nos principais circuitos americanos, incluindo dois anos no PGA Tour, onde já foi vice-campeão do Zurich Classic of New Orleans, em 2014. Ele também jogou quatro vezes no US Open, passando o corte em 2008. Esse foi o terceiro título de Svoboda no Web.com Tour, pondo fim a mais de dois anos de jejum. Ele havia vencido duas vezes em 2013, a primeira em agosto, no Price Cutter Charity Championship, onde deixou o brasileiro Fernando Mechereffe em segundo, e em setembro, no Chiquita Classic, num playoff contra Will MacKenzie.
Patel, de 25 anos, por sua vez, teve com o vice-campeonato a chance de refazer usa carreira. Ele entrou no Web.com Tour em 2013, mas em 2014 foi suspenso por doping e, logo depois, se contundiu. Só não perdeu o cartão por estar jogando com isenção médica. Agora, com o vice-campeonato, garantiu vaga no restante do ano após a reclassificação as prioridades de inscrição que serão feitas esta semana, após o torneio no Brasil.
Virada – Patel foi o líder dos dois primeiros dias, depois de ter começado com um 62, nove abaixo, resultado repetido por outros dois jogadores, o argentino Jorge Fernandez Valdes, na sexta-feira (terminou em 61º) e o americano Adam Schenk, no sábado (terminou em 28º) e quase superado por Aaron Watkins neste domingo, quando jogou nove abaixo em 12 buracos, antes de fazer apenas mais um bogey e jogar 63 para empatar com Rocha em 14º.
Svoboda assumiu a liderança no sábado, ao ficar uma à frente de Patel, e ampliou a vantagem para duas com um birdie no 1. Patel igualou o jogo com um eagle no 3, de par 5, mas Svoboda fez birdies no 4, 8 e 9 para virar três à frente. Patel reagiu com três birdies do 10 ao 13, contra birdie do líder no 13, para ficar apenas uma atrás, e empatou novamente quando Svoboda fez bogeys seguidos com três putts no 14, onde Pastel também devolveu uma tacada, e ao não salvar o par da banca no 15. Patel passou à frente com birdie no 16, até entregar o jogo no 18, onde o adversário ficou com a bola dada, enquanto ele varava o green pela esquerdam ficando com um chip em descida que passou muito quase parou dentro da água.
Premiação – Depois de Patel fazer o bogey com dois putts da beira do lago, Svoboda teve sangue frio para embocar de um metro e vencer. Wagner Martins, presidente da Embrase, que salvou o evento ao entrar como patrocinador Master três semanas antes do torneio (o HSBC, antigo patrocinador, deixou o Brasil em 2015, e não havia sido reposto), entregou o cheque de campeão a Svoboda. Em seu discurso, Wagner fez rasgados elogios a Toninho Abdalla, que voltou à presidência do São Paulo este ano, e que não poupou esforços para manter a competição em seu clube.
A quarta edição do Brasil Champions teve patrocínio Master da Embrase Segurança e Serviços, além de Bradesco, Comgás, Localiza, Sportv, Nespresso e Rolex e apoio do São Paulo Golf Club, Chandon, Informar Saúde e Stella Artois.
Aguarde mais fotos!
Abaixo, Wagner Martins entrega o cheque ao campeão, e Wagner, com Toninho Abdalla e Svoboda.
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