Brasileiro Juvenil: A decisão que mudou a vida de Junqueira

03/08/2013


Sete birdies e um eagle na volta final colocam campeão nacional em novo patamar


Pedro Junqueira: campeão brasileiro pré-juvenil em 2011 e juvenil em 2013: novo patamar no golfe
Pedro Junqueira: campeão brasileiro pré-juvenil em 2011 e juvenil em 2013: novo patamar no golfe

por: Ricardo Fonseca

A decisão de ir estudar na IMG Academy em Bradenton, na Flórida, em janeiro de 2012, mudou a vida do carioca Pedro Junqueira, que acabara de completar 15 anos quando foi morar nos EUA. Lá, o seu talento no golfe, descoberto por Patrick Caussin, no Alphaville Graciosa Clube, passou a ser aprimorado pelo instrutor Grant Price, de Harare, no Zimbábue (então Rodésia), sobrinho de Nick Price, campeão de três majors e número 1 do mundo nos anos 90.

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Em seu primeiro grande torneio na nova fase, o Campeonato Brasileiro Juvenil de 2012, no Gávea GCC, no Rio, Junqueira chegou à volta final em segundo, duas atrás de Cristian Barcelos, mas, inexperiente, forçou demais, jogou 82 e terminou em quarto. Cristian venceu por seis. Este ano, no 24º Campeonato Brasileiro Juvenil, no Clube de Golfe de Brasília, Junqueira vinha com uma atuação discreta, com voltas de 75 e 74 tacadas, para chegar à volta final em quinto, perdendo por seis.

Virada – “Minha única chance era começar jogando uns dois ou três abaixo para colocar pressão nos líderes e ver no que ia dar”, conta Junqueira, que acabou abrindo a volta final com par e bogey, piorando sua situação. Mas foi então que o menino de 16 anos pôs em prática tudo o que aprendeu neste ano e meio nos EUA, iniciando o que foi a melhor volta de sua carreira, daquelas capazes de mudar uma vida.

Um putt de cinco metros para birdie no buraco 3 deu início a uma das mais impressionantes sequências que já se viu no golfe brasileiro em tempos recentes. Pedro embocou de seis metros, no 4, e de cinco metros no 5, de par 5,seu terceiro birdie consecutivo. Mas ele só passou a acreditar na virada no 7, o segundo par 5 do campo, onde bateu driver e ferro 6 para ficar a quatro metros, embocar o eagle e jogar quatro abaixo de ida, depois de salvar um par de seis metros no 8.

Liderança – Junqueira ainda fez birdie no 10, de três metros, e após par no 11, par cinco onde estava a 200 jardas do green viu que o jogo havia mudado. “Quando eu estava subindo o 12, vi que o Ulisses (Junior, líder desde o primeiro dia) e o Matheus (Balestrin, que começou o dia em segundo), vinham com duas acima no total e eu liderava no par do campo”, conta Junqueira.

Isso deu novo ânimo ao carioca, que fez birdies no 13, de seis metros, e no 14, de quatro metros, para chegar a sete abaixo no dia, e duas abaixo no total. “Emboquei muitos putts de quatro a seis metros, mas porque estudei muito bem o campo e sabia qual erra o melhor lugar do green para colocar a bola”, conta Junqueira, que se preparou como nunca para o torneio. “Nas últimas três semanas treinei da 8 horas às 17h30 no Itanhangá, fazia mais meia hora de preparação física e conversei muito com meu pai e com o Valdir (Rondon, seu professor no clube), que me ajudou muito com meu swing e approaches”.

Pressão – A pressão de se saber líder pesou. No 15, Junqueira errou a ria e o green e teve que salvar um bom bogey de 4,5 metros. No 16, último par 5 do campo, optou, como todos os dias, por bater ferro 3, e fazer um lay up, indo para o green com a terceira onde fez apenas par. No 17, fugiu da água e teve que salvar o par da banca da direita.

“Só então eu relaxei!”, conta Junqueira, que bateu madeira 3, como em todos os pares 4 na semana e teve como única preocupação não dar 3 putts na frente da torcida que testemunhou a melhor volta de sua vida: sete birdies e um eagle para jogar 65, sete abaixo, somar duas abaixo na semana e ser campeão com seis de vantagem. Pedro dedicou a vitória a seu trabalho, a seu pai, a Valdir e não se esqueceu de Grant Price. “Ele descobriu recentemente estar com câncer e esse título é um presente para ele”.

Experiência – Para Junqueira, a experiência que ele ganhou jogando competições pelos menos duas vezes por mês nos EUA foi decisiva na sua conquista. “Meu golfe cresceu como um todo”, conta. “Meu swing melhorou muito, estou mais esperto no campo, melhorei meu físico, minha atitude mental, minha nutrição, mas o que fez a diferença foi minha atitude em campo”, explica. “Mesmo jogando 75 e 74 eu sabia que meu jogo ia encaixar a qualquer hora e quem um 65 era possível.”

Pedro Junqueira voltou ao Rio de Janeiro logo após a vitória e na quinta já volta para os EUA. Seu sonho, agora, é receber um convite para jogar o Orange Bowl, no final do ano, a competição do golfe juvenil mais importante dos EUA, sobretudo porque ela é assistida pelos principais técnicos de golfe do país, em busca de talentos para suas equipes colegiais e universitárias.

Futuro – “Chegar como campeão brasileiro juvenil ao Orange Bowl pode ser a diferença”, conta Junqueira. “É a chance não só de conseguir uma boa bolsa de estudos para o colegial e para a universidade, mas sobretudo de ter convite das grandes equipes”, sonha. “É para isso que tenho treinado tanto”.

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