Bridgestone: And the winner is…Steve Williams

08/08/2011


De vilão, ex-caddie de Woods vira herói da torcida e vive seu maior momento no golfe


Steve:
   Steve: “essa está sendo a minha melhor semana no golfe, em 33 anos como caddie”

por: Ricardo Fonseca

Steve Williams caminhava ao lado de seu patrão, já com a vitória praticamente assegurada, para o green do 15, quando alguém da torcida gritou “Steve, não posso esperar para ler o livro”, referindo-se às memórias do caddie e seus possíveis relatos reveladores sobre os tempos em que foi caddie de Woods. Foi a senha para que o ex-caddie de Tiger Woods por 13 anos, 73 vitórias e 13 majors, passasse do papel de vilão, que protagonizou como fiel cão de guarda do ex-patrão, a herói da torcida, que o aclamou no 18 aos gritos de “Ste-ve Wil-liams, Ste-ve Wil-liams”, sob o olhar complacente de Adam Scott, que não se sentiu diminuído ao dividir seu maior momento com seu novo parceiro de jogo.

“Eu não imaginava que um neozelandês pudesse ser tão popular”, brincou Scott, enquanto Steve, sorrindo mais vezes do que em todos os anos que trabalhou para Woods, mostrava o punho cerrado para a torcida, imitando o gesto de seu novo patrão, momentos antes. Desta vez, Steve esperou o abraço final, antes de tirar o jaleco de caddie e mostrar o logo da Valvoline, seu patrocinador pessoal e dar a declaração do dia. “Eu sou caddie há 33 anos, 145 vitórias, mas esta está sendo a melhor semana de minha vida”.

Significado – “O punho cerrado não teve nenhum significado extra”, garantiu Williams, tentando parecer natural, na primeira coletiva oficial de um caddie que se tem notícia na história do PGA Tour, com direito à sala de entrevistas lotada, transmissão ao vivo pela CBS (que deu mais tempo pra Steve do que para Scott e provocou a ira de alguns jornalistas) e transcrição oficial (imagem acima). Mas Williams fez questão de esclarecer como foi feita, na verdade, a sua demissão, após 13 anos de trabalho leal, desmentindo Tiger Woods que disse que o final da relação entre os dois aconteceu frente e frente no domingo do AT&T National, da 3 de julho, momentos depois dele levar a bolsa de Adam Scott pela terceira vez.

“Isso não é verdade”, disse Williams. “Ele me demitiu por telefone”, assegurou. “Ele disse que nós precisávamos dar um tempo, o que em linguagem de caddie queria dizer que eu estava demitido”. Williams explicou que a conversa de domingo realmente existiu, mas só depois do telefonema e apenas para explicar por que ele havia sido demitido.

Demissão – Eles não se falam desde então, e com Woods jogando mal e em horários diferentes, sequer se cruzaram durante a semana do Bridgestone Invitational. “Ele me disse que fui demitido por estar levando a bolsa do Scott”, disse Williams, “Direto e reto”, confirmou o caddie, que não havia voltado a pedir permissão a Woods.

Williams explicou na entrevista que começou a levar a bolsa de Scott no US Open, por um motivo muito simples: ele já estava no vôo da Nova Zelândia para os EUA, quando Woods, que escondia até dele sua real condição física, decidiu anunciar que não jogaria o torneio. Ao chegar, Scott, que havia demitido seu caddie, Tony Navarro, no The Players Championship, perguntou se ele não poderia levar sua bolsa naquela semana. Steve mandou uma mensagem para Woods pedindo permissão e recebeu, por escrito, a resposta que estava tudo certo.

Raiva – Scott não passou o corte no US Open, mas, para Woods, foi demais ver Williams ser o caddie de Scott em seu terceiro lugar no AT&T, sob suas barbas e numa semana especial: embora estivesse lá como beneficiário da arrecadação de dinheiro para sua Fundação, Tiger Woods não era mais, por exigência da AT&T, que lhe tirou o patrocínio e a honraria, o anfitrião do torneio, status que só Arnold Palmer e Jack Nicklaus mantêm no circuito. Uma humilhação para Woods que criou este torneio na semana da pátria americana, para homenagear o pai, já falecido, que serviu no Vietnã, e não o manteve por não ter um comportamento à altura.

Steve trabalhou como caddie desde os seis anos, mas só entrou no circuito em 1976, quando seu pai arrumou para ele levar a bolsa do australiano Peter Thomson no New Zeland Open. Thomson terminou em terceiro e passou a ter o menino como seu caddie regular na Nova Zelândia. Em 1979, aos 16 anos, Steve largou a escola na Austrália e foi para a Europa trabalhar no Tour Europeu.

Carreira – Ele trabalhou para muitos australianos, incluindo Ian Baker-Finch, até virar caddie de Greg Norman, em 1982, na Europa e na Ásia. Em 1988, Williams se mudou para os EUA e passou a levar a bolsa de Norman em tempo integral. Um ano depois foi demitido por Norman e Steve reconheceu que ele havia se aproximado demais do patrão, que permaneceu seu amigo. Ele logo foi contratado por Raymond Floyd para quem trabalhou até 1999, quando passou a ser caddie de Woods.


Confira um resumo da entrevista de Steve Williams ao vivo para a CBS

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