Bridgestone: Tiger Woods teve bons momentos, mas…

08/08/2011


A quarta volta do ex-número 1 do mundo ao golfe deixou a desejar para ele mesmo


   Tiger Woods: em busca do personagem que permita adequar o homem real ao gênio adormecido
   Tiger Woods: em busca do personagem que permita adequar o homem real ao gênio adormecido

por: Ricardo Fonseca

Os fãs não vão esquecer os três birdies consecutivos que Tiger Woods fez nos buracos 15, 16 e 17 do Firestone, neste domingo, para fechar a sua primeira semana completa de golfe em três meses. Foram jogadas brilhantes, como ele costumava fazer quando era número 1 do mundo, mas, infelizmente, apenas para passar da 53ª para a 37ª colocação de um torneio que reuniu apenas 76 jogadores e para terminar uma acima do par quando 32 outros profissionais jogaram abaixo do par do campo na semana do Bridgestone Invitational.

Woods não jogou bem e sabe disso. Foi o pior em campo nas tacadas a partir do tee, não ficou entre os 50% melhores sobre o green e tem a recordar apenas alguns bons tiros para a bandeira, que o fizeram ser o 26º em média de greens acertados. O resultado disso é que ele ainda não tem vaga assegurada nos playoffs da FedexCup e vai precisar mostrar muito mais serviço esta semana, no PGA Championship, o último major da temporada, num campo dificílimo e sob um calor infernal, para terminar a semana entre os 125 primeiros do ranking do PGA Tour e não ser obrigado a encerrar de vez sua temporada.

Recaída – Moldado por 14 anos de entrevistas como profissional, Woods foi todo sorrisos ao terminar sua rodada. Mas assim que as câmeras foram desligadas partiu de cara fechada para seu carro, sem nem olhar para os lados, e sumiu. Pouco depois, Phil Mickelson, que conseguiu ser ainda pior do que Tiger, em 48º lugar, entregou seu cartão e gastou meia hora dando autógrafos, cumprimentando fãs e sorrindo de verdade enquanto fazia o trabalho extra-campo a que toda celebridade é obrigada.

Depois que o mundo descobriu o verdadeiro caráter de Tiger Woods, ele se afastou de todos os amigos, demitiu seu técnico, seu caddie e colocou na cabeça que podia fazer tudo sozinho. Comprou um moderno equipamento de vídeo e se pôs a estudar o próprio swing, certo que a tecnologia bastaria para ajustar encontrar uma nova forma de bater na bola adequada às limitações físicas impostas pela quarta cirurgia no joelho.

Procura – Não deu certo, é claro, e ele contratou Sean Foley como técnico e passou a reconstruir seu swing com ele. Mas depois de se machucar no Masters e ficar quatro meses parado, só recorreu a Foley na véspera do Bridgestone, tendo treinado uma semana antes sozinho. Não deu certo mais uma vez.

Woods também encasquetou que não faria diferença ter Steve Williams a seu lado ou não. Colocou para levar sua bolsa um amigo de infância que, além de ser o presidente de sua fundação, ganhou fama por ser o responsável por agendar hotéis e viagens das amantes do amigo, como foi revelado em vários documentos, traindo a confiança de então esposa Elin Nordegren. Não deu certo também.

Indivisível – Que Woods é um gênio do golfe, ninguém duvida. Mesmo após tudo o que vem passando, mesmo sem ter encontrado ainda o novo papel que vai representar para o mundo, mesmo com esse personagem ainda em construção, ele conseguiu algumas jogadas fantásticas que permitem acreditar que talvez ele possa voltar a jogar como antes.

Como homem, Tiger parece não ter salvação e teve sua imagem irremediavelmente destruída. Como golfista há esperança, mas desde que ele deixe de acreditar que é o super-homem e monte uma equipe capaz de sustentá-lo e completa-lo em todos os seus pontos fracos. Infelizmente, homem e jogador habitam o mesmo corpo.

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