British Open: Ernie Els vence no colapso de Adam Scott

23/07/2012


Woods, McDowell e Snedeker também contribuíram para o quarto major do sul-africano


Ernie Els: quarto título do Grand Slam do golfe mundial conquistados em três décadas diferentes
   Ernie Els: quarto título do Grand Slam do golfe mundial conquistados em três décadas diferentes

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por Ricardo Fonseca

Em primeiro lugar é preciso deixar algo claro: Ernie Els venceu o British Open no Royal Lythan & St Annes GC. Não lhe deram de presente. Ele jogou três volta abaixo e uma no par. Fez o melhor resultado e único abaixo de 70 da volta final, entre os que estavam na briga pelo título, e embocou um putt longo no 18, já sob a pressão de um possível desempate, para jogar seu segundo 68 seguido, somar 273 tacadas, sete abaixo do par, conquistar a Claret Jug pela segunda vez na carreira e chegar a quatro majors ganhos em três décadas diferentes.

O último major de Els, de 42 anos, fora conquistado no British Open de 2002, em Muirfield. Antes dele, venceu duas vezes o US Open, em 1994, no Oakmont, e em 1997, no Congressional. A carreira de Els sofreu um declínio nos últimos anos, quando ele descobriu e assumiu o filho autista e passou a se dedicar a uma causa maior do que o golfe, levar o mundo a entender melhor essa disfunção do desenvolvimento e comunicação que afeta em maior ou menor grau quase 1% das crianças.

Auge – Apesar de ter sido número 1 do mundo por nove semanas não consecutivas entre 1997 e 1998, Els fez a melhor temporada de sua vida em 2004 quando venceu seis vezes, incluindo o Memorial e o American Express Championship e seu sexto World Match Play Championship. Perdeu o Masters para Phil Mickelson, que fez birdie no 18, jogou no pelotão do US Open e errou um putt de quatro metros no 18, antes de perder o playoff do British Open para o até hoje desconhecido Todd Hamilton. Foram 16 Top 10, o primeiro lugar do ranking do Tour Europeu e o segundo no PGA Tour.

O ano de 2004 marcou o nascimento dos chamados Big Five, os cinco jogadores que se revezaram, mas nunca saíram das cinco primeiras colocações do ranking mundial de golfe por quatro temporadas seguidas. Tiger Woods, Vijay Singh, Ernie Els, Retief Goosen, e Phil Mickelson conquistaram de 2004 a 2007 nove majors, a maioria duelando entre si.

Declínio – Depois de seu título do Honda Classic de 2008, Els entrou em forte declínio na carreira. Ele trocou David Leadbetter, seu técnico desde 1990, por Butch Harmon, mas só em novembro de 2009 voltou a dar sinal de vida ao jogar 63 na volta final do HSBC Champions, que perdeu por uma para Phil Mickelson. Só em 2010 Ele voltaria a vencer, com os títulos do CA Championship, no Doral, e o Arnold Palmer Invitational, no Bay Hill.

Mas Els voltou a afundar em 2011, deixando os Top 50 do ranking mundial de golfe pela primeira vez desde 1993, após o recorde de 705 semanas entre os melhores do mundo. Este ano, como número 58 do mundo, Els não conseguiu se classificar para o Masters pela primeira vez desde 1993 e havia perdido uma vaga automáticas pare 2013 ao fazer um bogey no último buraco do US Open, caindo para nono lugar, seu nono Top 10 em majors desde 2005. Com sua vitória neste domingo, Els voltou a ser número 15 do mundo e, além dos US$ 1,4 milhão em prêmios, está garantido em todos os próximos majors.

Colapsos – Agora é hora de falar dos colapsos. O primeiro foi do americano Brand Snedeker, líder do segundo dia e que começou o segundo dia empatado em segundo lugar. Ele fez duplos bogeys seguidos nos buracos 7 e 8 e nunca mais se recuperou. Jogou 73 e 74 no final de semana – sete tacadas devolvidas em dois dias – para somar três abaixo e ainda empatar em terceiro lugar.

Aí foi a vez de Tiger Woods, que tomou uma decisão errada na banca do 7, onde ficou estaimado no barrando alto. Ele tentou, mas não saiu com a primeira, quase não saiu com a segunda e ainda deu três putts, errando um curto para fazer triplo bogey. Mesmo assim, e com todo mundo perdendo terreno, Woods ainda teve chance de se recuperar, mas fez três bogeys seguidos do 13 ao 15, até embocar seu quarto birdie do dia no 18 para ainda jogar 73 e empatar em terceiro, com três abaixo, e voltar a ser número 2 do mundo.

Favoritos – Depois foi Graeme McDowell, o único britânico no páreo e preferido da torcida, que não fez nenhuma grande bobagem, mas foi fazendo bogey, incluindo três seguidos no 9 ao 11, para cair de segundo para quinto, com duas abaixo, depois de terminar com 75.

Restava o australiano Adam Scott, o preferido das mulheres e dos que torcem contra Woods – e há muitos – por causa de seu caddie, Steve Williams, que perdeu a chance de igualar o ex-patrão conquistando seu 14º major (ganhou 13 com Woods). Scott começou o dia vencendo por quatro e após um birdie no 14, ainda tinha quatro de vantagem, restando quatro buracos a jogar.

Pressão – Nesse momento, a TV mostrou seu nome já rascunhado na medalha de ouro que é dada ao campeão junto com a Claret Jug, pronto para ser gravada. Scott tinha dez abaixo, Els seis. Mas Scott caiu numa banca do 15 e fez um bogey normal, coisa do jogo. Aí errou um putt de menos de um metro no 16, coisa da pressão de vencer seu primeiro major. Outro bogey.

A pressão aumentou e no 17 ele deu sua pior tacada em todo o dia, um ferro do meio da raia que errou muito pela esquerda e foi parar numa touceira de grama densa, longe do green. Saiu para longe e não salvou o par. Foi nesse momento que ele ouviu a gritaria quando Els embocou um putt de quase cinco metros no 18 para fazer birdie, jogar 68 e somar sete abaixo, o mesmo que ele.

Derrota – Quando Scott espetou a bola no tee do 18, sua vantagem na liderança não existia mais. Ele bateu drive para uma das bancas e ficou sem tiro para frente. Saiu de lado e deu uma de suas melhores tacadas do dia, de 150 jardas para ficar a pouco mais de dois metros da bandeira. Embocando, salvaria o par e forçaria o playoff. Errou e entrou na lista dos grandes colapsos em majors.

“Eu sei que deixei escapar uma grande chance por entre os dedos” foi tudo o que Scott conseguiu dizer, o choro escondido na alma. Els, que fora ao putt green mas sequer treinara, viu-se, estupefato, com o título. Como grande cavalheiro que é, comemorou com discrição e foi consolar o amigo, de quem é mentor. “Você é um grande golfistas e vai ter muito mais chances como esta”. O tempo dirá.

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