British Open: Johnson faz história ao vencer segundo major

21/07/2015


Spieth perde a chance de se tornar o primeiro a vencer as três primeiras pernas do Grand Slam


Zach Johnson: único da história a vencer seus dois primeiros majors em Augusta e no Old Course
Zach Johnson: único da história a vencer seus dois primeiros majors em Augusta e no Old Course

por: Ricardo Fonseca

Zach Johnson fez história, mas Jordan Spieth não, na final do The Open, nome oficial do British Open, que só terminou nesta segunda-feira, no Old Course, de St. Andrews, depois de dois dias tumultuados pelo tempo ruim e atrasos de mais de 14 horas, somados. A vitória com dois birdies, um bogey e um par (-1) na soma dos quatro buracos do playoff (1, 2, 17 e 18), contra o sul-africano Louis Oosthuizen (par) e o australiano Marc Leishman (+2) fez de Zach, campeão do Masters de 2007, o sexto jogador da história, a vencer o Masters e o The Open em St. Andrews na carreira, mas o primeiro a conquistar seus dois primeiros majors nos dois campos ícônicos do golfe mundial: Augusta National e Old Course.

Ben Hogan não venceu os três primeiros majors do ano em 1953.

Jordan Spieth, de 21 anos, que vinha de vitórias no Masters e no US Open, ficou fora do playoff por uma tacada e perdeu a chance de se tornar o primeiro – sic – jogador da história a vencer os três primeiros torneios do Grand Slam em seguida. Mas, e Ben Hogan, em 1953? – você deve estar se perguntando, depois de ler por semanas que ele foi o primeiro a vencer os três primeiros majors do ano. Pois não venceu. Apesar de ser esta a ordem dos majors há muitos anos, em 1953 o PGA Championship foi jogado primeiro, de 1º a 7 de julho, em Birmingham, Michigan, e o The Open depois, de 8 a 10 de julho, em Carnoustie, na Escócia. Como na época não havia como chegar a Europa em tão curto espaço de tempo, Hogan optou pelo The Open, saltando o PGA Championship, que era jogado em match play.

Playoff – Johnson fez birdie no 18 para somar quatro abaixo neste buraco na semana e 15 abaixo o total. No 17, o Buraco da Estrada, o mais difícil do PGA Tour este ano, ele jogou três acima em quatro dias. Com isso jogou seis abaixo na volta final, seu melhor resultado na última rodada de um major, para somar 273 (66-71-70-66). Leishman, que foi o primeiro líder na sede, também somou 15 abaixo (70-73-64-66), depois de jogar 14 abaixo nas duas rodadas finais. Oosthuizen (pronuncia-se Ustêizem, acredite), que começou a volta final empatado em primeiro, foi o último a se garantir no playoff ao também somar 273 (67-70-67-69).

Considerado um dos melhores jogadores de putts do mundo, Spieth jogou fora a chance de fazer história provavelmente no buraco 8, de par 3, onde deu quatro putts para fazer duplo bogey. E depois errando as duas primeiras tacadas no 18 e perdendo a chance, por muito pouco, de embocar de fora, de putt, para birdie. Terminou uma atrás com 274 (67-72-66-69). O mestre dos putts deu seis greens de três putts (ou pior) na semana, cinco no terceiro dia, e foi apenas o 36º colocado nesse fundamento.

Destaques – Jason Day poderia ter sido mais um no playoff, mas fez apenas dois birdies e fechou a volta com 12 pares seguidos, incluindo um no 18 onde errou de três metros, para somar 274 (66-71-67-70) e dividir o quarto lugar. O irlandês Paul Dunne, que se tornou o primeiro amador a liderar o The Open após 54 buracos, desde Bobby Jones, em 1927, começou o dia empatado em primeiro, jogou ao lado de Oosthuizen e se apavorou, caindo para o 30º lugar com seis acima (69-69-66-78).

Antes de Spieth – e de Hogan que, como vimos, não jogou o major seguinte, nos EUA, para jogar o The Open, último do ano, na Europa – Arnold Palmer , em 1960, e Jack Nicklaus, em 1972, haviam sido os únicos a chegar ao final do The Open com chances de completar a terceira perna do Grand Slam, mas ambos perderam o título por uma tacada e foram vice-campeões, diferente de Spieth que ficou a uma tacada do playoff, mas terminou em quarto. Woods, em 2002, em Carnoustie, era nono após 36 buracos, mas jogou 81 no sábado e disse adeus ao sonho de ganhar os três primeiros majors do ano seguidos.

Recorde – Spieth jogou o Masters (18 abaixo), o US Open (5 abaixo) e o The Open (14 abaixo) com um total de 37 abaixo do par, o melhor resultado da história entre todos os golfistas. Com isso, desbancou o recordista Nick Faldo, que tinha 35 abaixo após três majors, em 1990, feito igualado por Tiger Woods em 2000, quando ele também somou 35 abaixo nas três primeiras pernas do Grand Slam.

O que também impressionou em Spieth foi sua capacidade de recuperação. Ele fez nove bogeys (ou pior) na semana no Old Course, mas em seis deles responde com birdies já no buraco seguinte. No domingo, na terceira rodada, ele respondeu seu único bogey com três birdies seguidos e jogou quatro abaixo nos buracos finais.

Até 2021 – Oosthuizen, que defendia o titulo ganho no Old Course, em 2010 (o Open só vai para lá a cada cinco anos) já havia perdido um major no playoff: o Masters de 2013. O The Open só deve voltar ao Old Course em 2021, saltando um ano, para coincidir com a edição 150ª do torneio. Oosthuizen é também o único jogador da Era Moderna a perder dois majors seguidos por uma tacadas (foi vice-campeão do US Open empatado com Dustin Johnson).

Oosthuizen soma 26 abaixo desde a segundo rodada do US Open em Chambers Bay, o melhor entre todos os jogadores. Como ele havia vencido o The Open, em 2010, com 16 abaixo, tornou-se o único jogador, além de Woods, a terminar mais de uma vez com pelo menos 15 abaixo no mesmo major. Leishman, por sua vez, que estava em 50º lugar após 36 buracos, poderia ter protagonizado a maior vitória da história dos majors, nunca vencidos antes por quem estava pior que 36º colocado em dois dias. Suas 130 tacadas, 14 abaixo, nos 36 buracos finais, igualou o recorde do The Open. Ele jogou os 45 buracos finais com apenas dois bogeys. Mas fez mais dois nos quatro buracos do playoff.

Amadores – O americano Jordan Niebrugge empatou em sexto, com 277 (67-73-67-70),11 abaixo, para ganhar a medalha de prata de melhor amador, a mesma que Mário Gonzalez ganhou em 1948, em Muirfield, ao terminar em 11º lugar (a medalha de prata só seria instituída no ano seguinte, nas Mario a ganhou postumamente, este ano, num reconhecimento do R&A por seu feito). O resultado de Niebrugge foi o melhor de um amador em toda a história do Open e o de Mário o melhor resultado brasileiro em majors de todos os tempos.

Os amadores Ashley Chesters, dos EUA, e Ollie Schniederjans, inglês, somaram 279 e também superaram a melhor marca anterior no The Open, que era de 281, estabelecida por Woods, em 1996, e igualada por Iain Pyman, em 1993. Mais um fato curioso: esta é a quarta vez em cinco anos que o The Open é vencido por jogadores com pelo menos 39 anos (idade de Zach). Nesse meio tempo nenhum outro major foi vencido por jogadores com mais de 36.

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