CBG Pro Tour discrimina profissionais não cadastrados

24/07/2012


Ao contrário da etapa anterior, os só filiados à PGA do Brasil irão pagar inscrição maior


João Corteiz, líder do primeiro dia de golfe em Brasília: por que ele tem qua pagar inscrição maior?
João Corteiz, líder do primeiro dia de golfe em Brasília: por que ele tem qua pagar inscrição maior? 

por: Ricardo Fonseca

A Confederação Brasileira de Golfe fez duas importantes alterações no regulamento da segunda etapa do CBG Pro Tour, que vai ser jogada de 8 a 10 de agosto no Damha Golf Club, em São Carlos: aumentou de 60 para 80 o número de participantes e elevou de R$ 200 para R$ 300 o valor da inscrição dos profissionais brasileiros que não tenham se cadastrado na entidade, ou seja, aqueles apenas afiliados à PGA do Brasil.

A elevação do número de vagas de 60 para 80 foi um dos pontos exigidos pela PGA do Brasil, com limite de 10 estrangeiros, quando do lançamento do CBG Pro Tour, em 2011. Houve muita discussão e a entidade dos profissionais não foi atendida, sob alegação que o dinheiro vinha da Lei de Incentivo ao Esporte e a cartilha aprovada pelo governo tinha que ser cumprida. Este ano, na primeira etapa, em Brasília, o limite foi de 60 jogadores, mas agora isso mudou, atendendo ao que a PGA do Brasil tanto queria para defender o interesse de seus associados.

Discriminação – Mas o que não se esperava é que os profissionais filiados apenas à PGA do Brasil – a grande maioria – fosse discriminada com a mudança do regulamento. Na etapa anterior, em Brasília, os brasileiros, independente de filiação, pagavam R$ 200 de inscrição e os estrangeiros R$ 300. Agora, os profissionais apenas filiados à PGA do Brasil foram igualados aos estrangeiros e terão que pagar R$ 300 para poder jogar.

Eliecer Antolinez, da PGA do Brasil, diz que a ação da CBG foi discriminatória. “Uma clara tentativa de obrigar os profissionais a se cadastrar na CBG” diz o profissional. Ele lembra que não foi a primeira vez que a CBG discrimina os filiados à PGA do Brasil. “No CBG Pro Tour de Brasília separaram os jogadores ex-caddies dos ex-amadores, colocando em xeque o respeito que zela este jogo”, diz. “A pratica deste tratamento diferenciado se chama racismo”, disse Antolinez no Facebook.

Contradição – A elevação do valor da inscrição para os profissionais não cadastrados à CBG fere o que foi dito na criação do cadastro de profissionais que a entidade fez no início do ano. “O Cadastro dos Profissionais de Golfe na CBG não impede a filiação dos profissionais e professores em outras entidades, seja nacional ou internacional, dando total e ampla liberdade aos mesmos, conforme prega a Constituição brasileira. A ativação do cadastro tem por objetivo o incentivo ao golfista profissional brasileiro, ressaltando que os mesmos continuam com total e ampla liberdade para a escolha dos torneios que devem participar para o crescimento e aperfeiçoamento de suas carreiras”, escreveu a CBG em seu site na internet.

Aumentar o valor da inscrição para a maioria dos profissionais brasileiros pode indicar duas coisas: a primeira é que a adesão ao cadastro não foi tão grande como a CBG esperava, ou não teria a necessidade de cometer esta injustiça justamente com os profissionais com menos recursos financeiros. A segunda, é que preocupada com o fato de não ter conseguido patrocinadores para o CBG Pro Tour até agora, esteja querendo aumentar a arrecadação.

Dinheiro – A primeira hipótese faz sentido, mas a segunda é desmentida pelos fatos. Ao que tudo indica, não existe problema de dinheiro na CBG, apesar de o CBG Pro Tour de 2012 estar dando prejuízo por só ter até agora dois apoiadores que não chegam nem perto de pagar a premiação de cada etapa, de R$ 100 mil, fora despesas e lucro do organizador.

Mas dinheiro não parece ser o problema da CBG. Segundo Vicky White, ex-vice-presidente da entidade, a CBG teria pago passagens na Club World, equivalente à classe executiva, para Julia Debowski e Homero Toledo participarem do Junior British Open, embora o Anderson Nunes, de Japeri, convidado especial do R&A, para quem a CBG também pagou passagem, tenha sido obrigado a viajar de classe econômica.

Desperdício?  – Vicky lembra ainda que não um, mas dois vice-presidentes da entidade – Arata Hara e José Joaquim Barbosa – foram a Londres na mesma ocasião, a semana do British Open, provavelmente de classe executiva paga pela CBG. “Agradeço à CBG por ter pagado a passagem do Anderson Nunes à Inglaterra para jogar o Junior Open, mas tenho uma dúvida: Por que Anderson viajou na classe econômica quando Julia e Homero foram na Club World? Eu paguei a minha passagem na Club World e não foi barato! A CBG está com tanto dinheiro para pagar executiva para os juvenis?”, indaga a presidente de Japeri em sua página no Facebook. Com a resposta a CBG.

  • Onde Jogar

    Como chegar. Dicas de hospedagem e alimentação. Preços e serviços

  • Turismo

    Aproveite o acordo entre a Pousada Travel Inn Trancoso e o Terravista Golf Course

  • Golfe 2016

    Paris 2024: Corrida olímpica começa com o brasileiro Rafa Becker entre os Top 50


  • Newsletter

    Golfe.esp.br - O Portal Brasileiro do Golfe

    © Copyright 2009 - 2014 Golfe.esp.br. Todos os direitos reservados