CBG Pro Tour encolhe em sua principal etapa de 2014

20/08/2014


Apenas 39 profissionais brasileiros jogam esta semana em Porto Alegre, contra 46 no DF


CBG Pro Tour 2014: aumento de prêmios não bastou para atrair mais golfistas brasileiros e estrangeiros até agora
CBG Pro Tour 2014: aumento de prêmios não bastou para atrair mais golfistas brasileiros e estrangeiros

por: Ricardo Fonseca

A etapa de Porto Alegre do Circuito Brasileiro de Golfe Profissional – CBG Pro Tour, prevista para ser a principal do ano, por valer para a Série de Desenvolvimento do PGA Tour Latinoamérica, acabou decepcionando pela pequena procura e vai ser jogada com o menor número de profissionais brasileiros em campo – apenas 39 – desde que o circuito foi criado, em 2011. Mesmo com a presença de dez profissionais estrangeiros, dois a mais do que o regulamento do torneio permitia, e com cinco amadores convidados em campo, o torneio que vai ser jogado de quinta a sábado no Porto Alegre Country Club não preencheu todas as vagas disponíveis, reunindo 54 golfistas, seis a menos do que o limite.

Depois de ter seu começo postergado de abril para agosto, deixando um hiato de 11 meses entre a última etapa do CBG Pro Tour de 2013 e a primeira de 2014, o encolhimento do CBG Pro Tour já ser fez sentir na primeira etapa, disputada na última semana, em Brasília. A seletiva para profissionais estrangeiros que precederia o evento, na terça-feira, valendo vagas para quatro das cinco etapas do ano, foi cancelada por falta de interessados. Também sobraram vagas na competição principal do DF, quando 54 jogadores foram a campo, sendo 46 brasileiros e oito estrangeiros.

Desinteresse – Os altos custos do circuito, que teve suas duas primeiras etapas em semanas seguintes, mas nas duas cidades mais distantes do calendário de 2014 – Brasília e Porto Alegre – ajudou a afugentar os profissionais brasileiros, que precisariam terminar entre os dez primeiros para ganhar o suficiente (um mínimo de R$ 4 mil brutos, sem descontar o Imposto de Renda) para arcar com os custos de transportes, hospedagem, alimentação, inscrição e pagamento de seus caddies. Para muitos, a essa conta soma-se ainda o valor das aulas que deixariam de dar e receber em seus clubes durante a semana da viagem.

É triste que o desinteresse pelo CBG Pro Tour venha a ocorrer num ano em que os prêmios foram aumentados nominalmente em 20% para chegar a R$ 120 mil por etapa, o que manteve seu valor em dólar estável nos últimos anos (aproximadamente US$ 50 mil, ou até mais). Com o cancelamento dos Pro-Ams que eram disputados em cada etapa no passado, caiu também o público – havia pouquíssimas pessoas acompanhando os líderes na rodada final no DF – e até o interesse da imprensa, especializada ou não. O glamour dos torneios profissionais de antigamente não existe mais.

Estrangeiros – O domínio estrangeiro no CBG Pro Tour de 2013, quando os jogadores de fora do Brasil foram os número 1, 2 e 5 do ranking e levaram metade dos prêmios em dinheiro, também ajudaram a afugentar os brasileiros, nem tanto pelo medo da concorrência, mas por temer terminar a viagem no vermelho, mesmo passando o corte. Na primeira etapa deste ano, no Distrito Federal, já houve dois estrangeiros entre os cinco primeiros e quatro entre os Top 10, e isso em jogadores de grande expressão de fora do Brasil, a maioria deles veteranos em fim de carreira ou aguardando uma chance nos circuitos seniores.

Dos 39 profissionais brasileiros em campo esta semana em Porto Alegre, nove são do Rio Grande do Sul, incluindo oito de Porto Alegre, mas quase todos eles não são profissionais que costumam competir no circuito brasileiro, mas head-pros e professores de golfe que estão aproveitando a oportunidade de jogar em casa. Dos nove gaúchos, apenas três jogaram em Brasília e apenas um deles – Guilherme Antunes – passou o corte. Os três profissionais mais bem colocados desta etapa que não tenham ainda o cartão garantido para o PGA Tour LA de 2015 ganham vaga na final da Série de Desenvolvimento do circuito, que será jogada em dezembro e dará cinco cartões para o circuito latino do próximo ano.

Destaques – Os profissionais da equipe YKP/Azeite 1492 que reúne talentos da geração olímpica do golfe brasileiro volta a ser destaque nesta edição, com seus quatro jogadores em campo: Ronaldo Francisco, o número 1 do Brasil, que vem de um vice-campeonato em Brasília, onde só perdeu o título no terceiro buraco do desempata; Daniel Stapff, que foi líder e terminou em terceiro no DF; Rafa Becker e Philippe Gasnier.

A eles se somam como favoritos ao título o gaúcho Rafael Barcellos, que vem de uma vitória em Brasília, onde encerrou jejum de um ano e meio; Felipe Navarro, que voltou a competir após uma série de contusões e começou o ano passando o corte; e Luis Thiele, que estreou como profissional no DF e já ganhou seu primeiro prêmio em dinheiro. Outros destaques são Pablo de la Rua e Marcos Silva, que criaram e mantém o Mini Tour Profissional de Golfe, circuito profissional que apesar de ser mantido pelos próprios jogadores é o que mais tem ajudado a revelar novos talentos para o golfe brasileiro.

Concorrência – Entre os estrangeiros, destaque para os argentinos Maurício Molina e Sergio Acevedo, os dois jogadores que mais ganharam dinheiro no CBG Pro Tour de 2013, que vem de um quarto e um sétimo lugar em Brasília, e para o boliviano Jorge Luiz da Salvatierra, também quarto no DF. Os outros dois estrangeiros que passaram o corte na etapa da semana passada são os seniores paraguaios Ramon Franco e Pedro Martinez.

O CBG Pro Tour 2014 tem como patrocinadores YKP, Azeite 1492, HSBC, BMW, Sportv e Klabin e apoios da Nespresso, o café oficial, do Porto Alegre Country Club e da Federação Riograndense de Golfe. O circuito é uma parceria da Confederação Brasileira de Golfe (CBG) com a IMX, com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte.

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