CBG Pro Tour: estrangeiros levam mais da metade de todo o dinheiro

11/08/2013


Dos R$ 300 mil em prêmios, mais de US$ 150 mil foram para profissionais de fora


Molina: argentino número 1 do ranking brasileiro de golfe profissional, dominado por estrangeiros
Molina: argentino número 1 do ranking brasileiro de golfe profissional, dominado por estrangeiros

por: Ricardo Fonseca

De cada R$ 100 oferecidos em prêmios no Circuito Brasileiro de Golfe Profissional – CBG Pro Tour, mais de R$ 50 vão parar no bolso dos profissionais estrangeiros. Jogadas três das cinco etapas do circuito que deveria servir para desenvolver o golfe profissional brasileiro, quem mais tem se beneficiado dele são os estrangeiros, que venceram todos os três torneios, foram duas vezes vice-campeões, terminaram nove vezes entre os cinco primeiros e 13 vezes entre os dez primeiros colocados.

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O resultado dessa supremacia é que os dois primeiros colocados do ranking brasileiro de golfe são argentinos e o terceiro da lista é um uruguaio. Os três estrangeiros juntos ganharam mais de um terço dos prêmios distribuidos até agora – R$ 110,5 mil, dos R$ 300 mil em prêmios pagos pelo Brasil em seu circuito profissionais. Os estrangeiros são quatro dos cinco primeiros e sete dos Top 15 do ranking brasileiro.

Diferença – Dos 31 profissionais que passaram os cortes até agora, apenas 11 são estrangeiros, Mas juntos esses dois argentinos e o uruguaio já ganharam R$ 153,5 mil, ou seja, mais de um terço do dinheiro oferecido pelo Brasil. E dos 20 brasileiros que ganharam dinheiro até agora no CBG Pro Tour de 2013, apenas dez levaram mais de R$ 5 mil, o que se calcula ser necessário para cobrir os custos de inscrição, caddie, transporte aéreo e terrestre, hospedagem e alimentação, na soma das três etapas.

No passado, os estrangeiros também venciam torneios profissionais no Brasil, mas a grande maioria era formada por campeões do PGA Tour – incluindo campeões de majors – que vinham jogar no Rio de Janeiro e em São Paulo no auge de suas formas. E encontravam em jogadores como Mario Gonzalez, José Maria Gonzalez Filho, Jaime Gonzalez, Priscillo Diniz, Rafael Navarro, entre muitos outros, adversários à altura.

Segundo time – Hoje, o Circuito Brasileiro de Golfe Profissional não tem atraído jogadores do nível dos estrangeiros de antigamente. Nem perto disso. O maior nome que por aqui passou – e apenas uma vez – foi o do paraguaio Carlos Franco, em compasso de espera para o circuito dos veteranos.  O argentino Mauricio Molina, o número 1 do ranking brasileiro, tem 46 anos e não está nem entre os 100 primeiros do PGA Tour LA, o único circuito que disputa fora da Argentina. O também argentino Sergio Acevedo, de 34 anos e o Uruguaio Juan Lizarralde, de 33, também jogam no PGA Tour LA, mas em posições intermediárias e ainda lutam para manter seu cartão para 2014.

Entre os profissionais brasileiros de ponta também não é muito diferente. Dos vinte que se beneficiaram do CBG Pro Tour até agora, ganhando algum dinheiro em 2013, conta-se nos dedos de uma mão os que podem ter pretensões olímpicas. Felipe Navarro, Daniel Stpaff, Giordano Junqueira e Philippe Gasnier, são, entre poucos outros, os profissionais mais novos em destaque.

Dificuldade – Restam dois torneios – as etapas de Curitiba e São Paulo – para os brasileiros reverterem esse quadro desfavorável, mas, infelizmente, a tarefa não deve ficar mais fácil. Os dois torneios finais foram incluídos pela Confederação Brasileira de Golfe, no Tour de Desenvolvimento do PGA Tour LA, uma segunda divisão do golfe latinoamericano, que vai dar cinco vagas para o circuito principal. Com isso, a procura dos estrangeiros interessados em nossos generosos prêmios e em escapar da Q-School do circuito latino deve aumentar nas etapas finais e atrair, além dos veteranos, novos valores do golfe do continente, Mais gente para disputar os prêmios com os brasileiros.

no Brasil. Ele estreou com um sexto lugar na etapa de Brasília, foi campeão na etapa do Com a PGA do Brasil emasculada, abandonada e sem promover torneios, restam poucas opções para o Brasil revelar novos talentos no golfe profissional, pois os que estão chegando não conseguem passar cortes no CBG Pro Tour e ganhar dinheiro para viver. E são raríssimos os torneios de entrada, com prêmios de R$ 30 mil a R$ 50 mil – houve apenas um nos oito primeiros meses do ano -, organizados pelos clubes, que sempre foram o celeiro dos novos profissionais no país.

Esforço – Existe o Mini Tour de Profissionais de Golfe, torneios de dois dias normalmente jogados durante a semana e de alcance regional, onde os participantes casam o dinheiro que vai ser juntado para pagar os prêmios, junto com algum dinheiro dos patrocinadores, se houver. É um bom começo, mas de efeito limitado. Está faltando o circuito intermediário, o que realmente revela profissionais. O tempo vai passando e cria-se um hiato, uma geração perdida.

Para revelar novos profissionais e lhes dar o ritmo de jogo que hoje apenas os cinco brasileiros que disputam o PGA Tour LA ainda tem, o Brasil precisaria, talvez, em vez de cinco torneios de R$ 100 mil, de 10 torneios de R$ 50 mil, com quatro dias de jogo, mais gente passando o corte e restrição a estrangeiros (pocuas vagas), como fazem a Argentina, Colômbia e Chile que tem circuitos organizados. Pode estar na hora de rever nossos conceitos.

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