Collin Morikawa, 24, vence The Open, faz história e está a meio caminho do Grand Slam

19/07/2021

Em apenas oito majors, americano escreveu seu nome ao lado dos grandes do golfe mundial

Colin Morikawa e a Claret Jug: amor à primeira vista. Reprodução tevê

por | Ricardo Fonseca

Colin Morikawa, de 24 anos, profissional desde 2019, disputou apenas oito majors na carreira. Por causa da pandemia, sete deles foram jogados em menos de um ano (346 dias). Venceu dois, ambos estreando nessas competições, algo inédito na história do golfe. Foram duas vitórias de virada, algo que apenas Bobby Jones e Jack Nicklaus conseguiram fazer antes dos 25 anos. E entrou para o seleto grupo de grandes campeões que venceram mais de um major até 25 anos, que inclui, além de Jones e Nicklaus, Gene Sarazen, Seve Ballesteros, Tiger Woods, Rory McIlroy e Jordan Spieth.

Morikawa, californiano filho de mãe coreana e pai japonês, entrou definitivamente para a história do golfe ao vencer o The Open, neste domingo, 18 de julho, no Royal St. George’s Golf Club, em Sandwich, na Inglaterra. Assim como já havia feito ao vencer seu primeiro major no PGA Championship de 2020, de 6 a 9 de agosto, no TPC Harding Park, em San Francisco, na Califórnia, Morikawa não fez bogeys na volta final. Venceu com 265 (67-64-68-66) tacadas, 15 abaixo, ficando a apenas uma tacada do recorde de 264 (-20) do sueco Henrik Stenson ao vencer o The Open de 2016, no Royal Troon, na Escócia.

Links – Com o cancelamento do The Open de 2020 – único major que foi pulado por causa da Covid – Morikawa estreava em campo links, mas jogou como um mestre. Venceu por duas tacadas numa disputa direta com três campeões de majors, Jordan Spieth, Jon Rahm e Louis Oosthuizen, além de Brooks Koepka, que chegou perto. Morikawa não se destacou pela distância (285,8 jardas, 45º), nem pela precisão dos drives (39º), mas venceu com os ferros e o putt nas mãos. Foi o 5º em greens acertados (54, 75%), e o melhor em putts, apenas 111 nos 72 buracos, média de 1,54.

“Aprender a jogar num campo de golfe estilo links é difícil porque há tantos desníveis e eu gosto de saber de tudo, de cada pequeno detalhe, mas é difícil fazer isso aqui” conta Morikawa. “Então você tem que ser preciso em tudo, e foi assim que eu encarei, como um desafio a cada tacada”.

Respeito – Mais do que levar para casa a Claret Jug, troféu do The Open desde 1873, que estava em poder do irlandês Shane Lowry, campeão do torneio passado, em 2019, havia dos anos, Morikawa ganhou o coração da torcida britânica, maravilhada com a competência com que desfilou pelo campo links nos quatro dias, com 19 birdies e apenas quatro bogeys, três deles no intervalo de nove buracos entre o final da segunda rodada (15) e o começo da terceira (2 e 5).

Ao embocar o putt da vitória, Morikawa acenou para a multidão, aplaudiu o público de dezenas de milhares de pessoas que circundava o buraco final, em demonstração de apreço e respeito, e, quando foi para o microfone, parecia acostumado a fazer esse tipo de discurso há anos. Morikawa teve um deslize ao chamar de “British Open”, o The Open, nome de que se orgulham os criadores do torneio de golfe mais antigo do mundo, mas a torcida que acabava de consagrar o “The Champion Golfer of the Year”, título usado desde o primeiro torneio, em 1860, o perdoou.

Grand Slam – Morikawa deixou a Inglaterra como número 3 do mundo, seu quinto título do PGA Tour, e a meio caminho de completar o Grand Slam na carreira, algo que apenas Gene Sarazen, Ben Hogan, Gary Player, Jack Nicklaus e Tiger Woods conseguiram na era profissional, mas que Bobby Jones consagrou em vencer, no mesmo ano (1930), os abertos profissionais e amadores americano e britânico.

Na verdade, Morikawa, pode sonhar agora com o que seria o Super Grand Slam na carreira, incluindo o título do golfe nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que começam nesta sexta-feira, com a cerimônia de abertura, (o golfe masculino começa na quinta, 29). Filho de japonês, Morikawa e o japonês Hideki Matsuyama, ganhador do Masters deste ano, que não jogou no The Open por estar com Covid, estão predestinados a ser as grandes estrelas da segunda competição de golfe olímpica desde 1908, obliterando as poucas desistências entre os Top 100 do mundo, ausências que não macularão os Jogos, mas sim a carreira daqueles que vivem do golfe, mas não para ele.

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