03/09/2014
por: Ricardo Fonseca
O golfe paulista sofreu uma de suas maiores humilhações na última semana, quando o Aberto do Estado de São Paulo, uma das competições mais importantes e antigas do país, teve o resultado de seu torneio feminino recusado para o ranking mundial amador de golfe por não ter conseguido o mínimo exigido de dez jogadoras em campo. Desta forma, Luiza Altmann, Júlia Shin, Giovanna Yabiku, Lauren Grinberg e Lúcia Guilger, pela ordem as cinco primeiras colocadas, foram prejudicadas por não terem pontuado o melhorado sua posição na lista que serve, entre outras coisas, para as convocações das equipes brasileiras.
Como forma de reagir a esta situação que mostra o abandono do golfe feminino no estado – assim como em todo o Brasil – a Federação Paulista de Golfe (FPG) nomeou esta semana um grupo intitulado de “Embaixatrizes do Golfe”, que terá como missão “atrair mais mulheres para o esporte e desenvolver o golfe feminino no Estado, trabalhando com suporte da entidade”. Uma boa iniciativa apesar do nome equivocado, uma vez que, em português, convencionou-se que “Embaixatrizes” são as mulheres dos embaixadores, bem diferente das “Embaixadoras”, que são as mulheres que efetivamente exercem o cargo de representar algo.
Embaixadoras – A FPG não tem até hoje uma diretora feminina, embora uma das vice-presidências, a Administrativo Financeira, seja ocupada por Roberta Moretti Avery, a única mulher entre os 20 dirigentes da entidade. Roberta lidera o grupo de embaixadoras nomeadas ao lado de Stella Bihar (Terras de São José GC, de Itu), Luzia Taninaga (Lago Azul GC, de Araçoiaba da Serra), Cecilia Higashi (São Paulo Futebol Clube Golfe), Neide Nakagawa e Mary Suizi (Associação Esportiva, de São José dos Campos), Lucia Bertazzoli (Clube de Golfe de Campinas), Andréa Munaro (Terras do Golfe, de Campo Grande, MS) e Stela Miyagi (Arujá Golfe Clube). Seis delas se reuniram nesta terça-feira, na sede da FPG, para iniciar os trabalhos.
Segundo a FPG, a iniciativa visa aumentar o número de jogadoras, com maior participação em torneios femininos, sejam eles sociais, abertos de clubes, interclubes ou a Taça Escudo. Outra função das embaixatrizes será incentivar os clubes a adotar formatos de torneios para mulheres veteranas e iniciantes, incentivando a participação de todas. O grupo também estuda recriar e fortalecer o Ladies Day (dia em que as mulheres têm descontos) no Embrase Golf Center, o centro de treinamento da FPG.
Incentivo – “Colocaremos toda a estrutura da FPG à disposição de nossas embaixatrizes”, diz Antonio Carlos Padula, presidente da FPG. “O golfe é um esporte familiar por natureza, por isso a participação feminina é fundamental para que possamos crescer”, conclui. “Queremos ver mais jogadoras nos clubes, incentivando o golfe social e competitivo feminino”, reforça Roberta. “As embaixatrizes são todas mulheres ativas no esporte e com energia para propagar nossas ideias”, completa.
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