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Depois de três meses parado, Tiger volta ao golfe esta semana

02/12/2014

Retorno acontece cinco anos após o Dia de Ação de Graças que mudou sua vida

Tiger: voltando ao golfe pela quinta vez na carreira, cinco anos após o incidente que mudou sua vida

Depois de três meses parado para se recuperar de uma cirurgia nas costas e de uma tentativa de retorno que se mostrou prematura, Tiger Woods está pronto para retornar ao golfe, vindo de uma contusão, pela quinta vez na carreira. Ele disputa o Hero World Challenge, torneio em benefício à sua Fundação, com apenas 18 jogadores em campo, de quinta a domingo, em seu clube, o Isleworth, em Orlando, na Flórida, ao lado de sua casa, num evento que também incorpora a Tavistock Cup.

Apesar do número limitado de jogadores, esta será uma das mais fortes edições do torneio em seus 14 anos de história, reunindo 12 dos Top 20 do ranking mundial de golfe, que disputam US$ 3,5 mil em prêmios e preciosos – ao menos para Woods, que despencou de 1º para 24º lugar – pontos para o ranking mundial de golfe. De técnico novo – Chris Como -, em um campo onde se sente em casa e com o swing em dia, como mostram alguns vídeos de treino divulgados esta semana na internet, Woods pode ser considerado favorito para seu primeiro resultado decente do ano, sobretudo se levarmos em conta que a concorrência está em fim de temporada ou esgotada por viagens ao redor do mundo.

Concorrência – Este é o caso do número 2 do mundo, o sueco Henrik Stenson, o mais bem ranqueado em campo, uma vez que Rory McIlroy não irá jogar, que vem de uma impressionante vitória no DP World Tour Championship, em Dubai, no encerramento do Tour Europeu, onde disse ter usado suas últimas forças para vencer o torneio pelo segundo ano consecutivo. E de Jordan Spieth, que bateu o recorde no Australian Open ao jogar 63 na volta final para ganhar, domingo, o segundo título da carreira, e que terá um jet-leg de 12 horas para superar esta semana.

O fator campo que favorece Woods, também poderia favorecer outros moradores do condomínio que estarão em campo, incluindo Stenson e seus companheiros campeões da Ryder Cup Justin Rose e Graeme McDowell. Rose, que não jogava desde o quarto lugar no BMW Masters, fez um grande torneio em Dubai, onde ficou em segundo, ao lado de McIlroy. G-Mac adora o torneio de Woods, que já venceu em 2010 e 2012, e sempre jogou bem em Isleworth na Tavistock Cup. A eles se juntou na última hora Patrick Reed, que substitui o contundido Jim Furyk e terá mais uma chance de provar que é um dos cinco melhores profissionais do mundo, como afirmou.

Aniversário – Mas além da nova volta ao golfe de Tiger, a semana vai ser lembrada como o quinto aniversário do fatídico Dia de Ação de Graças de 2009, quando Elin Nordegren, a ex-mulher de Woods, descobriu através de uma mensagem no celular do marido que ele a traia (soube-se, depois, não com uma, mas com mais de uma dúzia de mulheres) e partiu atrás dele com um taco de golfe na mão, provocando a fuga do ex-número 1 do mundo que acabou atropelando um hidrante antes de bater sua SUV numa árvore na casa do vizinho.

Woods se machucou, não seriamente, mas sua carreira nunca mais seria a mesma. Woods nunca mais venceu um major, mas tem como auge no período a incrível temporada de 2013, quando venceu cinco torneio e quase o sexto, nessa mesma semana, não tivesse Zach Johnson embocado da zona de drop no 18 para fazer par e ganhar dele no playoff. Mesmo assim, Woods foi o Jogador do Ano do PGA Tour pela 11º vez na carreira, o número 1 do ranking americano pela décima vez e ganhou o Vardon Trophy pela nona vez.

Temporada ruim – Um ano depois, Woods está vindo de uma temporada para esquecer. Quando abriu o ano defendendo seu título em Torrey Pines, ninguém podia imaginar o que se seguiria. Ele entrou em apenas oito torneios e terminou somente três. Pela primeira vez na carreira não teve um Top 10 sequer na temporada que foi marcada por iniciais desagradáveis: dois WDs (abandonos), dois MCs (não passou o corte) e um MDF (ficou no corte extra de 54 buracos).

Dores nas costas que o levaram à cirurgia em março fizeram Woods a perder dois majors. Quando voltou, mais cedo do que deveria, teve que parar novamente após o PGA Championship deixando dúvidas sobre o seu novo retorno: seria a do velho Tiger, ou de um Tiger velho (para o jogo), que completa 39 anos este mês?

Comparação – Nestes cinco anos pós-hidrante, apenas McIlroy, com 13 títulos, venceu mais do que Woods (nove). Mas Adam Scott, Martin Kaymer, Graeme McDowell, Luke Donald e Lee Westwood também venceram nove vezes ao redor do mundo. Woods, no entanto, tem a maior porcentagem de vitórias – 12% – do que qualquer outro no período.

Nos 16 majors que jogou desde 2010, Woods teve apenas cinco Top 5s e não esteve na disputa pelo título nos buracos finais em nenhum deles. E não quebra 70 na volta final de um major desde 2011. Ele ainda tem os mesmos 14 majors que tinha em julho de 2008 e continua quatro atrás do recorde de 18 de Jack Nicklaus.

Patrocinadores – O incidente marcado pelo hidrante, que o levou a se separar da mulher, também provocou problemas financeiros para Woods. Entre as empresas que o deixaram ou não renovaram seus patrocínios depois disso estão Accenture, AT&T, Gillette, Gatorade, Tag Heuer e EA Sports. Ele as substituiu com a Rolex, e as empresas de produtos para melhora de desempenho: a japonesa FUSE e a Muscle Pharm. A Nike continua sendo seu maior patrocinador, mas Woods, que antes reinava absoluto nos comerciais da empresa, agora divide a tela com McIlroy.

Desde o incidente do Dia de Ação de Graças de 2009, Woods foi número 1 do mundo por mais tempo 60 semanas, do que os que o sucederam e ainda (Rory vai igualar e passar esta marca) é o único que permaneceu no posto por um ano inteiro. Resta saber como o seu tendão de Aquiles, seu joelho esquerdo, suas costas e sua cabeça irão reagir à sua nova volta ao golfe.