Economia: 500 profissionais do PGA of America são demitidos nos EUA

23/07/2014


Com vendas em baixa, maior rede de lojas de golfe desiste de atendimento personalizado


Demissões para atenuar crise com a queda das vendas e sobretudo da lucratividade com o golfe
Demissões para atenuar crise com a queda das vendas e sobretudo da lucratividade com o golfe

por: Ricardo Fonseca

A Dick`s Sporting Goods, a maior rede de lojas especializada em golfe dos EUA, acaba de demitir mais de 500 profissionais do PGA of America para tentar sobreviver à queda das vendas e na lucratividade de seu negócio. A Dick`s Sporting Goods apostava no atendimento personalizado desses profissionais, mantendo ao menos um deles como empregado em sua rede com mais de 560 lojas em cada unidade, para fazer frente às crescentes vendas online de produtos de golfe.

Considera a maior revendedora de produtos da TaylorMade e Callaway nos EUA, a Dick`s Sporting Goods não tornou pública as demissões, mas diversos profissionais atingidos pela medida relataram o ocorrido. Ted Bishop, presidente do PGA of America, enviou uma carta de solidariedade ao profissionais atingidos. “Eu estou profundamente desapontado que a carreira de tantos profissionais do PGA tenham sido afetadas hoje”, escreveu o dirigente, segundo cópia obtida pelo site ESPN.com.

Estoque – Em 20 de maio, ao anunciar queda de US$ 34 milhões nas vendas do primeiro trimestre de 2014, Ed Stack, CEO da Dick`s, contou que preço médios dos drivers vendidos pela empresa caiu de US$ 299, 20 meses antes, para US$ 99. Segundo o executivo, o número de drivers vendidos no primeiro trimestre deste ano caiu apenas 2% em relação ao mesmo período de 2013, mas que o preço médio desses drivers está 16% menor e eles representam 15% do negócio da empresa.

Como a maior varejista da TaylorMade nos EUA, a Dick`s foi duramente atingida ao comprar um grande lote dos quatro modelos de drivers lançados pela TaylorMade em 2013, e ficar com excesso de estoque quando as vendas cairam, o que tem obrigado a empresa a vencer o excedente abaixo do preço de mercado, com prejuízo.

Indicadores – “Cada indicador macro dos últimos 20 anos – voltas disputadas, acesso de minorias ao jogo, mulheres que aderem ao golfe – todas essas coisas dizem que há menos pessoas jogando”, disse Mark King, o ex-presidente da TaylorMade que foi recentemente nomeado presidente da Adidas América do Norte, em entrevista ao programa “Real Sports”, da HBO. “O número de jovens que entram para o golfe após o ensino médio, dos 18 aos 30 anos, caiu 35% nos últimos 10 anos”, constata o executivo da Adidas.

A National Golf Foundation considera como golfista nos EUA qualquer pessoa que frequentou uma instalação de golfe – campo, academia, clínica, etc – pelo menos uma vez nos últimos 12 meses. Por esse critério o número de golfistas atingiu seu ápice em 2005, com 30 milhões de golfistas nos EUA. No começo de 2014, esse número havia caído para 25,3 milhões, com queda de 400 mil entre 2012 e 2013.

Menos afetados – Percentualmente a queda entre os “golfistas regulares”, que são aqueles com 18 anos ou mais que jogam pelo menos oito vezes por ano, foi muito menor. Eles eram 12,8 milhões em 2005 e são 12 milhões no último levantamento. Como eles respondem por 91% das voltas jogadas nos EUA, a queda desse parâmetro também foi menor, de 500 milhões de rodadas em 2005 para 490 milhões, em 2012.

Estão fechando muito mais campos de golfe do que abrem. Só em 2013 abriram 14 percursos novos equivalentes a 18 buracos (soma do número de buracos de todos os campos, dividido por 18), enquanto fecharam 158 campos (equivalentes a 18 buracos). Do recorde de 16.052 campos em 2005, época em que se abria um novo campo de golfe nos EUA por dia, existiam no final de 2013 um total de 15.516 campos (equivalentes a 18 buracos).

Mercado – Os números são ainda menos catastróficos quando se fala dos “golfistas ávidos”, aqueles que jogam 25 ou mais voltas por ano e que representam 23% do total, mas respondem por dois terços dos gastos com golfe. Ou seja, a Indústria do Golfe nos EUA está perdendo os golfistas periféricos e deixando de agregar novos jogadores no ritmo que vinha mantendo antes, o que afeta os negócios, que estão se redimensionando para a nova realidade, mas não a saúde do esporte.

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