08/09/2014
por: Ricardo Fonseca
A importância dos patrocínios individuais para o desenvolvimento do golfe profissional brasileiro ficou evidente com o impacto que a equipe YKP/Azeite 1492, lançada em fevereiro deste ano, já 
provocou no Circuito Brasileiro de Golfe Profissional de 2014. Em apenas três torneios, os membros do time que reúne talentos da geração olímpica do golfe brasileiro já conquistaram seis medalhas, sendo duas de outro, duas de prata e duas de bronze (veja quadro de medalhas ao lado) e tem três de seus atletas nas quatro primeiras colocações do ranking profissional brasileiro.
Veja fotos exclusivas do torneio vencido por Stapff, em Itu
Já está no ar o álbum com uma centena imagens inéditas da terceira etapa do circuito
A grande novidade do ano foi a afirmação de Daniel Stapff como profissional, nesta que é apenas a sua segunda temporada completa pós-amadorismo. Com dois terceiros lugares nas etapas de abertura do circuito, em Brasília e Porto Alegre, e uma vitória inconteste em São Paulo, no Terras de São José Golfe Clube, em Itu, o paranaense Stapff, de 24 anos, passou a ser o número 1 do Brasil, ocupando um posto dominado nos últimos cinco anos por Ronaldo Francisco, seu companheiro de equipe, e Rafael Barcellos, ambos muito mais velhos e experientes do que ele.
Becker – Outra novidade importante foi que outro jovem membro da equipe YKP/Azeite 1492, o paulista Rafa Becker, de 23 anos, também venceu seu primeiro torneio profissional, em Porto Alegre, e já é o número 4 do ranking brasileiro. À sua frente estão apenas Barcellos, nº 2, que venceu em Brasília, e Ronaldo, número 1 do Brasil em quatro das últimas cinco temporadas, que perdeu um título no playoff (DF) e foi vice-campeão em Itu, onde fez a dobradinha da equipe YKP/Azeite 1492 com Stapff.
Ao lado, o ranking profissional brasileiro de 2014 e os prêmios acumulados em três torneios.
Não é a toa que Daniel fez um discurso emocionado em sua vitória em Itu, onde elogiou o trabalho importante e indispensável que Yim King Po, presidente da YKP, e Sergio Carpi, do Azeite 1492, vem fazendo pelo golfe profissional e, por tabela, para todo o golfe brasileiro. Além de criar a equipe que leva seu nome, mesclando jogadores experientes com novos talentos, as duas empresas são também patrocinadoras do circuito profissional, entre muitas outras ações no golfe.
Custos – Os custo elevados para competir no Brasil, com os profissionais tendo que jogar em cidades distantes quase 2 mil quilômetros com uma semana de intervalo; a concorrência dos estrangeiros, que embora veteranos e em número limitado tem sempre abocanhado parte importante dos prêmios; e o limite de 23 jogadores que passam o corte e podem disputar os prêmios em dinheiro, quem não tem patrocinador sofre para sobreviver de golfe. Afinal, não basta passar o corte. Quando se joga fora de casa é preciso ficar entre os Top 10 para não voltar no vermelho.
Para os que jogam no exterior a realidade é ainda mais dura, pois os custos crescem exponencialmente. Por isso muitos brasileiros foram aos poucos desistindo do PGA Tour Latinoamérica, onde é caro jogar, difícil passar o corte e ganhar dinheiro suficiente para pagar os custos. Além disso, muitos do profissionais brasileiros vivem de aulas de golfe em seus clubes, e quando viajam precisam recuperar também o lucro cessante da semana em que estiveram fora.
Profissionalismo – Só os patrocinadores podem mudar isso e, ao mesmo tempo, dar ao termo profissionalismo seu significado real, pois o jogador que recebe para jogar sente-se na obrigação de retribuir o patrocínio expondo a marca que confiou nele. Muito diferente de competir com o famoso “paitrocínio” ou com vaquinha dos sócios do clube para pagar as despesas. Profissionalismo exige atitude profissional tanto de quem patrocina como de quem é patrocinado. E isso esses meninos estão esbanjado ao lado de seu talento.
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