Exclusivo: Daniel Neves fala sobre o que muda no Slope System

18/04/2012


Leia a entrevista com o especialista que ministrou palestra sobre handicap na FPG


Daniel: especialista explica como as novidades do slope system vão interferir no golfe de cada um
   Daniel: especialista explica como as novidades do slope system vão interferir no golfe de cada um

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Daniel Neves é hoje o maior especialista em slope system no Brasil. Recém-chegado de um curso de atualização nos Estados Unidos, o diretor de handicap da Confederação Brasileira de Golfe aproveitou a palestra que proferiu no auditório da Federação Paulista de Golfe, na noite desta terça-feira, para falar a Ricardo Fonseca, editor-chefe do Portal Brasileiro do Golfe, sobre as mudanças feitas no sistema de handicaps em 2012 e como isso vai influenciar o dia a dia dos golfistas de todo o país.


Portal Brasileiro do Golfe: Daniel, acredito que uma das coisas importantes desta palestra sobre slope system é que pouca gente sabe que o sistema passa por revisões quadrienais, como as regras do golfe.
Daniel Neves: Exatamente. Segue mais ou menos o mesmo calendário das regras do golfe. O slope course rating segue o mesmo princípio e a cada quatro anos é feita uma revisão e algumas modificações para poder fazer o sistema funcionar cada vez melhor.

PORTAL: Que modificações importantes tivemos para este ano?
DN: Na avaliação dos campos, altura de bancas… a gente teve algumas alterações até em como o green é qualificado em cada buraco. Mudanças para poder discernir melhor alguns pontos que geravam dúvida antes, agora explicados de uma maneira bem mais interessante. Mudanças que podem provocar algumas diferenças no que foi feito anteriormente quando começarmos as novas medições que pretendemos fazer em todo o Brasil.

PORTAL: Desde a implantação do slope no Brasil, já se vão sete anos…
DN: Em 2005 começaram os primeiros testes e o sistema entrou pra valer em 2006. Então, estamos no sexto ano para valer, realmente.

PORTAL: Desde essa época até agora as medições já feitas ficaram um pouco defasadas, não?
DN: Com certeza. A idéia inicial era ter uma equipe de medição e avaliação que cobrisse o Brasil da maneira mais uniforme possível. Por isso, a gente tendeu a ter um grupo pequeno. Mas hoje, após termos avaliado praticamente todos os campos do Brasil, a gente vai entrar numa nova fase. Reavaliar todos eles e abrir esse trabalho para novas equipes, que é a maneira da gente descentralizar e dividir entre as federações o trabalho de fazer a avaliação dos campos.

PORTAL: Estamos numa fase onde a crise diminuiu um pouco a construção de novos campos, mas muitos estão sendo reformados, atualizados, e isso exige novas reavaliação do sistema de slope, não?
DN: A idéia é que cada alteração do campo precisa ser seguida de uma reavaliação. Precisa, na verdade, dar informação para o pessoal do slope para saber se precisa de uma readequação. Muitos problemas acontecem quando muda capitão, muda a diretoria e a nova quer colocar sua marca dentro do campo e acaba fazendo alterações que influem bastante no course rating do campo.

PORTAL: Imagino que tudo influi, desde de mudar uma banca, tirar uma árvore, alongar um tee…
DN: Exatamente. Mesmo mudanças do rough influem. Quando é alto, os jogadores começam a reclamar, o pessoal vai lá e corta o rough para um terço do que era e isso dá uma diferença bem significativa no handicap do jogador.

PORTAL: O rough é uma coisa que você pode variar de torneio para torneio e o slope continua o mesmo…
DN: Na verdade, quando você faz a dificuldade específica para um torneio você está visando mais os jogadores que jogam gross e não tanto no handicap e é uma situação esporádica. A idéia nossa é deixar o campo durante a maior parte do ano numa mesma qualidade, no mesmo padrão, sem ter várias alterações no meio desse ano.

PORTAL: Tenho ouvido muitas reclamações de mulheres em São Paulo dizendo que o slope delas está variando muito mais do que deveria.
DN: No caso das mulheres, a gente tem uma situação onde o course rating das mulheres normalmente é maior e o slope rating do tee das mulheres normalmente é maior. Se pegar o cartão de cada clube você vai ver que o das mulheres é  maior que o tee mais longo, preto geralmente, ou muito próximo disso. Porque a tendência dos tees aqui no Brasil é do tee das mulheres serem longos em relação ao dos homens, não tem uma diferença tão grande, então, dá essa sensação realmente.

PORTAL: Qual a velocidade que você acredita que os slopes podem ser revistos no Brasil?
DN: A idéia agora, com é completar esse ciclo de palestras de informação e depois um fazer um ciclo de treinamento de raters. A idéia é durante este ano desenvolver o treinamento de várias equipes e assim que estiverem treinadas, sair para campo e começar a reavaliar todos os campos que já foram avaliados.

PORTAL: Você acabou de voltar dos EUA, você e mais algumas pessoas foram fazer o curso sobre slope system?
DN: Isso, daqui da CBG eu e o Nigel que representamos, junto com a equipe da Venezuela, a parte das Américas.

PORTAL: Só teórico ou teve prática?
DN: Teórico e prático. Na verdade chegamos lá dez dias antes do Honda Classic, no PGA National, e a gente fez o rating do PGA National, com um rough de seis milímetros.

PORTAL: Que nota você dá para o slope system do Brasil hoje?
DN: Comparando com o que vi lá, nove ou dez. Foi um treinamento bem legal feito no Brasil pelo Miguel Dorin, que começou esse trabalho e merece todo respeito nosso e toda a consideração. O treinamento que ele fez para nossos raters começou foi muito bom.

PORTAL: Para esse trabalho de reavaliação é necessário a comprar equipamentos?
DN: Sim. Equipamentos de medição prévia para a parte de avaliação do campo, sejam lasers de alta precisão ou até mesmo equipamentos de GPS e, depois, equipamentos de laser mais simples que a gente utiliza na avaliação do campo, que são distancias mais curtas

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