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Faldo Séries: Pepê pronto para a Asia Grand Final

09/03/2010

Brasileiro conta suas aventuras antes de estrear na competição que reúne os campeões do circuito

por: Ricardo Fonseca – fotos: Thais Pastor

Pepê recebe troféu de campeão de golfe das mãos de Nick Faldo
Pepê Costa Lima: campeão da Final Mundial até 21 anos, busca novo título na China

Depois de uma viagem de 39 horas de porta a porta, o amador Pedro da Costa Lima, o Pepê, do São Paulo Golf Club, está pronto para defender o Brasil na Faldo Series Asia Grand Final, que vai ser jogada em 54 buracos, a partir desta quarta-feira, no campo desenhado por Nick Faldo no Mission Hills Golf Club, o maior complexo de golfe do mundo, em Shenzhen, China.

Pepê, campeão até 21 anos da final mundial do Faldo Series, disputada em novembro passado, no Rio (na foto, recebendo o troféu das mãos de Nick Faldo), saiu de São Paulo na noite de sexta-feira e encarou uma viagem de 12 horas até Londres, onde se reuniu aos outros quatro ganhadores daquele torneio, antes de encarar mais 13 horas de vôo até Hong Kong e, de lá, seguir de carro até Shenzhen.

“Quando entrei no quarto do hotel vi que tinham sido quase 40 horas de viagem desde que saí de casa”, conta Pepê, que teve que passar em duas alfândegas, uma no aeroporto de Hong Kong e outra na estrada, já na fronteira com a China. Apesar da desgastante viagem e das 11 horas de diferença de fuso horário, Pepê diz que chegou se sentindo bem. “Dava até para jogar nove buracos”, brinca.

Emoção – Pepê diz que ficou emocionado ao caminhar pela imensa sede do complexo de Mission Hills e encontrar uma placa com a palavra Brasil gravada bem grande, e as assinaturas de Ronaldo Francisco e, principalmente de Rafa Barcellos, profissional de seu clube, que jogaram a World Cup em novembro, nesse mesmo complexo. “É muito bom saber que um amigo, ainda mais alguém que treina com você, estava aqui, há uns três meses, do outro lado do mundo, onde eu estou agora”, conta Pepê.

O que surpreendeu Pepê foi a temperatura. “Não sabia que fazia tanto frio aqui”, conta o brasileiro, que ganhou um casaco na hora de fazer o check in e não o abandonou mais. “Já dormi e joguei com ele duas vezes”, brinca Pepê, que tem enfrentado temperaturas de até 4º C e ventos que fazem a sensação térmica ser de temperaturas abaixo de zero.

Percurso – Depois de treinar nesta terça-feira, Pepê só tinha elogios para o campo de 6.900 jardas desenhado por Nick Faldo, aonde ele vai enfrentar campeões juvenis e juniores de todo o mundo, de quarta a sexta-feira. “É um campo totalmente estratégico, bem desafiador, e com as bancas e obstáculos colocados exatamente no local aonde pega os drives”, conta. “Além disso, a ventania intensa, além de congelar o nariz, te obriga a trabalhar a bola em cada tiro”.

Pepê treinou nesta terça-feira ao lado de Rashid Khan, o amador nº 1 da Índia, que está entre os 50 melhores do mundo e venceu a final asiática do Faldo Series em 2007 e 2009, ano em que o também paulista Rafael Becker representou o Brasil no torneio pela primeira vez. “O indiano me contou que na semana que vem a Federação Indiana de Golfe vai mandar ele e mais os quatro melhores amadores para jogar o Aberto Amador da Austrália”, conta Pepê. “Achei isso muito legal”.

Mulheres – Outra novidade para Pepê foram os caddies, todas mulheres chinesas que não param de rir um instante sequer. “Já aprendi os números, peço os ferros em chinês, mas é preciso cuidado pois se errar a pronúncia te dão o taco errados, vai “tleis” e vez de “seis”, exemplifica. Mas a comida, Pepê não encarou. “Eu sou bom de boca, como tudo, mas não dá”, conta. “Descobri no restaurante um macarrão a bolognesa, e tenho ficado nele; não pretendo dar de curioso!”