Golf Channel não aceita pressão de Woods e mantém Chamblee

13/11/2013


Nº 1 do mundo havia pedido a cabeça do comentarista que o criticou por errar nas Regras


Woods move bola e não se penaliza: número 1 do mundo preferiu esmurrar parede da sala dos árbitros
Woods move bola e não se penaliza: número 1 do mundo preferiu esmurrar parede da sala dos árbitros

por: Ricardo Fonseca

Mark Steinberg, o empresário do jogador, ameaçou processar o jornalista e nada fez. Tiger Woods pediu sua cabeça ao Golf Channel e nada aconteceu. Assim termina o incidente envolvendo o comentarista Brandel Chamblee, um dos mais conceituados e importantes do Golf Channel, que, fazendo aquilo que é pago para fazer, deu sua opinião sobre os constantes problemas de Tiger Woods com as Regras do Golfe, dando-lhe uma nota “F” (onde a melhor é “A”) pela temporada onde o número um do mundo ganhou cinco torneios.

Em um comentário transcrito, Chamblee disse que Tiger Woods, em sua opinião, é “arrogante com as Regras do Golfe” e contou o caso pessoal de uma professora que transformou sua nota 100 numa nota “F” ao desconfiar que ele havia trapaceado na prova de matemática. Tudo isso numa mesa redonda com vários analistas, para o site de golfe da Sports Illustrated, o Golf.com, e não para o Golf Channel. Tiger vestiu a carapuça e, depois de seu empresário desistir do processo legal, pediu de forma indireta, mas pouco sutil a cabeça do jornalista. “A bola está agora com a corte do Golf Channel e com o que eles estão dispostos a fazer”, forçou Woods.

Desculpas – Chamblee, conhecido crítico das atitudes de Woods dentro e fora do campo de golfe, campo onde o que não lhe tem faltado é material, escreveu em seu Twitter: “O que constatei foi que os meus comentários inflamaram os que defendem os dois lados da questão. O golfe é um jogo de cavalheiros e não estou orgulhoso deste debate. Quero pedir desculpas a Tiger por ter incitado esse debate”, escreveu o jornalista. “Eu não sei o que o Golf Channel vai fazer ou não, isso é com eles, mas a questão toda foi muito decepcionante por ele realmente não pedir desculpas e meio que reacender toda a situação”, disse Woods, não aceitando o pedido de desculpas.

O Golf Channel preferiu não comentar o assunto, que aconteceu exclusivamente no âmbito de outro meio de comunicação e fez o que tinha que fazer: nada! Chamblee, por sua vez, diz que ninguém lhe pediu para pedir desculpas a ninguém e que ele apenas lamentou que seu comentário tivesse dado margem a críticas que ele não fez.

Reincidências – Woods foi penalizado em duas tacadas em Abu Dhabi, no começo da temporada, por ter se dado alívio por uma bola enterrada numa área de areia coberta de vegetação, o que lhe custou o corte. Depois, teve sua desclassificação na segunda rodada do Masters comutada em duas tacadas de penalidade por ter dropado de local errado, intencionalmente e com objetivo confesso de se beneficiar disso, num incidente em que muito analistas, incluindo Nick Faldo, se juntaram a Chamblee dizendo que a única coisa certa a fazer era o número 1 do mundo se auto desclassificar.

Menos grave do ponto de vista legal, mas muito mais discutível do ponto de vista moral, foi o drop que Woods se permitiu no buraco 14 do TPC Sawgrass na volta final do The Players Championship, onde aparentemente o número 1 do mundo jogou de muito à frente de onde deveria, mas com a conivência de seu marcador, Casey Wittenberg, a quem ele consultou, o que é o procedimento correto. Mas, convenhamos, Wittenberg não é um jogador com força nem vontade de peitar Woods diante das câmaras. Fosse o Garcia…

Gota d`água – E, finalmente, para merecer o “F” de Chamblee, Woods provocou o movimento de sua bola, entre as árvores, ao tentar tirar uma folha seca que a tocava na segunda rodada do BMW Championship. Tiger não se penalizou na hora, fez de conta que não era com ele, mas foi penalizado pelos árbitros. E, apesar da evidência indiscutível da tevê, com cujas imagens foi confrontado, o que o levou a sofrer duas tacadas de penalidade, Tiger esmurrou a parede da sala de arbitragem e saiu teimando que a bola apenas oscilara. Muita gente na mesma situação de dúvida se penaliza para preservar as Regras e a integridade do jogo.

O saldo do incidente é que Tiger, mais uma vez, perdeu uma grande oportunidade de ficar calado e aprender com seus erros. Pedir a demissão de alguém por não concordar com ele é patético, sobretudo se lembrarmos que Tiger vive errando – e de forma grosseira – em seu trabalho, cujas Regras parece desconhecer ou não respeitar, e não é demitido. Além de sua atitude antidemocrática, Tiger fez papel ridículo ao ser desdenhado pelo Golf Channel e pela Sports Illustrated, outra que não se deu ao trabalho de responder ao número 1 do mundo. Quem sabe, agora, ele se concentra nos majors e estudar e respeitar as Regras do Golfe como todos os demais.

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