Golfe 2016: campo olímpico atrasa pelo menos mais três meses

16/10/2012


Liberação ambiental da área e decisão da Justiça são novos empecilhos para início das obras


Fotomontagem do que seria o campo de golfe projetado por Gil Hanse, na Barra: mais atrasos
Fotomontagem do que seria o campo de golfe projetado por Gil Hanse, na Barra: mais atrasos

por: Ricardo Fonseca

Durante seu discurso, ao divulgar os resultados para o concurso que escolheu o projeto da sede do campo olímpico, dia 2 de outubro, Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Organizador Rio 2016, deixou escapar que as obras do percurso desenhado por Gil Hanse começariam “dentro de no máximo três meses”. Trata-se de mais um atraso nos planos originais, uma vez que o arquiteto americano já deveria estar morando no Rio de Janeiro e iniciando as obras do campo que vai receber o golfe de volta à família olímpica, em 2016, depois de mais de um século de ostracismo.

O aviso de Nuzman sobre o novo atraso tinha um motivo: a liberação ambiental está atrasada, pois dentro da área existiria uma pouco conhecida reserva, com nome diferente da de Marapendi, que faz divisa com o terreno na Barra da Tijuca. Mas, dois dias depois, a situação se complicou ainda mais quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em decisão divulgada dia 4 de outubro, autorizou a empresa Elmway Participações Ltda a prosseguir na briga judicial pela propriedade do terreno escolhido para a prefeitura do Rio para construir o campo de golfe

Alarme – Depois que o Jornal do Brasil divulgou a informação sobre a decisão judicial, a notícia espalhou-se por todo o mundo, alarmando o mundo do golfe. Praticamente todas as agências de notícias e sites especializados em golfe de todo o mundo publicaram a informação de que novos atrasos ameaçam o golfe olímpico. E isso quando as obras já deveriam estar em andamento, após uma série de atrasos anteriores.

Para a Federação Internacional de Golfe (IGF, na sigla em inglês), no entanto, o novo atraso não deve atrapalhar “significativamente” o cronograma previsto anteriormente, a tempo de realizar o que eles chamam de “eventos teste” em 2015. “A construção não começou, mas isso não quer dizer que não vai ser feita”, disse Ty Votaw, vice-presidente da IGF, para a Associated Press.

Confiança – “O trabalho já começou em várias frentes, incluindo o projeto do percurso e o projeto da sede e uma série de coisas já foram feitas nos bastidores”, garante Votaw. O Rio 2016 divulgou nota minimizando o problema. “O Rio 2016 está confiante de que todos os prazos para a construção de golfe serão cumpridos”, afirmaram na quinta-feira. Eles se baseiam no fato de que o proprietário da terra, o empresário Pasquale Mauro, forneceu, segundo a prefeitura, todos os documentos necessários que mostram que ele tem o direito para a área onde o curso será construído.

Votaw disse ainda que a disputa sobre a posse da terra “não é uma preocupação neste momento”, e reiterou que a IGF foi tranquilizada pelo Rio 2016 de que todos os problemas estão perto de ser resolvidos. “Há algumas discussões finais entre o proprietário da terra, o comitê organizador e o gabinete do prefeito que estão em fase de finalização”, disse Votaw. “Estamos trabalhando próximos com o Rio 2016 e com o proprietário do terreno para resolver os problemas que precisam ser resolvidos para que possamos avançar”.

Mudanças – Votaw reconhece que há a necessidade de fazer mudanças de planejamento a cada novo dia de atraso, mas disse que isso não significa que os atrasos atuais afetarão o projeto final ou os eventos-teste. “Há alguma flexibilidade”, garante Votaw. “Nós podemos estar com o campo pronto em março de 2015, ou como final de agosto de 2015 e ainda podemos fazer os eventos-teste em 2016 também.”

O designer americano Gil Hanse não quis falar sobre o calendário para a construção, mas disse no passado que espera que o trabalho começasse por volta de outubro. Mas Hanse advertiu que qualquer mudança de local do campo forçaria mudanças significativas para o projeto de design.

Revisão – O problema é que a decisão assinada pelo relator do STJ, ministro Sidnei Beneti, diz que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deverá fazer nova avaliação do “juízo de admissibilidade” do caso. Em outras palavras, o TJ do Rio terá que rever a decisão tomada no final do ano passado quando negou ao advogado da Elmway, Sérgio Antunes de Lima Júnior, o direito de levar o caso a analise do STJ.  

Segundo o Jornal do Brasil, o motivo apontado pelo Tribunal para a negativa foi que o comprovante do pagamento das custas do processo não seria o original, mas sim uma cópia. Antunes afirma que o documento anexado foi um comprovante de pagamento online. “A justificativa para negar que o processo fosse ao STJ foi absurda, pois o TJ sempre aceitou comprovantes deste tipo”, disse Antunes.

Julgamento – Com a nova decisão, o advogado finalmente levará o caso a julgamento na última instância. Isto reforçaria a tese defendida por Antunes de que a Prefeitura não poderia negociar o terreno com Pasquale Mauro, como parece ter feito, enquanto perdurar a disputa judicial. Para a Empresa Olímpica Municipal, a documentação apresentada pela construtora RJZ Cyrella, que diz ter negociado a área com Pasquale Mauro, em 2006, não apresenta nenhuma irregularidade e está de acordo com a legislação vigente.

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