06/03/2012
por: Ricardo Fonseca
Com a chegada ao Rio de Janeiro, esta semana, de uma comissão do Comitê Olímpico Internacional (COI) para uma reunião sobre o andamento das obras para os Jogos de 2016 deverá ser finalmente anunciado o designer vencedor do concurso do projeto executivo do campo de golfe que vai receber o esporte de volta à família olímpica, depois de 112 anos. Após uma reunião, na semana passada, entre a Federação Internacional de Golfe (IGF, na sigla em inglês), representada por Antony Scanlon, o executivo contratado para comandar o projeto do golfe olímpico na entidade, e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), os oito finalistas do concurso, teriam sido reduzidos a dois ou três, com o nome do ganhador devendo ser anunciado antes que a comissão do COI deixe o país, esta semana.
O anúncio do resultado do concurso deveria ter sido feito primeiro em dezembro de 2011 e, depois, há um mês, mas não houve consenso entre os quatro membros do júri que compuseram a mesa na apresentação final dos trabalhos: Armínio Fraga, representando o Golf Advisory Council (GAC); Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB; Peter Dawson, presidente da IGF; e o arquiteto Augusto Ivan Freitas Pinheiro, professor de Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e integrante da Empresa Olímpica Municipal do Rio de Janeiro, criada para planejar e monitorar ações relacionadas às Olimpíadas de 2016
Seleção – Estiveram ainda envolvidos ainda no processo de seleção e na apresentação dos projetos pelos arquitetos José Antonio do Nascimento Brito, o Josa, ex-presidente do Gávea Golf & Country Club, e Paulo Goulart, ambos pelo GAC; Richard Brogan e Michael Johnson, do PGA Tour; Ty Votaw, Antony Scanlon, Steve Wenzloff e Christine Corbertt, da IGF; e Fernando Cotrim, Agberto Guimarães, Gustavo Nascimento, Walter Russo, Márcia Pereira e Leonardo Gryner, do Rio 2016. A Confederação Brasileira de Golfe não está envolvida na seleção do campo de golfe olímpico.
Os oito designers finalistas são, por ordem alfabética: Gary Player Design; Greg Norman e Lorena Ochoa; Gil Hanse; Martin Hawtree; Jack Nicklaus e Annika Sorenstam; Tom Doak’s Renaissance Golf; Robert Trent Jones II, com o mestre Mario Gonzalez; e Thomson-Perret Golf Course Architects, com Karrie Webb. Todos com certeza mais do que capacitados para dar o golfe olímpico um campo à altura da empreitada.
Favoritos – Os favoritos disparados são Jack Nicklaus e Annika Sorenstam, tanto pelo envolvimento dos dois como embaixadores do golfe olímpico em 2008, quando foram decisivos para que o esporte fosse aceito de volta aos Jogos, como pelo fato de que a assinatura de dois dos mais respeitados golfistas da história será decisiva para tornar o campo rentável nos anos seguintes, atraindo multidões de pessoas para jogar lá. Afinal, segundo informações de Scanlon, o campo olímpico de golfe não será público, como se pensava, embora deva abrigar um centro de treinamento de alto desempenho e se tornar um legado (sustentável) para a cidade.
Mas Martin Hawtree, que já havia desenhado um campo para ser construído no local, bem antes do o golfe ser incluído nos Jogos e de o Rio ser escolhido como sede de 2016, é o que mais conhece a área e seus problemas de aprovação ambiental, algo muito sensível para o Rio 2016, já que o terreno escolhido ao lado da Riserva Uno, na Barra, apesar de devastado, integra a Reserva de Marapendi, um santuário ecológico. Mas há inda Tom Doak, parceiro do R&A em tudo o que se refere aos campos do British Open, e o preferido de Peter Dawson.
Problemas – Há, no entanto, dois grandes problemas no caminho do campo olímpico. A área onde vai ser construído o percurso e as instalações ainda não foi comprada ou transferida e sua posse é contestada há anos por empresários do Rio que se dizem os legítimos donos. Esse problema foi minimizado pelo prefeito Eduardo Paes, lembrando que não existe terreno na Barra sem litígio e que isso não impediu o desenvolvimento da região com milhares de condomínio, prédios residenciais e comerciais e shoppings. Mas sempre é possível que um embargo na Justiça acontece, o que nos remete ao segundo problema: o tempo.
Pela programação prevista, a movimentação de terra começaria em outubro, quando não só a questão do terreno já estaria resolvida, como o detalhamento do projeto executivo do campo já teria sido feito pelo ganhador e contratada a empresa para executar as obras. A construção em si levaria 12 meses, seguida de mais um ano para a grama fechar e o campo amadurecer. Isso daria tempo de fazer o tão sonhado evento-teste em 2015, para com uma experiência real se fazer o ajuste fino do percurso. OU seja, dois anos e meio para construir o campo e deixá-lo jogável.
Tempo – Para Nicklaus, no entanto, isso não será problema. Na semana passada, durante o Honda Classic, ele disse que tudo está bem e que há tempo para construir o campo no tempo previsto. “Eu sei que o Tim (Finchem, executivo-chefe do PGA Tour) está chateado com isso, e sei que ele está preocupado se o golfe nos Jogos Olímpicos será capaz de começar com o pé direito”, diz o maior campeão de majors da história. “Mas no que se refere à construção do campo de golfe, eu não acho que seja um grande problema”.
Há uma outra questão em jogo: nunca antes uma competição de golfe desse nível foi disputada como homens e mulheres jogando no mesmo campo e em semanas consecutivas, como terá que ser feito nos Jogos de 2016, no Rio. Mas até para isso há solução, com o inestimável apoio da United States Golf Association (USGA).
Prova de fogo – Para fazer uma simulação mais do que real, a USGA programou o US Open e o US Women’s Open, de 2012, para ser jogados em semanas consecutivas no campo nº 2 do Pinehurst Resort, na Carolina do norte. Os homens, que já disputaram o US Open lá em 1999 e 2005, jogam de 12 a 15 de junho, enquanto à mulheres, que nunca jogaram lá, competem de 17 a 22 de junho.
Todas as fichas estão sendo postas na mesa porque a responsabilidade do Golfe 2016 é muito grande. Em 2017, haverá uma Assembléia Geral do COI que vai rediscutir esporte por esporte para ver quem fica e quem sai do programa olímpico. Há candidatos a entrar e vagas podem ser abertas caso algum esporte decepcione tanto em organização como em impacto. Independente disso, o golfe está garantido nos Jogos Olímpicos de 2020, mas a partir daí vai depender do que acontecer no Rio!
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