23/02/2010
Pete Dye: arquiteto do campo de Búzios, que o filho Perry Dye vai remodelar para 2016
Perry Dye, um dos arquitetos de golfe mais famosos do mundo, chega ao Brasil na próxima sexta-feira para reformar o campo do Búzios Golf Club, construído por seu pai Pete Dye, há 15 anos. O objetivo é modernizar o campo e deixá-lo pronto para o grande fluxo de turistas que visitarão o Rio de Janeiro a partir de 2014, para a Copa do Mundo de futebol, e, sobretudo, para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, quando o golfe volta a ser um dos esportes oficiais depois de mais de um século afastado da família olímpica.
O objetivo dos proprietários do condomínio do Búzios Golf Club, que pertence à família Modiano e à Klabin Segall, que se uniu à Abyara e à Agra, para formar a Agre, uma das maiores empresas do setor imobiliário do Brasil, é investir perto de R$ 10 milhões, sendo R$ 3 milhões só nessa primeira fase de remodelação do campo. O restante da verba destina-se à construção da sede, compra de maquinário, drenagem e outros investimentos de infra-estrutura.
Green-ilha – Perry Dye deveria chegar ao Rio nesta terça-feira, mas seu visto atrasou e ele só poderá viajar na noite de quinta-feira. Ele deve passar de três a quatro dias em Búzios, estudando as reformas que vão modernizar o campo desenhado por seu pai, que é considerado o mais desafiador do Brasil. Seu buraco 17, num green-ilha, é a marca registrada de Pete Dye, desde que ele desenhou o primeiro e mais famoso do mundo, no TPC de Sawgrass, hoje sede do PGA Tour.
Quando Pete Dye desenhou o campo de Búzios, há mais de 15 anos, ele já previa que o destino da região seria receber grandes competições internacionais. Para isso, além de um percurso moderno, ele reservou locais para que o público pudesse assistir aos jogos como num anfiteatro e, sobretudo, previu a circulação de milhares de pessoas nos espaços entre o campo e o condomínio que o envolve. Há também áreas próprias para o cabeamento subterrâneo para as transmissões de tevê e espaço para centros de hospitalidade, trailers dos fabricantes de material e para o acampamento da tevê, onde ficam todos os equipamentos necessários para uma transmissão ao vivo.
Competições Internacionais – Eudes de Orleans e Bragança, ex-presidente da Confederação Brasileira de Golfe (CBG) que gerenciou a construção de Búzios, na década de 90, e agora coordena a modernização do campo, conta que os greens já começaram a ser reformados e que o maior problema do clube, a falta de abastecimento regular de água em Búzios, será resolvido em breve, com a nova rede de água que ainda não comporta a demanda, mas logo estará estabilizada.
Enquanto se decide aonde sediar a competição de golfe dos Jogos Olímpicos do Rio, Búzios vai fazendo a sua parte, preparando seu campo para receber qualquer tipo de competição – dos torneios do Nationwide Tour, o circuito de acesso ao PGA Tour, que chega à América do Sul pela primeira vez na próxima semana, na Colômbia, à Presidents Cup, a competição bienal entre Estados Unidos e o Resto do Mundo exceto Europa, que Tim Finchem, executivo-chefe do PGA Tour, já disse que querer trazer para o Brasil em 2015.
“Não basta ter um campo de golfe moderno e adequado para um evento dessa importância, é preciso que ele tenha uns quatro anos de uso”, diz Eudes. “Não sei quanto aos outros projetos, mas Búzios certamente estará pronto para o que for necessário”.
Gary Player – Perry Dye não é o único de olho no Rio, por causa do Golfe 2016. Nick Faldo já está com um pé na serra, na região de Secretário, próxima a Petrópolis, onde deve desenhar dois campos e criar um centro de treinamento de golfe para a América Latina. E, agora, é a vez de Gary Player marcar sua presença no Rio.
No começo de março, Player chega ao Rio de Janeiro para estudar a construção do campo do mais novo resort da rede Club Méd, na praia do Peró, uma das mais famosas de Cabo Frio. Player, um dos cinco jogadores de todos os tempos a completar o Grand Slam, ao lado de Tiger Woods, Jack Nicklaus, Ben Hogan e Gene Sarazen, tem uma relação de amor pelo Rio, onde no Aberto do Brasil de 1974, o segundo que ele venceu, no Gávea, tornou-se o primeiro golfista a jogar 59 num evento internacional, recorde que permanece até hoje.
Jogos – Na verdade, nenhum desses campos deve receber os Jogos Olímpicos em si, que deverão ser realizados na cidade de Rio, em um campo a ser construído ou no Itanhangá reformado. Todos estão de olho no fluxo de turistas e nas competições internacionais que começam a chegar ao Brasil. Mas, no caso de algo dar errado, já estarão com seus campos prontos para o que der e vier.
A melhor solução para a cidade do Rio – todos concordam – é a construção de um terceiro campo. Existem dois projetos na Barra da Tijuca, um num condomínio e outro em uma área ainda a ser integrada. Ty Votaw, da Federação Internacional de golfe, visitou as duas áreas, bem como a área destinada ao campo de Faldo, além do Itanhangá e do Gávea. Até agora não divulgou seu relatório.
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