Golfe 2016: Rio define Riserva Uno como sede olímpica

08/06/2011


Prefeito Eduardo Paes reúne-se com membros do COI e garante que golfe terá novo campo


Vista aérea da Barra, mostrando o local da Riserva Uno e do campo de golfe olímpico: terreno definido
  Vista aérea da Barra, mostrando o local da Riserva Uno e do campo de golfe olímpico: terreno definido

por: Ricardo Fonseca

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou nesta  terça-feira, para membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) em visita oficial à na cidade sede dos Jogos de 2016, que o terreno anexo ao conjunto residencial Riserva Uno, na Barra da Tijuca, vai ser mesmo a sede do torneio de golfe olímpico. Segundo a Agência Estado e o site oficial da prefeitura, o Itanhangá Golf Club, que pleiteava receber a competição, está descartado.

“A idéia é não entrar com recursos públicos para construir a instalação”, explicou o prefeito Eduardo Paes, ao anunciar nesta terça-feira a escolha do Riserva Uno para ser a sede das competições do golfe. “Agora, vamos negociar com o condomínio”, disse o prefeito, que explicou a desistência de realizar as competições de golfe no Itanhangá, como previsto no projeto inicial dos Jogos do Rio, diante dos custos envolvidos para reformar o local, um clube privado.

Novo campo – Em seu balanço do primeiro dos três dias de reunião com os membros do Comitê Olímpico Internacional, Eduardo Paes fez uma avaliação positiva e ficou feliz com a solução da questão do campo de golfe. “Tratamos de segurança, acomodações, definição de equipamentos, e faltava a definição do campo de golfe, que chegou hoje, a se fazer em uma área nova, na beira da lagoa da Barra”, anunciou.

Segundo fontes ouvidas pelo Portal Brasileiro do Golfe, a Federação Internacional de Golfe visitou o Itanhangá e fez um longo relatório desfavorável ao clube, recomendando que o golfe encontrasse outro local. A candidatura do Itanhangá sofreu resistência também do mega-campeão Jack Nicklaus, um dos arquitetos mais cotados para desenhar o novo campo olímpico.

Alagamentos – Os técnicos da Nicklaus Design visitaram o Itanhangá e alegaram ser necessário subir a cota do terreno do Itanhangá em mais de um metro em alguns lugares, para evitar os constantes alagamentos da parte mais baixa do clube, suscetível à ação das marés. Isso foi sentido no final de maio, durante a disputa do LPGA Brasil Cup, quando uma chuva forte no dia anterior alagou o campo e obrigou a buraco final – o 9 transformado em 18 – a ser reduzido de par 4 para par 3 nos dois dias do torneio.

Mas os alagamentos eram apenas um dos problemas alinhavados pelos técnicos, que falaram inclusive na necessidade de fechar o campo por dois anos e reconstruí-lo totalmente no caso de ser a única opção para o golfe olímpico. Por outro lado, os técnicos de Nicklaus visitaram algumas vezes o terreno do Riserva Uno e ficaram satisfeitos com a possibilidade de desenhar um campo lá. Um local que o velho Urso Dourado definiu como tendo “potencial olímpico”.

Cabrera – O argentino Angel Cabrera, campeão do US Open de 2007 e do Masters de 2009, que já jogou no Itanhangá e que tem sido muito ouvido pela IGF por conhecer bem os problemas do golfe sul-americano, falou publicamente contra o percurso que, segundo ele, não preencheria as necessidades olímpicas. “Você teria que mudar tudo por lá”, disse Cabrera. “Não é um campo para um torneio importante; seria muito melhor se pudesse haver um novo campo”.

Nicklaus, que se propôs a desenhar o novo percurso de graça, em parceria com a ex-número 1 do mundo, a sueca Annika Sorenstam, considera o golfe olímpico importante demais para arriscar. “Para mim, o futuro do jogo de golfe depende do que vai acontecer no Rio”, disse o campeão de 18 majors, durante o seu torneio, o Memorial, na última semana.

Importância – “Não é só o golfe olímpico que depende do que vai acontecer lá, mas o próprio destino do golfe”, disse Nicklaus. “Dele depende o futuro do golfe na China, na Índia, no Brasil e em outros tantos países aonde o golfe não é um esporte grande atualmente”, explica. “Mas, por causa das Olimpíadas, o golfe vai ser grande nesse lugares e não podemos perder esta oportunidade, temos que dar nossa melhor tacada e fazer tudo para que seja um sucesso”.

Peter Dawson, presidente da Federação International de Golfe (IGF), reconhece a importância do Itanhangá, sede de um torneio do Tour Europeu, em 2000, e de três eventos-exibição do LPGA Tour, desde 2009. Mas, para ele, fazer do Itanhangá um lugar próprio para o golfe olímpico, exigiria grandes mudanças. “Seria prematuro dizer qual será o local da competição – disse Dawson, no começo de maio – mas nós enviamos aos responsáveis extensivos relatórios sobre os locais que visitamos para que eles tomassem a decisão”.

Construção – Uma vez definido o local do novo campo olímpico, a IGF vai tomar as rédeas da construção, devido à complexidade do esporte, em acordo com o Comitê Olímpico Brasileiro e o Comitê Organizador dos Jogos do Rio. Caberá á entidade definir nas próximas semanas quem vai desenhar o campo, antes de dar início às obras. “Nós vamos estar envolvidos nessas decisões devido às condições técnicas do local, mas perto de 15 empresas já manifestaram seu interesse de construir o campo e enviaram inclusive propostas de design”, contou Dawson na oportunidade.

A construção de um novo campo também era a opção preferida pela Federação de Golfe do Estado do Rio de Janeiro. Nelson do Vale, presidente da entidade, explicou em entrevista exclusiva para o Portal Brasileiro do Golfe (clique aqui para assistir),  os motivos dessa predileção. Entre eles está poder desenvolver o golfe na cidade, hoje limitado a dois grandes campos particulares, e ter um campo público, não só para atrair turistas, como para criar uma academia de golfe de proporções nacionais.

Licença Ambiental – O Riserva Uno já previa a construção de um campo de golfe, mas voltado para o uso do condomínio de proporções menores do que exigirá o golfe olímpico. O projeto desse campo de golfe já estava adiantado e tinha recebido as licenças ambientais prévias, quando o Rio foi escolhido como cidade sede dos Jogos de 2016 e o golfe foi aprovado para voltar a ser esporte olímpico.

O processo de licenciamento ambiental desse primeiro campo foi conduzido pelo escritório de advocacia de Luiz Arthur Caselli Guimarães Filho, ex-presidente da Federação Paulista de Golfe e da Confederação Brasileira de Golfe, que se especializou na área, que conhece como poucos. Cabe agora esperar o projeto vencedor e fazer o novo licenciamento ambiental, o que não será um empecilho, uma vez que a ampliação do campo e de suas instalações acarreta os mesmos impactos que já haviam sido estudados, só que numa área maior.

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