Golfe 2016 sofre mais um duro golpe: Dustin Johnson alega Zica e não vem aos Jogos do Rio

09/07/2016

Campeão do US Open de do Bridgestone é o sétimo Top 20 e primeiro dos EUA a abandonar o barco

 

DJ: número 2 do mundo desistiu no último dia, mas fez questão de estar submetido aos exames-surpresa antidoping por mais de um mês

por Ricardo Fonseca

Dustin Johnson, número 2 do mundo e profissional de golfe mais forte do momento, depois de vencer em sequência seu primeiro major – US Open – e seu terceiro título da série mundial – Bridgestone Invitational -, desferiu mais um golpe mortal na competição masculina de golfe dos Jogos do Rio 2016 ao revelar na tarde desta sexta-feira que não virá ao Brasil por causa do risco de contrair o Zica vírus no momento em que ele e sua mulher, a bola Paulina Gretzky, filha do astro do hóquei Wayne Gretzky, planejam dar um irmão a Tatum, o filho de 18 meses do casal (nas fotos acima e ao lado, DJ com Paulina e Tatum na premiação do US Open).

DJ no US OPen com Paulina e filhoDJ, como é chamado, é o sétimo Top 10 do mundo, mas apenas o primeiros dos quatro americanos classificados a desistir oficialmente dos Jogos do Rio, dois dias antes de serem definidos os 60 profissionais que jogarão no Brasil em agosto. Ele se junta ao australiano Jason Day, número 1 do mundo, e a Rory McIlroy, o número 4, como as principais perdas entre o grupo de elite do golfe, que tem ainda Adam Scott (nº 8 do ranking mundial), os sul-africanos Branden Grace (10º) e Louis Oosthuizen (14º) e o japonês Hideki Matsuyama (17º). Como há limite de quatro jogadores por país entre os 15 primeiros do mundo e dois fora deles, apenas oito dos 23 primeiros do mundo ainda estão incluídos no ranking olímpico.

Honra – “Como atleta, eu não posso pensar em honra maior do que representar os Estados Unidos nos Jogos Olímpicos”, disse Johnson em comunicado divulgado por seu agente, David Winkle, da Hambric Sports Management. “No entanto, depois de uma cuidadosa avaliação tanto com a minha família como com a minha equipe eu tomei a decisão de me retirar dos Jogos Olímpicos de 2016”, diz. “Essa não foi uma decisão fácil para mim, mas as minhas preocupações com o vírus Zika não podem ser ignoradas”, adverte. “Paulina e eu pretendemos ter mais filhos num futuro próximo, e eu sinto que seria irresponsável me colocar, a ela ou a nossa família em risco”.

Com a desistência de DJ, a vaga passa para Patrick Reed, o quinto americano entre os Top 15 do mundo, que jogará ao lado de Jordan Spieth, Bubba Watson e Rickie Fowler. Desses três, só Bubba foi categórico em afirmar que jogará no Rio. Spieth e Fowler deram declarações recentes em que deixam a porta aberta para também desistir. Reed, por sua vez, afirmou ainda esta semana que se fosse chamado iria imediatamente. “Toda vez que eu posso usar as estrelas e listras (símbolos da bandeira americana), eu faço isso”, disse ele. “Se receber a convocação amanhã, eu vou estar no vôo, não importa para mim de onde ele é ou quando é” garantiu. “Se eu posso jogar pelo meu país, eu vou”.

A fila anda – Se mais um americano desistir, hoje entraria Matt Kuchar, que embocou um birdie no buraco final do Bridgestone para voltar a ser número 15 do mundo, a linha de corte para o país ter direito a quatro jogadores. Se dois desistirem, os EUA jogarão apenas com três golfistas no Rio abrindo vaga no final da fila.

Uma semana antes, Johnson havia dito durante o Bridgestone, após uma reunião sobre o assunto com a USGA, que ele classificou de “positiva”, que planejava competir no Rio. Naquela oportunidade, seu maior temor era a segurança, não o Zica. “Eu acredito que estou tomando a decisão certa para mim e, mais importante, para minha família” disse ainda DJ. “Tenho certeza que alguns irão criticar minha decisão, mas a minha esperança é que a maioria vai entender e me apoiar”, continua o jogador. “Dito isto, aqueles que escolherem competir no Rio certamente têm o meu respeito e os melhores desejos para tenham uma experiência inesquecível e segura”.

Doping – Muita gente esperava a desistência de DJ antes de cinco de maio, data limite para todos os golfistas classificados para os Jogos do Rio assinarem um documento aceitando a legislação antidoping da WADA, a Agencia Mundial Anti Doping, colocando-se à disposição, incluindo com a obrigatoriedade de ter um aplicativo para este sim em seus celulares, de estarem disponíveis em uma hora, se convocados, para fazer exames de urina e sangue em qualquer lugar do mundo. Se alguém não assinasse, no dia 6 de maio estaria fora do ranking olímpico, com a devida explicação do motivo.

Em agosto de 2014, Dustin Johnson foi suspenso pelo PGA Tour por seis meses por ter sido flagrado pelo uso de drogas “recreacionais”, pela terceira vez. Em 2009 ele foi pego por fumar maconha e, em 2012 pelo uso de cocaína. A USGA não torna público os positivos que não sejam para drogas que melhoram o desempenho, mas seu caso vasou depois da longa sentença que o deixou fora de julho de 2014 a fevereiro de 2015.

Contraprova – DJ disse na época que o afastamento era para resolver problemas pessoais e tudo indica que deu certo. Por isso, teria deixado para desistir na última hora, e não antes de aceitar se submeter aos exames surpresa antidoping, para deixar claro que não usava mais nem maconha nem cocaína. Afinal, os testes da WADA são tornados públicos assim que dão positivo e ganham publicidade pelo menos até ser feita a contraprova e, em caso de novo positivo, sofrem punições severas que podem ir de uma suspensão por dois anos até ser banidos do esporte. Para DJ, desistir só agora seria a contraprova de que ele parou com as drogas “recreativas”, até porque é pai recente.

Para DJ, assim como para todos os demais que desistiram após cinco de maio, não havia sentido correr esse risco tremendo para só depois desistir. Os que desistiram antes de cinco de maio foram, pela ordem Vijay Singh, de Fiji, que já se envolveu numa patética acusação de doping pelo uso de “pó de chifre de veado” – acredite – pela qual foi suspenso e perdoado depois de mover um processo contra o PGA Tour; o australiano Adam Scott também citado pela imprensa internacional como possível usuário de drogas “sociais”; e sul-africanos Louis Oosthuizen e Charl Schwartzel.

Álibi – O australiano Marc Leishman, que substituiu Scott, desistiu na data limite, mas com uma excelente justificativa: sua esposa Audrey quase morreu no ano passado depois que contraiu a “síndrome do choque tóxico” (SCT), uma emergência médica rara causada por uma toxina produzidas pelas bactérias Gram-positivas, mais frequentemente pelo Staphylococcus aureus e está com o sistema imunológico afetado até hoje. Vive em quase total isolamento e uma simples gripe pode matá-la.

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