Golfe 2016: todos reprovados no concurso do campo olímpico

09/11/2011


Para participar do processo, todos tiveram que assinar um termo de confidencialidade com multa de US$ 100 mil para quem revelasse os termos da concorrência


     Área da Riserva Uno: local das instalações operacional e do campo de golfe olímpico de 18 buracos
     Área da Riserva Uno: local das instalações operacional e do campo de golfe olímpico de 18 buracos

por: Ricardo Fonseca

Por essa ninguém esperava. Dos quase 60 candidatos que receberam o edital da concorrência internacional para elaborar o projeto do campo de golfe a ser construído na Barra da Tijuca para a volta do golfe aos Jogos Olímpicos, no Rio, em 2016, menos de 30 entregaram suas propostas no prazo final e, entre esses, ninguém foi aprovado para a segunda fase. Os postulantes irão receber de volta suas propostas com a indicação do que faltou apresentar ou comprovar e terão um novo prazo o final de novembro para reapresentarem suas candidaturas.

Até mesmo os grandes escritórios internacionais de arquitetura falharam na hora de apresentar tudo o que foi exigido nesta primeira fase do concurso lançado pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, no dia 14 de outubro, que é cercada de grande mistério. Para concorrer, era necessário enviar um e-mail pedindo para participar do concurso e só quem era comprovadamente do ramo pode entrar, mesmo assim depois de assinar um termo de confidencialidade com multa de US$ 100 mil para quem revelasse o conteúdo da licitação!

Recessão – O problema dos grandes escritórios internacionais de designer de campos de golfe, que se julgava favoritos, é que eles foram pegos num momento crítico, onde dada a crise financeira prolongada nos EUA, que agora atinge fortemente a Europa, a maioria estava sem trabalho e dispensou grande parte de seu pessoal burocrático, mantendo apenas a turma de frente nos poucos campos em construção. Isso aconteceu com escritórios como os de Jack Nicklaus, Arnold Palmer e outros, que agora correm contra o tempo para voltar ao jogo. Há ainda empresas da Europa e do Brasil concorrendo.

A previsão inicial é que apenas oito designers seriam selecionados para a segunda fase do concurso para o campo olímpico, cujo vencedor ainda terá que ser anunciado até 23 de dezembro. O prêmio para o projeto vencedor será o contrato para desenvolver o Projeto Executivo do campo que tem o valor fixo de US$ 300 mil. Os projetos serão avaliados por um júri constituído por representantes da Federação Internacional de Golfe (IGF), do Rio 2016, da Prefeitura e do Comitê de Aconselhamento de Golfe (Golf Advisory Committee).

Decisão técnica – Acredita-se que dada a complexidade do julgamento técnico, tanto a Rio 2016 como a Prefeitura do Rio, que não dispõe de especialistas na área, fazem parte desse júri para garantir que o projeto vencedor respeite a legislação vigente – sobretudo a ambiental – e o ecossistema local e possa se transformar num legado para a cidade e o país e numa ferramenta de transformação da juventude por meio do esporte, objetivos dos quais o COB não abre mão.

Já a decisão técnica ficará a cargo da IGF e do Comitê de Aconselhamento do COB. A IGF é presidida por Peter Dawson, executivo-chefe do R&A, que tem como vice-presidente Ty Votaw, vice-presidente executivo do PGA Tour e diretor executivo do Comitê Olímpico da IGF que coordenou, durante mais de dois anos, a campanha para o golfe voltar a ser admitido nos Jogos Olímpicos.

Juízes – Outros nomes fortes da IGF são o australiano Antony Scanlon, Diretor Executivo da entidade e contratado para cuidar do projeto olímpico com exclusividade; e os membros do Conselho Diretor: David Fay, da USGA; Tim Finchem, do PGA TOUR; Jane Geddes, do LPGA e presidenta do conselho; George O`Grady, do Tour Europeu; Joe Steranka, do PGA of America; e Dilip Thomas, da Indian Golf Union. E não podemos esquecer de John Byers, o diretor da IGF encarregado das relações da entidade com o Confederação Brasileira de Golfe, onde ele é diretor de regras de assuntos internacionais.

O Comitê de Aconselhamento de Golfe do COB, por sua vez, é formado por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central; José Antonio do Nascimento Brito, o Josa, ex-presidente do Gávea G&CC, e Lauro Alberto de Luca, o atual presidente do Gávea, que sucedeu Josa. Armínio, para quem não sabe, é golfista desde a infância, já representou o Brasil no Sul-Americano Juvenil e é um dos maiores colecionadores do mundo de livros sobre arquitetura de campos de golfe, assunto pelo qual é apaixonado. Ou seja, credenciais não faltam para todos os envolvidos no processo.

Experiência – Para participar do concurso, as empresas interessadas devem comprovar experiência em projetos de campos de golfe, que atendam às regras internacionais do Rio 2016 e que comprovem qualificação mínima para desenvolver o projeto. O projeto deve atender ainda às especificações IGF; tornar-se uma referência nacional de alto nível no esporte para uso profissional e também da comunidade, já que ficará como legado para a população; respeitar a legislação ambiental vigente e o ecossistema local; promover o Rio internacionalmente; e ser uma importante ferramenta de transformação da juventude por meio do esporte. O projeto deverá ainda contemplar todas as fases de uso do campo: pré-Jogos Rio 2016, com os eventos-teste; durante os Jogos Olímpicos; e após os Jogos, como legado.

Com o novo prazo para as candidaturas, o cronograma do concurso foi parcialmente afetado. A previsão é que a segunda fase, apenas com os aprovados em jogo, começasse dias 17 e 18 de novembro, com um Workshop para apresentação do briefing do projeto para as empresas concorrentes. O prazo final para a entrega das propostas era dia 16 de dezembro, o que daria uma semana ao júri técnico para entrevistar as empresas concorrentes e fazer a revisão final das propostas.

Local – O campo de golfe será construído na Reserva de Marapendi, na Barra, a 5 quilômetros da Vila dos Atletas e 7 quilômetros do Centro de Imprensa e do International Broadcast Centre (IBC), local ao lado do condomínio residencial Riserva Uno. Será um campo com 18 buracos que receberá as competições masculinas e femininas de golfe. Após os Jogos, o campo será operado como uma instalação pública com objetivo principal de promover o esporte no Brasil e na América do Sul sendo um dos principais legados dos Jogos para o desenvolvimento do esporte no país.

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