Golfe 2020: Pandemia apenas atrasou conclusões do maior relatório sobre o futuro do golfe

19/07/2021

Morikawa e Matsuyama são a prova dos acertos das profecias do "Golf's 2020 Vision", de 2012

 

por | Ricardo Fonseca

Entre 2011 e 2012, em meio aos preparativos para a volta do golfe aos Jogos Olímpicos, no Rio 2016, o HSBC, então o maior patrocinador do golfe mundial, contratou uma equipe multidisciplinar de especialistas, incluindo golfistas famosos, para elaborar o relatório “Golf’s 2020 Vision”, um trabalho de amplo fôlego que se propunha a prever como seria a realidade do golfe no final da década. E uma das conclusões desse estudo era: “o próximo Tiger Woods… será um jovem jogador asiático”.

A pandemia atrasou, mas não invalidou ou desmentiu essa conclusão do “Golf’s 2020 Vision”, relatório que se baseava na grande expansão do golfe na Ásia, num momento em que o esporte sofria retrações nos EUA e, especialmente, na Europa, em função do que ficou conhecida como a Crise Financeira Global 2007 – 2008, a mais séria desde a Grande Depressão dos anos 1930, mas não igualada pela da Covid-19, já que desta vez os governos agiram rápido injetando trilhões de dólares nas economias.

Poder asiático – O número 1 do ranking mundial de golfe (OWGR) desta semana voltou a ser o espanhol Jon Rahm, mas o noticiário global de 2021 no mundo do golfe, em número de pessoas atingidas, foi dominado por Hideki Matsuyama, o primeiro japonês a vencer no Masters, e Collin Morikawa, californiano filho de mãe coreana e pai japonês, que acaba de vencer o The Open. Ambos já têm dois majors. Matsuyama chegou a número 2 do mundo depois de vencer o US Open de 2017, e Morikawa começa a semana como número 3 do ranking mundial de golfe, e volta a ter a oportunidade de saltar para a liderança em breve.

É verdade que o sucesso asiático no golfe profissional masculino nem se compara ao feminino no ranking mundial. Uma ressalva. O OWGR (masculino) existe desde 1986. O feminino (Rolex Rankings) só foi criado em 2006, preparando terreno para o golfe olímpico. Assim que terminaram os reinados da sueca Annika Sörenstam (2006 a 2007) e da mexicana Lorena Ochoa      (2007 a 2010), recordista com 108 semanas consecutivas ou não na liderança, as asiáticas começaram a imperar.

Feminino – A coreana Jiyai Shin e a japonesa Ai Miyazato, pela ordem, em 2010, foram as duas primeiras asiáticas a liderar o Rolex Rankings. A elas se seguiram outras oito asiáticas, pela ordem, a taiwanesa Yani Tseng; a coreana Inbee Park; a coreana (naturalizada neozelandesa) Lydia Ko; a tailandesa Ariya Jutanugarn; as coreanas Ryu So-yeon e Park Sung-hyun; a chinesa Shanshan Feng; e a coreana Ko Jin-young, que reinou até 27 de junho, quando perdeu o posto de número 1 para a americana Nelly Korda, que venceu os dois últimos torneios seguidos, incluindo um major (Women’s PGA Championship). A última americana número 1 do mundo havia sido Stacy Lewis, em 2014. Hoje, sete das Top 10 do mundo são asiáticas.

Nenhum asiático foi número 1 do mundo no OWGR, que, no entanto, escapou do domingo europeu-americano-africano ao ter na liderança quatro jogadores da Oceania – os australianos Greg Norman e Jason Day, e o fijiano Vijay Singh. Mas o golfe masculino, não depende só de Morikawa e Matsuyama. O atual número 1 do ranking mundial amador de golfe (WAGR) é o japonês Keita Nakajima, que, mesmo como amador, vem jogando torneio profissionais pela Ásia e já é o número 327 do ranking profissional (OWGR), pouco à frente de outro amador japonês, Tomoyasu Sugiyama, 446º da lista.

Amadoras – O ranking amador feminino já começou, em 2011, com três asiáticas se sucedendo na liderança: a japonesa Mitsuki Katahira, seguida por Cecilia Cho (Cho Jeong Min), mais uma coreana naturalizada neozelandesa, e por Lydia Ko. A elas se seguiram Minjee Lee (coreana naturalizada australiana), e, mais recentemente, a tailandesa Atthaya Thitikul; a taiwanesa Yu-Chiang Hou. Atualmente a amadora número 1 do mundo é Rose Zhang, mais uma descendente de asiáticos nascida na Califórnia.

O relatório “Golf’s 2020 Vision”, acertou em muitas outras coisas. Previa campeões, incluindo de majors, cada vez mais jovens e atléticos, já sendo maioria; campos e clubes de golfe mais “amigáveis” para as famílias; percursos e competições de seis e nove buracos complementando os tradicionais de 18; canais exclusivos de golfe na tevê; empresas asiáticas investindo fortemente no mercado de roupas e equipamentos; inclusão feminina acentuada; simuladores, radares e jogos a serviço da técnica; gamers se tornando golfistas; e aplicativos para substituir os caddies.

Conservação – O relatório apostava ainda no uso cada vez mais responsável da água nos campos de golfe, o que se tornou imperativo no mundo todo, junto com investimento em conservação ambiental e biodiversidade; e os primeiros campos de golfe com carbono neutro ou positivo, o que se tornou realidade em abril passado com a inauguração do percurso do Resort Island of Sentosa, em Cingapura.

Previa ainda mudanças e simplificações drásticas na Regras do Golfe, o que aconteceu, e regras mais restritivas para bolas e equipamentos de modo a reduzir a distância das tacadas dos profissionais, para colocar o comprimento dos campos novamente sobre controle, o que a Indústria do Golfe não tem deixado acontecer.

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