Groovegate: PGA Tour está nas mãos da Ping

04/02/2010


Só a companhia pode por fim à polêmica dos Ping Eye 2. Mickelson aceita desculpas a abandona taco


   por:
Ricardo Fonseca


John Solheim pode ajudar o PGA Tour se proibir os próprios tacos de golfe
  John Solheim, proprietário da Ping: ele precisa cancelar o processo ganho pelo pai

Tim Finchem, o executivo-chefe do PGA Tour, gastou mais de uma hora para explicar à imprensa nesta quarta-feira, que não tem muito que fazer no caso dos tacos Ping Eye 2 fabricados há mais de 20 anos, que apesar de terem as ranhuras da face (grooves) com desenho e dimensões proibidos pela regras que entraram em vigor dia 1º de janeiro, foram usados até agora por jogadores que se valeram de uma antiga decisão judicial que torna esses tacos “legais” indefinidamente.

Depois de tentar minimizar o caso dizendo que em quatro torneios apenas cinco jogadores – quatro de pouca expressão (isso ele não disse) para os resultados finais – usaram esses tacos, e que a maioria dos 220 profissionais que foram a campo nesse início de temporada não podem usá-los por terem contrato com outras marcas de tacos, Finchem deixou claro que só tem três opções: deixar como está para ver como fica; tentar mudar na Justiça a decisão que torna os tacos legais (o que parece difícil); ou esperar a boa vontade da Ping, que não fabrica mais esses tacos, de fazer um acordo com a USGA.

Entenda o caso – Vamos a mais explicações. Tudo começou na década de 80 com o lançamento da segunda edição dos tacos Ping Eye 2, lançada em 1984, que trocou os grooves em forma de “V” dos primeiros tacos da linha (1982-1984), por outros em forma de “U”, que resultou em ferros e sobretudo wedges que geravam mais spin (giro sobre o próprio eixo) na bola.

Isso gerou duas batalhas judiciais. A USGA tentou proibir os U grooves, mas o fez criando uma regra que tornava ilegal o formato das bordas afiadas dessas ranhuras. A Karsten Manufacturing, que fabrica os tacos Ping, entrou na Justiça conta a USGA e ganhou. Pela decisão judicial de 1990, todos os tacos da linha Ping Eye 2, sobretudo os lançados de 1985 a 1990 com o nome de Square Groove (ranhura quadrada, um aperfeiçoamento dos U groove) estavam eternamente liberados para uso de amadores e profissionais.

Mãos atadas – Mas o que ata as mãos do PGA Tour até hoje é outra decisão judicial. Não satisfeito com a primeira decisão, o PGA Tour proibiu o uso dos grooves quadrados e também foi processado pela Karsten Manufacturing, que ganhou a causa e um ordem judicial que impede até hoje que o PGA Tour faça regras diferentes das da USGA em qualquer instância. Por isso não se pode criar hoje uma regra local proibindo os Ping Eye 2.

A solução, que pode acontecer ainda esta semana. John Solheim, filho do falecido Karsten Solheim, fundador da Ping, que hoje dirige a companhia, declarou que vai ajudar a resolver a questão. A maneira mais fácil é ele e a USGA, de comum acordo, irem à Justiça pedir o cancelamento daquela primeira decisão judicial. Com isso, os tacos Ping Eye 2 estariam definitivamente proibidos para o jogo.

Acordão – Mas nem é preciso esperar tanto. Depois de se reunir com Scott McCarron e aceitar as desculpas por ter sido chamado de trapaceiro ao usar um wedge Ping Eye 2 na semana passada, Phil Mickelson, número 2 do mundo e melhor jogador do planeta em volta dos greens, se deu conta da bobagem que havia feito e do problema que desencadeou e decidiu tirar o taco da bolsa. Padraig Harrington, que desembarcou em Los Angeles com dois Ping Eye 2 na bolsa, fez o mesmo.

Espera-se agora que num acesso de bom senso, todos os jogadores do PGA Tour sigam o exemplo e abandonem por conta própria os tacos que podem ser legais, mas que contrariam fortemente o espírito do jogo. Um acordo semelhante – e muito mais polêmico – foi feito pelos ciclistas, que decidiram permitir exames de sangue – procedimento invasivo e não obrigatório – nos exames antidoping, única forma de detectar a EPO (eritropoietina) exógena (produzida fora do organismo), que estava matando muito atleta, mas também aumentando o desempenho dos sobreviventes. E os profissionais de golfe nem precisam dar o sangue.

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