21/04/2016
Depois de Adam Scott, número7 do mundo, agora foi o sul-africano 12º do ranking a desistir
Oosthuizen com a Claret Jug, troféu de campeão do British Open: mais um campeão de major desistindo do golfe dos Jogos do Rio 2016
Na medida em que se aproxima a data de 5 de maio, quando todos os golfistas que pretendem participar dos Jogos do Rio 2016 terão que concordar em se submeter ao código da WAGA, a Agência Mundial Antidoping, cresce o número de desistências de jogadores que deveriam participar da festa da volta do golfe à família olímpica após 112 anos de ausência. Ninguém deu muita importância com as primeiras desistências, do espanhol Miguel Angel Jimenez, que apesar de 135 do mundo naquela semana era apenas o primeiro reserva de seu país, e de Vijay Singh, de Fiji, 219 do ranking, com o jogo decadente aos 53 anos, mas com vaga garantida, como único de seu país.
Mas só esta semana o golfe dos Jogos do Rio 2016 perdeu dois jogadores importantíssimos, ambos campeões de majors: primeiro o australiano Adam Scott, vencedor do Masters de 2013, número 7 do mundo e campeão de dois torneios em 2016; agora o sul-africano Louis Oosthuizen, campeão do British Open de 2010, 12º do ranking, que tem quatro top 10 na temporada, incluindo uma vitória e um segundo lugar. Assim como Scott, Oosthuizen alegou um calendário de competições muitos apertado e compromissos pessoais para não vir ao Brasil.
Reservas – A saída de Singh abriu uma vaga a mais para os que ainda lutam para representar seus países no Golfe 2016 e beneficiou os brasileiros, sobretudo Adilson da Silva, da equipe YKP/Azeite 1492 de golfe, que ganhou um posto para ser o 58º entre os 60 do ranking olímpico. Scott e Oosthuizen, no entanto, eram o segundo jogador de seus países e serão substituídos por outros muito bem colocados no ranking mundial, sem abrir vaga para ninguém. Scott por Marc Leishman, 34º do mundo; Oosthuizen por Charl Schwartzel, o 20º do ranking mundial.
Como a lista definitiva dos jogadores olímpicos só será conhecida 11 de julho, as desistências desses dois campeões, apesar de sentidas, poderão beneficiar indiretamente os brasileiros. Isso porque tanto a Austrália como a África do Sul tinham condições de chegar a ter três jogadores entre os Top 15 do mundo, grupo onde o limite de vagas é de quatro por país, e não dois, como para os demais. Isso poderia tirar mais uma ou duas vagas dos que ainda estão na “bolha de classificação”.
Regra dos 4 – Hoje, apenas os EUA se beneficiam da regra de quatro jogadores entre os Top 15. Têm cinco, com um ficando fora dos Jogos do Rio. Como a Austrália e a África do Sul ficaram mais longe de incluir um novo jogador pela Regras dos 4, o país mais perto de ter um terceiro jogador entre os Top 15 é a Grã Bretanha, que tem Danny Willett (9º do mundo) e Justin Rose (10º), com Paul Casey (24º) com chances de também ganhar vaga. Rory McIlroy, número 3 do mundo, apesar de britânico, optou por defender a Irlanda, e não a Irlanda do Norte, onde nasceu.
A desculpa de Scott e de Oosthuizen de calendário apertado não convence muito, sobretudo se lembrarmos que Jason Day, Jordan Spieth e McIlroy, os Big 3 do golfe mundial, já terem afirmado que virão ao Brasil, sem prejuízo das grandes competições do calendário internacional que se traduzem em prestígio e milhões. O PGA Championship, quarto e último major da temporada masculina, vai ser jogado duas semanas antes dos Jogos do Rio, de 28 a 31 de julho, no Baltusrol. Na semana seguinte (4 a 7 de agosto) é a vez do Travelers Championship, do calendário regular.
Semanas de folga – Durante a competição masculina de golfe no Rio, o PGA Tour não para, com a disputa, nos mesmos dias (11 a 14 de agosto), do John Deere Classic, que também, não tem significado especial. O torneio seguinte (18 a 21), o Wyndham Championship, também não é tão importante para os jogadores de elite, sendo que os quatro torneios dos Playoffs do PGA Tour, esses sim decisivos para a elite – só começam com o The Barclays (215 a 28). Ou seja, todos podem tirar uma semana de folga antes e depois dos Jogos do Rio.
Quando o tênis entrou para os Jogos Olímpicos, em 1988, em Seul, houve defecções, mas apenas duas por opção, as de John McEnroe e Martina Navratilova. Boris Becker e Mats Wilander não jogaram por estar machucados.
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