15/07/2009
Quase todo mundo que joga golfe no Brasil conhece John
Byers (foto), o simpático irlandês que adotou o nosso país há 30 anos, quando ainda
trabalhava como executivo de empresas como a PriceWatherhouse e Land Rover.
Apesar de ser visto quase que semanalmente no campo do São Fernando Golf Club,
de Cotia (SP), e de ter jogado por anos com handicap de apenas um dígito,
contra os atuais 12,4, John é mais conhecido por outra atividade dentro do
campo, quando troca os tacos pelo Decisions, a “bíblia” com a jurisprudência
das Regras de Golfe.
Foi na função de árbitro que John alcançou suas maiores
glórias no golfe, incluindo a desta semana, quando estará atuando como árbitro
no British Open, em Turnberry, na Escócia. Ele foi convidado pelos dirigentes
do Royal & Ancient Golf Club de St. Andrews, o R&A, entidade que rege o
golfe em quase todo o mundo (Estados Unidos e México tem uma entidade própria)
e organiza o terceiro e mais antigo major da temporada.
Currículo – John
passou em primeiro lugar no curso de Regras do R&A de 2004, foi árbitro em
dois Campeonatos Mundiais – o da África do Sul, em 2006 e o da Austrália em
2008 -, além de trabalhar em sul-americanos e competições internacionais do
porte da Faldo Series, que teve uma etapa no Rio de Janeiro e a final mundial
na Bahia, em 2008.
O conhecimento de John das Regras de Golfe e, mais do que
isso, do espírito com que foram criadas, permite que ele seja um árbitro ao
mesmo tempo rigoroso e orientador. Quando John precisa intervir ou o consultam,
os jogadores obtêm mais do que uma orientação de como proceder: acabam
aprendendo um pouco mais sobre as Regras de Golfe e a etiqueta do esporte.
John conhece as Regras de Golfe pelo nome, número e artigos
e tem ainda uma habilidade indispensável a qualquer bom árbitro: saber
localizar com rapidez e precisão num livro com 700 páginas e mais de 1.200 Decisões
sobre as Regras de Golfe, aquela que se aplica a cada situação.
Decisões – O
convite para ser árbitro no British Open foi prontamente aceito por John, que
além da glória de representar a Irlanda e o Brasil em Turnberry, em Ayrshire, na
Escócia, viu também uma oportunidade de ajudar a aumentar o interesse dos
jogadores brasileiros pelas aparentemente insípidas Regras de Golfe.
Ao viajar para ser o primeiro árbitro do Brasil em um major, John levou, orgulhoso, a primeira versão em português do Decisions, que ele
ajudou a traduzir e revisar, como diretor-executivo da CBG. Em Turnberry,
porém, onde promete desfilar seu inseparável chapéu do Masters, John
espera ser visto apenas no buraco 19 apreciando o verdadeiro malte nacional. “O
bom árbitro” – lembra ele, parafraseando uma máxima do futebol – “é aquele que
não aparece”.
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