Keith Mitchell conquista no Honda sua primeira vitória, a que Alexandre Rocha lhe tomou, em 2015

04/03/2019

Americano que nunca havia vencido um torneio salta para o estrelato com birdie de 5 metros no 18

por | Ricardo Fonseca

Até embocar um putt de 5 metros para fazer birdie no buraco 18 do PGA National, na Flórida, neste domingo, 3 de março, somar nove abaixo e conquistar o título do Honda Classic, do PGA Tour, por uma tacada, o americano Keith Mitchell nunca havia vencido um torneio profissional e nem em seus quatro últimos anos de amador, apesar de ter sido All-American da Universidade da Georgia.

A tão esperada vitória só chegou para Mitchell, aos 27 anos, seu sexto como profissional, mas foi daquelas de redefinir uma vida: ganhou US$ 1,224 milhão, vaga no The Players Championship, que vai ser jogado dentro de duas semanas, e no Masters de Augusta, no começo de abril, o primeiro major que jogará em sua carreira, e ainda ganhou 93 posições no ranking mundial de golfe (OWGR), entrando de vôo nos Top 100 do mundo, direto na 68ª colocação. A vida de Mitchell nunca mais será a mesma.

Rocha no caminho – Depois de uma carreira de sucesso, mas sem vitórias, no golfe universitário, Mitchell virou profissional em 2014 e, no ano seguinte, estreava no PGA Tour Latinoamérica. Sua chance de vencer o primeiro torneio de sua carreira veio no final de setembro de 2017, no Aberto do Brasil, no Itanhangá, quando ele jogou 68-68-64-67 para empatar em primeiro com Alexandre Rocha e o americano Kent Bulle todos com 267 tacadas, 17 abaixo do par. Bulle saiu logo da disputa, mas Mitchell e Rocha protagonizaram o playoff mais longo do torneio, em sete buracos, com seis pares de cada, até que o americano fez bogey no buraco 9, depois de dar o seu único approach ruim de todo o desempate.

A derrota para Rocha não impediu que Mitchell fosse para o Web.com Tour, onde jogou por dois anos. Em 2017, ele teve um putt de 5 metros – como o deste domingo – para terminar a temporada regular em 25º lugar do ranking e ganhar o cartão do PGA Tour, mas errou. Feito que ele finalmente conseguiria no ano seguinte como um dos Top 25 do Web.com Tour Finals. Em 2018, seu primeiro no PGA Tour, Mitchell teve mais uma chance de vencer, mas foi apenas vice-campeão do Corales Puntacana Resort and Club Championship.

Vitória – Tudo isso passou pela cabeça de Mitchell, revelou o jogador, quando ele caminhava para o green do 18 onde outro putt de cinco metros o aguardava com a chance de mudar de vida. Ao embocá-lo, Mitchell evitou ir a um playoff contra dois jogadores consagrados: Brooks Koepka, campeão de três dois últimos sete major, ex-número 1 do mundo em 2018 (agora é o nº 3), e Rickie Fowler, campeão de cinco torneios do PGA Tour, incluindo o Honda Classic de 2017 e o Phoenix Open, quatro semanas atrás. Com o agravante que ambos são moradores da Flórida e tinham uma grande torcida a seu favor.

“Sabia que se eu fizesse par no 18 teria um playoff com dois dos melhores jogadores do mundo, dois que certamente irão para o Hall of Fame”, disse Mitchell. “Isso é algo que pensa um cara que está em seu segundo ano de Tour e que nunca venceu”, revelou. “Mas desta vez eu consegui embocar, algo que eu nunca consegui fazer no passado”, contou, aliviado, o jogador que dois dias antes era um dos líderes do torneio ao lado do coreano Sungjae Im, dupla citada como de “desconhecidos” nas manchetes da véspera.

Motivação – Mitchell garante que esse tipo de comentário é normal para um cara que está há apenas um ano no circuito e que não o encarou de maneira negativa. “Decidi usar isso como motivação pois todo mundo começa em algum lugar, todos têm sua primeira vitória em algum lugar, e eu queria que a minha fosse aqui”, conta. E ele precisou de muito motivação para, depois de ter saído do pelotão no final da rodada de sábado, abrir a de domingo com dois bogeys consecutivos e ver aqueles “big names” se distanciarem lá no topo do placar.

Mitchell se recuperou com birdies no 3 e no 9, mas um novo bogey no 11, onde teve que fazer um lay up, tornou tudo mais difícil. Novamente ele teve força mental para fazer três birdies nos quatro buracos seguintes, o terceiro deles no 15, o primeiro dos três buracos da Bear Trap que, este ano, estava mais para armadilha fajuta, uma vez que nenhum desses buracos esteve entre os cinco mais difícil da semana. Foi com birdies na Bear Trap que Fowler (15 e 17) e Koepka (16), caminharam para serem líderes na sede, ambos fechando o torneio com birdies-4 no 18 para somar 272 tacadas, oito abaixo – Koepka (67-69-70-66) e Fowler (67-72-66-67).

Precisando de birdie para vencer, Mitchell bateu o drive no 18 para a banca da raia. Com a bola perto do beiço da banca, Mitchell teve que fazer um novo layup, a 130 jardas da bandeira, um tiro cômodo para ele, mas que não parou tão perto da bandeira quando ele gostaria. Mas desta vez o putt de cinco metros que mudaria sua vida entrou e colocou Mitchell num novo patamar. Venceu com 271 (68-66-70-67) tacadas, nove abaixo.

Destaques – Vijay Singh, 56 anos recém-feitos, que saiu no pelotão podendo fazer história e se tornar o mais velho ganhador de um torneio do PGA Tour (Sam Snead, o recordista, venceu seu 82º título aos 52 anos), terminou apenas em sexto lugar, com 271 (68-66-70-67) tacadas, seis abaixo. Dois birdies no final teriam lhe dado a chance de vencer, mas Vijay teve que salvar um bogey no 17 depois de ir para a área de penalidade frontal, e, precisando de eagle, fez apenas par no 18, depois de um drive na banca e de um layup.

Ryan Palmer (70-71-69-63), que saiu cedo, fez a melhor volta do torneio e foi líder na sede quase até o final, e Lucas Glover (66-69-72-66) empataram em quarto, com 273, sete abaixo. O venezuelano Jhonattan Vegas, líder do primeiro dia, caiu para 16º, com 278 (64-73-69-72), duas abaixo. Justin Thomas, defensor do título e nº 3 do mundo, que passou a semana “tretando” a USGA pelo Twitter por causa das novas Regras do Golfe que ele considera ruins para o esporte, terminou em 30º, com 280 (68-74-67-71), o par do campo, empatado com Adam Schenk (67-71-68-74), pivô do último bate-boca sobre as Regras, depois que uma penalidade, tardiamente aplicada, de duas tacadas, por alinhamento de tacada pelo caddie na banca, o tirou do pelotão da volta final.

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