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Kevin Na bate recorde do PGA Tour em pares 4

15/04/2011

Entenda como ele jogou 16 no buraco 9 do Texas Open. Rocha está três acima do corte

Kevin Na num mato sem cachorro, no Texas: dia de cão no golfe rendeu manchetes no mundo todo

Duodécuplo bogey! O coreano naturalizado americano Kevin Na aprendeu ontem, aos 27 anos, uma nova palavra para descrever o 16 que fez no buraco 9 do TPC San Antônio, nesta quinta-feira, na primeira rodada do Texas Open, para estabelecer um novo recorde – negativo – em buracos de par 4. Ele foi o primeiro na história do PGA Tour a jogar 12 acima num par 4, feito difícil de ser igualado até por um iniciante. E, com um detalhe: deu apenas um putt!

A conversa entre o jogador e seu caddie que se seguiu ao feito mostra bem como Kevin se sentia perdido após o desastre:

Caddie: “Eu não tenho a menor idéia de quanto você fez.”
Kevin: “Como nós vamos contar todas essas tacadas?”
Caddie: “Não tenho idéia.”
Kevin: “Eu não vou me preocupar com isso.”
Caddie: “Eles gravaram tudo e podem rever e dizer quantas tacadas foram.”

Gravação – A gravação do Golf Channel (clique aqui para assistir a todo o buraco de Kevin Na) foi revista e, a princípio acreditou-se que Kevin havia feito 15 no buraco, incluindo duas tacadas de penalidade nas duas vezes em que declarou a bola injogável, e outra quando a bola resvalou na árvore e atingiu seu corpo. Mas, depois, revendo a cena com mais calma e calculadora na mão, descobriu-se que Kevin, na verdade, tinha feito 16. Apenas John Daly, que fez um 18 no Bay Hill Invitational de 1998, quando jogou seis bolas na água no buraco 6, um par 5, jogou mais do que Kevin num buraco, segundo estatísticas que remontam a 1983.

Até o desastre, Kevin vinha com uma abaixo, graças a um bogey no um , recuperado com birdies no 6 e no 8. O mais surpreendente é que depois de tudo o que passou, ele ainda teve cabeça para fechar a volta com três birdies nos seis buracos finais para jogar 80 e escapar de dividir a última colocação com Daniel Summerhays, que fechou o dia com 83 graças a singelos cinco bogeys e três duplos bogeys.

Tacada a tacada – Os problemas de Kevin começaram quando ele espantou seu drive no 9 para a direita e se meteu num paliteiro de árvores e galhos. Achou a bola, declarou a bola injogável e voltou para o tee para bater a terceira. Mas ele insistiu no drive e a bola novamente foi para o “paliteiro da direita”. Sua quarta tacada ricocheteou numa árvore e bateu no seu corpo, ou seja, uma quinta de penalidade.

Kevin voltou a declarar a bola injogável, dropou e acertou a sétima contra uma árvore, para, desta vez, ficar estaimado. Ele tentou jogar de canhota e deu um air-shot (oitava), mas não desistiu e bateu a nona de canhota para frente, ainda no meio das árvores. Sua décima tacada voltou a bater numa árvore e andou centímetros. Ele podia ter voltado à raia com a 11ª, mas outra árvore o impediu. Finalmente Kevin chegou com a 12ª no rough à beira do fairway e foi muito aplaudido pelo público que de deliciava com seu enrosco.

A 13ª tacada foi parar no rough mais adiante e a 14ª na beira do green. De lá ele deixou a bola a um metro e meio da bandeira e embocou! Estava feito o 16 num par 4, que fez de Kevin roubar as manchetes de J.J. Henry e de Stewart Cink, que jogaram 67, cinco abaixo, para dividir a liderança. Cinco jogadores vem em terceiro, com quatro abaixo, incluindo o australiano Adam Scott, em mais uma atuação depois do vice-campeonato no Masters.

Alexandre Rocha – Depois do desastre de Kevin Na, a volta do brasileiro Alexandre Rocha pode ser considerada um passeio pelo campo. Ele fez um birdie e quatro bogeys para jogar 75 e ficar a três tacadas do corte, previsto para par de campo, mas que pode chegar a uma acima, ou seja, nada está decidido, desde que o profissional paulista melhore seu rendimento de forma geral.

Rocha não foi bem nos drives – acertou apenas cinco raias – e nem nos tiros para os greens, ficando em média a 12 metros da bandeira em seu primeiro putt. Daí a média de 2,1 tacadas por green acertado, que também foram poucos, dez dos 18. Ao todo deu 31 putts, numa volta para esquecer e que não representa o seu jogo.