11/03/2015
Embora tenha nascido em Dallas, no Texas, o americano Lee Trevino, filho de mexicanos, sempre foi ídolo da torcida latina dos EUA, que o aclamava como “The Merry Mex” ou “Supermex” durante sua carreira ao mesmo tempo vitoriosa, polêmica e bem humorada no PGA Tour, onde venceu 29 torneios, incluindo seis majors. Assim, Trevino, hoje com 75 anos, tornou-se o embaixador ideal do HSBC, que apresenta o evento, para promover o Brasil Champions de 2015, torneio do Web.com Tour, que vai ser jogado esta semana no São Paulo GC tendo como mote a proximidade da volta do golfe aos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016.
A 500 dias da reestréia do golfe na família olímpica, após 112 anos de ausência, Trevino foi ao São Paulo nesta terça-feira para dar aulas para juvenis e promover o torneio onde vários jogadores em campo terão chances de se classificar, até julho do próximo ano, para os Jogos do Rio, incluindo três dos sete brasileiros que jogam como convidados do patrocinador: Alexandre Rocha, Lucas Lee e Rafael Becker. Eles são os únicos três dos brasileiros em campo esta semana que já estão no circuito mundial, única forma de disputar pontos para o ranking mundial, que será a base para a classificação olímpica. Rocha tem um cartão condicional do Web.com, a segunda divisão do PGA Tour; enquanto Lucas, no PGA Tour China, e Becker, no PGA Tour Latinoamérica, jogam na terceira divisão.
Boicote – Trevino é um dos únicos quarto golfistas que venceram mais de uma vez o US Open, o British Open e o PGA Championship, tendo dois títulos de cada. O único major que faltou em sua carreira foi o Masters, onde deixou de jogar diversas vezes alegando que o campo de Augusta não era propício ao seu estilo, mas sem esconder sua insatisfação da forma, a seu ver discriminatória, que ele teria sido tratado no Masters. Em 1972, depois de ter boicotado o Masters dos dois anos anteriores, Trevino usou seu próprio carro no estacionamento para trocar de roupa e guardar suas coisas, recusando-se a usar o armário destinado a ele no vestiário dos jogadores.
Trevino também é conhecido pelo seu bom humor e pela célebre resposta que deu a um repórter sobre como se proteger em campo de uma tempestade com raios, depois de ter sido atingido por um, sem gravidade, no Western Open de 1975: “aponte um ferro 1 para o céu, pois esse é um taco que nem Deus acerta”. Trevino conta que quando entrou no tour, em 1967, ninguém ria de suas piadas. “Mas quando venci o Open no ano seguinte, contei as mesmas piadas e todos riam delas”.
Humor – Outra passagem famosa de Trevino foi quando ele, numa ação previamente combinada, jogou uma cobra de borracha sobre Jack Nicklaus no tee do 1 do US Open de 1971, arrancando gritos de terror da platéia, para diversão dos dois jogadores. Trevino jogou 68 e bateu Nicklaus por três naquele dia. Em outra ocasião, Tony Jacklin, que sairia com Trevino, disse que não queria conversar em campo. Trevino retrucou de bate-pronto: “Eu não quero que você fale, quero que você escute”.
Em sua passagem pelo São Paulo GC, Trevino deu uma clínica para os juvenis paulistas Lauren Grinberg, campeã brasileira juvenil e pré-juvenil e primeira no ranking da categoria; seu irmão Guilherme Grinberg, líder da categoria até 13 anos do ranking nacional; e Thomas Choi, segundo do ranking pré-juvenil. O profissional Rafael Becker, campeão do Aberto do Brasil, também participou da ação.
Pro-Am – Nesta quarta, no segundo Pro-Am do evento – o primeiro foi na segunda-feira -, Trevino iria jogar o buraco 9, de par 3, com todos os grupos do torneio. Crianças do programa Golfe para a Vida, da Confederação Brasileira, que tenta popularizar o esporte, também tiveram contato com Trevino antes de pisar num campo de golfe pela primeira vez e ter aulas com Nico Barcellos, que comanda a parte técnica da CBG.
“É uma grande honra estar aqui e ser o mentor de alguns dos melhores talentos do golfe brasileiro. Claramente há muito potencial aqui e se minha visita puder ajudar a nutrir esse talento e ajudar os golfistas a se desenvolverem, ficarei muito feliz”, diz Trevino. “O torneio recebe muitos dos grandes nomes do golfe mundial, estou ansioso para vê-los jogando esta semana”.
Legado – Giles Morgan, Superintendente Global de Patrocínios e Eventos do HSBC, também falou da importância do Brasil Champions “Este é nosso sexto ano apoiando o golfe no Brasil e estamos muito perto dos jogos no Rio. Durante esses anos, observamos muito potencial desses jovens atletas, que se transformam em talentos reais. Estamos comprometidos a continuar este trabalho e deixar um legado do golfe brasileiro para as próximas gerações”.
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