Los Andes: Brasil perde capitão e jogadora às vésperas do embarque

13/11/2012


Corte de Pepê, desrespeitando Federações, ainda repercute. Fanta e Daniela saem do time


Fanta: diretor de golfe desrespeitado não vai à Los Andes por causa de problemas de saúde na família
   Fanta: diretor de golfe desrespeitado não vai à Los Andes por causa de problemas de saúde na família

por: Ricardo Fonseca

Não bastasse a confusão provocada pela Confederação Brasileira de Golfe (CBG) ao “desconvocar” Pedro da Costa Lima, o Pepê, de forma deselegante e arbitrária, a delegação brasileira que embarca domingo para disputar a Copa Los Andes, o Campeonato Sul-Americano de Golfe por equipes, na Venezuela, sofreu duas importantes baixas: Octávio Villar, o Fanta, capitão da equipe brasileira, e Daniela Murray, uma das jogadoras do time feminino, não poderão viajar.

Entenda por que Pepê foi convocado e depois desconvocado por um telefonema da Inglaterra.

Até o momento da publicação deste artigo a CBG não havia respondido ao e-mail enviado na manhã desta segunda-feira solicitando esclarecimentos sobre a desconvocação de Pepê.

Fanta avisou à CBG nesta segunda-feira que não poderá mais viajar para a Venezuela por causa de um problema de saúde na família. Fanta havia convocado Pepê pessoalmente para o time e foi desrespeitado pela diretoria técnica da CBG com o corte do jogador anunciado de maneira prepotente pelo técnico inglês Shaun Case. Totalmente desconhecido do golfe brasileiro, onde existem muitos profissionais competentes para exercer a função, Case foi contratado pela CBG no meio do ano para ser o “coach” das equipes nacionais, com aval do vice-presidente técnico José Joaquim Barbosa, que é quem tem a última palavra nas convocações.

Falta uma – Danny Murray, por sua vez, comunicou à CBG ter descoberto nesta segunda-feira que machucou um disco na região lombar e pediu seu desligamento da equipe. Ela conta que vinha sentindo dores desde quinta-feira passada e que foi uma decisão difícil a ser tomada, mas que no fim optou por dar prioridade à sua saúde e que não achava justo tirar o lugar de jogadoras que estejam com o físico 100%. A jogadora da Barry University já encerrou a temporada de jogos este ano e terá bastante tempo para se recuperar.

A CBG decidiu então convocar Carla Ziliotto, número 2 do ranking brasileiro, que havia sido esnobada pela entidade, para completar a equipe de cinco jogadoras, que até então só teria integrantes que atuam fora do país. Carla, porém, avisou que não poderia aceitar a convocação tão em cima da hora, pois trabalha e tem outros compromissos, além de não ter se preparado para o torneio como seria necessário para representar o Brasil.

Absurdo – A ferida maior, no entanto, não é com a falta de uma jogadora ou a ausência de um capitão às vésperas do embarque, mas sim com o poder dado pela CBG – e em especial por sua diretoria técnica – a um “coach” que mal conhece os jogadores brasileiros, não fala português, nunca viu uma Los Andes, mas se achou no direito de passar por cima de todos, inclusive de uma decisão soberana de Assembleia da CBG, e do o voto de todas as Federações.

A decisão de que o número 1 do Brasil após o Aberto do Estado de São Paulo – no caso Pepê – teria vaga garantida tanto no Mundial como na Los Andes foi uma exigência das Federações. Era uma decisão soberana e nunca poderia ser desrespeitada. Só as próprias Federações, reunidas em nova Assembleia, podiam passar por cima disso. O responsável pela confusão não é apenas o inglês Shaun Case, que caiu de paraquedas no golfe brasileiro, mas sobretudo quem o contratou. E mais ainda de quem admitiu que ele faltasse com respeito às Federações estaduais que representam mais de uma centena de clubes e quase dez mil golfistas.

Medo – Dezenas de manifestações recebidas pelo Portal – algumas públicas e muitas não, já que a maioria dos golfistas de alto rendimento do Brasil temem represálias da CBG se falarem abertamente – lamentam as trapalhadas da equipe técnica da CBG de forma veemente. Os responsáveis pela desconvocação de Pepê perderam o respeito da grande maioria dos jogadores brasileiros ao atingir justamente o mais querido deles, Pepê, cujo espírito de equipe, importância para o golfe brasileiro e para o grupo superaria qualquer dificuldade técnica que por ventura estivesse passando. E não está, como comprova sua vitória de ponta a ponta, domingo.

O medo de todos os que amam o golfe agora é que essa confusão acabe refletindo no rendimento das equipes brasileiras na Los Andes. Os dois times são formadas por excelentes jogadores e que não tem nenhuma culpa pelas trapalhadas de quem os dirige. Nos últimos anos o Brasil jogou mundiais e Los Andes sem uniformes e sem o apoio de pessoal técnico, como todos os seus adversários dispõe. Mas nunca jogou sem esperança, que é a única coisa inabalada que restou ao golfe brasileiro.

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