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LPGA Brasil Cup: tailandesa vence de ponta a ponta

07/05/2012

Pornanong não deu chances às adversárias no Itanhangá. Paula Creamer fica em terceiro

Pornanong beija troféu: primeiro título em dois anos de carreira no golfe do LPGA Tour

por: Ricardo Fonseca – fotos: Thais Pastor

Confira, abaixo, os resultados finais – aguarde nesta terça álbum com dezenas de fotos do torneio

A
norueguesa Suzann Pettersen, terceira do ranking mundial de golfe, e a
bela Paula Creamer, número 10 do mundo, eram as atrações, mas foi a
desconhecida tailandesa Pornanong Phatlum, de 22 anos, quem venceu de
ponta a ponta para levar o troféu, o cheque de US$ 108 mil e o Rolex
oferecidos à campeã da LPGA Brasil Cup, apresentada pelo HSBC, neste
domingo ensolarado no Itanhangá Golf Club, no Rio. Vestindo shorts
coloridos com a mesma estampa do caddie e irmão Pornapong, Pornanong –
só muda uma letra no nome dos dois – começou o dia empatada em primeiro
com sete abaixo, mas despachou as adversárias ao jogar seis abaixo nos
11 primeiros buracos e par nos demais para somar 13 abaixo e terminar
quatro à frente das adversárias.

Depois de quatro colocações
entre as 20 primeiras em 2011, sua temporada de estréia no LPGA Tour, o
circuito profissional feminino de golfe mais bem pago do mundo,
Pornanong abriu a temporada de 2012 com um 14º lugar na etapa da
Tailândia, em fevereiro, e vinha de um 12º lugar no Mobile Bay Classic, o
último torneio que disputou nos EUA, antes de vir ao Brasil como a
número 76 do mundo. Mesmo não valendo para o ranking, por ser um torneio
exibição, a vitória no Rio foi o ponto alto da carreira de Pornanong e a
que lhe deu o maior prêmio da carreira, onde já havia acumulado US$ 232
mil em prêmios oficiais.

Concentração – “Estou muito feliz”, diz
a campeã de 1,60 metro de altura. “Eu joguei muito bem hoje, consegui
fazer meu próprio jogo”. “Nós nos divertimos em campo, e meu irmão, que
foi meu caddie, me ajudou a ficar concentrada, a permanecer focada no
jogo”, completa Pornanong, escolhendo com dificuldades as palavras em
inglês, que não domina bem, tanto que redigiu seu discurso de
agradecimento, lido em frente ao público na entrega de prêmios.

A
melhor volta do domingo foi da taiwanesa Amy Hung, que jogou 65, oito
abaixo do par do Itanhangá, que mais uma vez teve suas duas voltas
invertidas para esse evento e o buraco 9 (antigo 18), jogado como o
sexto par 5 do campo, quatro deles na primeira metade. Hung fez nove
birdies e apenas um bogey para somar nove abaixo, terminar sozinha em
segundo lugar e levar o prêmio de US$ 84 mil, depois de ter trocado
todos seus ferros longos e madeiras por novos modelos que aliviaram as
dores nas costas que arruinaram sua temporada passada.

Pink
Panter – Paula Creamer, a predileta da modesta torcida que foi ao
Itanhangá – muitos golfistas da casa preferiram aproveitar a
reciprocidade para jogar no Gávea ou o dia de sol na praia – bem que
tentou uma reação, mas os putts a deixaram na mão. A “Pink Panter”, como
é chamada por usar sempre objetos e bolas cor-de-rosa, além do capa de
drive da Pantera Cor-de-Rosa, começou o dia perdendo por três, fez seis
birdies, mas entregou qualquer chance de encostar na líder ao fazer
bogeys consecutivos no 12 e no 13.

Pettersen, jogando pela
segunda vez no Brasil, começou o torneio jogando cinco abaixo nos
primeiros nove buracos do sábado, mas depois fez apenas o par nos 27
buracos finais para empatar em décimo. A colombiana Maria José Uribe,
vice-campeão em 2010, ao perder o título num playoff de seis buracos, e
campeã em 2011, teve atuação discreta, terminando em 24º entre 30
jogadoras, com duas acima (73-75). A argentina Victória Tanco foi a
melhor das oito sul-americanas em campo, ao terminar em 17º, com duas
abaixo.

Brasileiras – Pelo segundo dia consecutivo as brasileiras
fecharam o placar, com Ângela Park terminando como a melhor
brasileiras, com 27º lugar, com sete acima (76-77). Embora soubesse que
voltar a competir após quase dois anos parada, Angela ficou um pouco
decepcionada com o resultado, que esperava ser um pouco melhor, mas se
disse feliz em ter voltado a jogar golfe. Vicky Alimonda, depois da boa
volta de 75 na estréia, jogou 81 para ficar em 29º, enquanto Luciana
Bemvenuti jogava duas voltas de 81 para fechar o placar, graças a um
duplo bogey no primeiro dia e três triplo bogeys no segundo.

Notas:
Em quatro anos, a LPGA Brasil Cup, apresentada pelo HSBC (o nome mudou
este ano por causa da Lei de Incentivo ao Esporte, que não permite mais o
nome de empresas no nome oficial dos eventos) teve quatro campeãs
diferentes: Pornanong Phatlum (2012), Mariajo Uribe (2011), Meaghan Francella (2010) e Catriona
Matthew (2009); Suzann Pettersen, Beatriz Recari e Annika Sorenstam
aproveitaram o final da tarde de sábado, após a primeira rodada, para
jogar um sete de vôlei de praia, na frente do hotel onde ficaram
hospedadas; o terceiro lugar de Paula foi seu melhor resultado nesta
temporada e, apenar da cara de tédio com que jogou, promete voltar ao
Brasil antes do Jogos Olímpicos; as amigas Brittany Lang e Amanda
Blumenherst, ex-Blue Devels, estrelas da Duke, na NCAA, empataram em
quinto, com sete abaixo; a argentina Victoria Tanco, de 18 anos, campeã
do Women`s Western Amateur e finalista do U.S. Women`s Open joga sua
temporada de estréia e, além do torneio do Rio, só passou um corte até
agora; Pornapong, o caddie e irmão da campeã, é golfista profissional e
joga torneios na Ásia, às vezes com Pornanong em sua bolsa, ocasiões em
que também entram com shorts de mesma estampa em campo; a etapa
brasileira do LPGA já está madura para se transformar em torneio
oficial, com três dias, 90 jogadoras e prêmios de US$ 1,2 milhão, pelo
menos. Mas o investimento dos patrocinadores seria bem maior e, por
enquanto, o plano é deixar o upgrade para 2015, como evento teste dos
Jogos Olímpicos.