06/09/2012
Terminou de forma melancólica a tentativa da profissional paranaense Ângela Park de voltar ao circuito mundial de golfe em 2013. Uma das melhores jogadoras de golfe do mundo em 2007 e 2008, quando foi a melhor estreante do LPGA Tour e vice-campeã de major, a brasileira parou de jogar por quase três anos por causa de uma crise existencial e agora, ao tentar voltar ao circuito mundial de golfe, pagou o preço da falta de ritmo de jogo ao fazer voltas de 76 e 85 tacadas, somar 17 abaixo do par e ficar a nove tacadas da linha de corte que lhe daria o direito de jogar as duas rodadas finais da primeira das três seletivas para o circuito de 2013.
Com esse resultado Ângela não poderá jogar nem no Symetra Tour, o circuito de acesso ao LPGA Tour em 2013. Agora precisa ter força de vontade para continuar treinando, jogar em minitours pelos EUA e voltar a tentar a sorte no final do próximo ano. E Ângela foi embora em boa companhia. Cheyenne Woods, a decantada prima de Tiger Woods (filha de um meio irmão) também não passou o corte ao jogar 77 e 74, três tacadas a mais do que precisava. O Brasil ainda poderá chegar ao LPGA Tour com a paulista Vicky Alimonda, que como membro do Symetra Tour vai entrar direto na segunda seletiva, em outubro.
Abandono – Ângela foi a Estreante do Ano do LPGA Tour em 2007, aos 18 anos, temporada em que foi vice-campeã do U.S. Women`s Open e terceira colocada do Evian Masters, que a partir de 2013 passa a ser considerado o quinto major da temporada feminina de golfe profissional. A brasileira apelidada por Johnny Miller como “Golden Girl”, a Garota Dourada, terminou em oitavo lugar no ranking de prêmios daquele ano, com oito colocações entre as dez primeiras.
Em 2008, sua segunda temporada profissional, aos 19 anos, Ângela foi terceira colocada no U.S. Women`s Open, teve sete Top 10s e terminou em 17º no ranking de prêmios. Mas em 2009, inexplicavelmente, perdeu a paixão pelo golfe e passou apenas oito cortes, além de ter abandonado o torneio e retornado da Europa na véspera de jogar o British Womens Open e o Evian. Em 2010 jogou apenas cinco torneios e abandonou o golfe aos 22 anos.
Vida normal – Ângela disse que estava saturada do golfe, dos compromissos e que queria apenas uma “vida normal”, passando a trabalhar como recepcionista trilíngue de um hotel no bairro coreano de Los Angeles, cidade onde mora desde os oito anos. “Quando você é jovem e atinge todos os seus objetivos, você não se dá conta de quanta sorte você tem”, disse Ângela ao voltar ao golfe no HSBC Brasil. “Só depois de estar trabalhando e levando uma vida normal é que pude me dar conta disso”, explicou na época, quando anunciou que voltaria a jogar. Ficou para 2013.
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