Lucas Lee é oficialmente o terceiro brasileiro a chegar ao PGA Tour

31/08/2015


Entenda os desafios que ele enfrentará a partir da próxima semana e o que muda em sua vida


Lucas, de blusa branca, sobre o
Lucas, de blusa branca, sobre o “e”, com seu cartão do PGA Tour, na foto com alguns dos graduados, e, abaixo, a foto completa com os 25 novos membros do PGA Tour

por: Ricardo Fonseca

Confirmado oficialmente às 23 horas deste domingo como um dos novos 25 membros do PGA Tour, como havíamos anunciado com exclusividade no dia anterior , o profissional paulista Lucas Lee chega ao ponto mais alto da carreira de qualquer golfista sem tempo para festejar. Junto com o prêmio por seu talento, esforço e resultados excepcionais no Web.com Tour, chega também a responsabilidade de, já a partir da próxima semana, consolidar sua posição no circuito profissional mais bem pago e importante do mundo, mas também o mais difícil e desafiador. 

Lucas tem três desafios pela frente. O primeiro é melhorar sua prioridade de inscrição entre os novos 50 membros do PGA – 25 definidos neste domingo, ao término da temporada regular do Web. com Tour, e 25 que serão definidos nos quatro torneios decisivos da temporada, os Finals, todos com US$ 1 milhão em prêmios e jogados consecutivamente neste e nas próximas três semanas. De seu resultado nesses eventos vai depender sua prioridade de inscrição na próxima temporada do PGA Tour e de quantos torneios vai conseguir jogar.

Clique aqui para entender como isso funciona.

Manter o cartão – O segundo desafio de Lucas será manter o cartão do PGA Tour após o primeiro ano, algo que tem se revelado muito difícil para todos os estreantes que só uma pequena porcentagem consegue. Os motivos vão desde a qualidade muito maior dos adversários à quantidade menor de torneios que os novos membros conseguem jogar, passando pela pressão de jogar em campos em que ainda não conhecem.

Para manter o cartão é preciso terminar a temporada regular em agosto próximo entre os 125 primeiros da Fedex Cup, o que este ano significou ganhar mais de meio milhão de dólares em prêmios, feito que jogadores como Martin Kaymer, David Toms, Lucas Glover,    Michael Putnam, Sam Saunders e Jamie Donaldson não conseguiram este ano.

Jogos Olímpicos – Por fim vem o desafio de se manter no ranking olímpico e defender o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Jogando no PGA Tour, Lucas terá chances de ganhar muitos mais pontos para o ranking mundial, que serve de base para a definição do ranking olímpico. São no mínimo 24 pontos para o campeão, com os 27 primeiros pontuando em torneios menores, até 100 pontos para o campeão e pontos para todos os que passarem o corte em majors. Só para comparar, o maior torneio do Web.com Tour deu 14 pontos para o campeão e apenas os 17 primeiros pontuaram.

Por outro lado, se passar o corte já é um desafio, terminar na zona de pontuação para o ranking mundial no PGA Tour é algo muito mais difícil do que ser Top 5 no Web.com Tour. A melhor chance de Lucas são os torneios deste final de ano, de outubro a dezembro, já valendo para a temporada 2015/2016 do PGA Tours. São eventos menos concorridos uma vez que os melhores jogadores do circuito costumam se apresentar ao redor do mundo em eventos que pagam cachês milionários nesta época. Também é a hora de acumular dólares para sobreviver aos re-rankings, sem perder ou melhorando sua prioridade de inscrição.

Pressão
– Lucas já mostrou diversas vezes, sobretudo com seus dois vice-campeonatos no Web.com Tour, que mudaram sua vida, que tem talento, experiência e jogo para isso. Mas ele, como qualquer jogador, sente a pressão a cada jogo, como vimos nos torneios finais deste temporada. Na iminência de garantir seu cartão para o PGA Tour antecipadamente, Lucas terminou o penúltimo torneio da temporada regular, o News Sentinel Open, com bogey – duplo bogey – bogey para deixar os Top 10 e terminar em 26º. E precisando passar o corte esta semana para não depender de mais ninguém, abriu o torneio final com dois duplos bogeys, três bogeys e um 77, seu pior resultado em anos, para ficar fora das rodadas finais.

Tiger Woods e Jordan Spieth, acreditem, sofrem a mesma pressão. Depois de jogar mal por dois anos e chegar à última rodada do torneio final da temporada regular do PGA Tour, o Wyndham, em primeiro lugar, Woods fez um triplo bogey na rodada final que o derrubou para o 10º lugar e o tirou definitivamente dos Playoffs da Fedex Cup que começaram esta semana. E Spieth, depois de uma temporada excepcional, entrou no Barclays, dos Playoffs, para defender pela primeira vez o posto de número 1 do mundo e fez um duplo bogey e cinco bogeys nos primeiros nove buracos para jogar 40 de ida, a caminho de não passar o corte e devolver a liderança do ranking mundial para Rory McIlroy, que nem estava no campo.

Qualidades – Lucas, porém, está mais bem preparado do que a maioria dos estreantes para enfrentar todas essas dificuldades. Em primeiro lugar ele tem talento e acredita em si mesmo. Em segundo, moldou seu golfe atuando nas condições mais adversas em países estranhos, com comidas, línguas e culturas totalmente diferentes, e viajando milhares de quilômetros por mês para ir do Canadá à Ásia, de lá para os Estados Unidos e de volta à China, o que nos levou a apelida-lo de Globetrotter do golfe.

Lucas também vem de uma família de campeões. Sua prima, Ângela Park, foi a melhor jogadora do Brasil de todos os tempos, e sua irmã, Luciane, estreou na carreira profissional este ano com um quarto lugar no Symetra Tour, circuito para o qual já garantiu o cartão para 2016. Lucas tem também um grande coração, como mostra seu gesto de decidir bancar com seu próprio bolso o amigo Rogério Bernardo, que sem patrocínio ou apoio oficial, não teria como aproveitar o cartão que conquistou e jogar o segundo semestre do PGA Tour Latinoamérica.

Escola – Como sua prima e irmã, Lucas não aprendeu golfe no Brasil, e sim nos EUA, onde todos eles foram morar desde a infância. Foi na Califórnia, com professores americanos, muito esforço próprio e investimento altíssimo de dinheiro e dedicação dos pais, que Lucas se tornou o profissional que é. Mas isso não o torna menos brasileiro, pelo contrário. O país aprendeu a admirar seu exemplo e estará torcendo por ele a cada momento da nova carreira. Go, Lucas!

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